A Taça dos Campeões Rio-São Paulo foi criada na primeira metade do século passado com o intuito de medir forças entre os vencedores dos principais campeonatos de futebol da época. Em um período no qual as competições nacionais não existiam, o embate entre cariocas e paulistas era muito valorizado. Entretanto, a criação do Torneio Rio-São Paulo e sua posterior evolução para o atual Campeonato Brasileiro fez com que esta tradicional disputa fosse gradualmente perdendo importância.
O Palmeiras faturou a Taça dos Campeões Rio-São Paulo quatro vezes: em 1926, 1933, 1943 e 1948. O primeiro destes títulos veio entre a conquista invicta do Paulista de 1926 e a vitória no Campeonato Paulista Extra daquela mesma temporada, mas que terminou somente no ano seguinte. O São Cristóvão, campeão carioca na oportunidade, foi o rival da equipe palestrina, sendo que o clube do Rio de Janeiro não resistiu e sofreu um revés por 3 a 0, no Estádio Palestra Italia.
O torneio de 1933, porém, chegou com uma novidade. A taça interestadual foi decidida em dois encontros. O duelo inicial, em agosto, reuniu os vencedores do primeiro turno dos dois Estaduais, já o outro colocou frente a frente, em dezembro, os ganhadores do segundo turno. Por coincidência, Palestra e Bangu predominaram em seus estados e lideraram os dois turnos disputados, colocando-os na briga pelo troféu. Após uma vitória para cada lado, o Palestra ficou com o título por ter um maior número de gols marcados.
Dez anos depois, em 1943, foi a vez do Palmeiras (que já havia mudado de nome por causa da Segunda Guerra Mundial) encontrar o Flamengo pela primeira vez na história em uma decisão de campeonato. O jogo foi único e juntou os dois campeões estaduais de 1942. O time verde e branco, por sua vez, aplicou um sonoro 3 a 0 no adversário carioca, sagrando-se tricampeão da competição.
Em 1948, porém, foi a vez de outro grande do Rio de Janeiro cruzar o caminho do Verdão. Vencedores do Paulista e do Carioca de 1947, Palmeiras e Vasco se encontraram três vezes na temporada seguinte para decidir quem seria o principal time dos dois estados. Em janeiro, um triunfo para cada um. O primeiro embate, no Pacaembu, terminou com vitória palmeirense, já o segundo, no Estádio São Januário, no Rio, acabou com resultado favorável ao Vasco. No mês seguinte, a terceira e decisiva partida, também no Pacaembu, sagrou o Verdão campeão após nova vitória sobre os cariocas.
Jogos decisivos:
Divulgação _ Taça conquistada pelo Verdão em 1926
Palestra Italia 3×0 São Cristóvão
Taça dos Campeões Rio-São Paulo em 1926 (Final)
26/12/1926
Estádio Palestra Italia. São Paulo-SP
Árbitro: Guilherme Pastore
Palestra Italia: Primo; Bianco e Loschiavo; Pepe, Amílcar Barbuy e Serafini; Tedesco, Carrone, Heitor, Caetano Imparato e Melle. Técnico: Renzo Mangiande.
Gols: Caetano Imparato (1ºT-PAL), Caetano Imparato (1ºT-PAL) e Tedesco (2ºT-PAL).
Palestra Italia 3×4 Bangu
Taça dos Campeões Rio-São Paulo, em 1933 (Final – 2º jogo)
03/12/1933
Estádio São Januário. Rio de Janeiro-RJ
Árbitro: Enéas Sgarzi
Palestra Italia: Nascimento; Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Cambon; Vicente, Gabardo, Romeu Pellicciari, Lara e Imparato III. Técnico: Humberto Cabelli.
Gols: Romeu Pellicciari (1°T-PAL), Tunga (1°T-PAL), Tunga (1°T-PAL), Tião (1º-BAN), Plácido (1º-BAN), Plácido (1º-BAN) e Médio (2º-BAN).
*Mesmo com a derrota no Rio, o Palestra sagrou-se campeão pela soma de gols marcados, já que em São Paulo havia goleado o Bangu por 6 a 0
Palmeiras 3×0 Flamengo
Taça dos Campeões Rio-São Paulo, em 1943 (Final)
03/03/1943
Estádio do Pacaembu. São Paulo-SP
Árbitro: Jorge Miguel (SP)
Palmeiras: Oberdan; Celestino e Junqueira; Brandão (Américo), Og Moreira e Gengo; Peixe, Lima, Cabeção, Villadoniga e Minguinho. Técnico: Del Debbio.
Gols: Lima (28’ do 1ºT-PAL), Peixe (2’ do 2ºT-PAL) e Peixe (36’ do 2ºT-PAL).
Palmeiras 2×1 Vasco
Taça dos Campeões Rio-São Paulo, em 1948 (Final – 3º jogo)
04/02/1948
Estádio do Pacaembu. São Paulo-SP
Árbitro: João Etzel (SP)
Palmeiras: Oberdan (Rodrigues); Caieira e Turcão; Zezé Procópio, Túlio e Waldemar Fiúme; Lula, Arturzinho, Bóvio, Lima e Canhotinho. Técnico: Cláudio Cardoso.
Gols: Lima (23’ do 1ºT-PAL), Arturzinho (24’ do 2ºT-PAL) e Chico (30’ do 2ºT).