Mauro Beting

O maior Rio do mundo é o da nossa Academia

Palmeiras campeão é pleonasmo. O Palestra nos ensina que essa é a sina palmeirense. A sanha de quem ganha. A vontade de quem vence. Vence por todos e com mais do que os 11 pelo Brasil e pelo maior campeão dele. Ganha por milhões e por mais que eles se percam em diminuir o que não sabem.

Por não jogar. Por não ganhar.

Como o primeiro troféu intercontinental do futebol brasileiro em nível (e que nível!) de clube (e que clube!) e de seleção (e que seleção!). Campeão da primeira Copa Rio um ano e uma semana depois do Maracanazo de 1950.

O Palmeiras foi o Brasil em 1951. Como seria o Verdão todo vestido com a amarelinha em 1965. Com a Academia de Dudu e Ademir da Guia fardando a canarinho com alma de periquito. Rima que era seleção.

O Palestra que em 1942 não pôde ser mais Itália e nem Palestra deu aula sendo todo o futebol brasileiro em 22 de julho de 1951. Com a bandeira do país no peito e o espírito dos pais italianos, o Palmeiras jogou por todos que gritaram “Brasil” no Maracanã. Contra a Juventus campeã da Itália em 1950. Futura campeã em 1952. Vice palmeirense na Copa Rio.

O maior rio da nossa aldeia. Do nosso mundo.

O maior torneio internacional então realizado. E desde então. Oito grandes clubes da América do Sul e Europa. Sete países. Sete partidas para gritar campeão.

Tinha que ser o maior vencedor nacional do país mais vezes campeão mundial.

Palmeiras ganhando um torneio que tinha o Nacional campeão uruguaio de 1950 (uma das bases da Celeste campeã mundial naquele ano). Eliminando na semifinal em dois jogos o favorito e dono da casa Vasco (que tinha o treinador e sete vice-campeões pelo Brasil na Copa do Mundo). Copa Rio que teve o Áustria Viena campeão em 1950 do país que seria semifinalista da Copa de 1954. Sporting que era campeão português e seria tricampeão até 1953. O Olympique Nice que era campeão e seria bicampeão francês em 1952. O Estrela Vermelha campeão iugoslavo de 1951 que era base da ótima seleção que quase eliminou o Brasil na Copa de 1950.

Copa Rio que teve na final no Maracanã a campeoníssima Juventus no duelo dos futuros maiores campeões da Itália e do Brasil. Vecchia Signora vice do torneio idealizado no Brasil. Organizado pelo Rio de Janeiro. E com a supervisão de membros da Fifa.

A quinta coroa em menos de um ano do Palmeiras campeão do Torneio Cidade de São Paulo de 1950 e 1951. Do Paulista do Ano Santo de 1950 – título que deu o direito de ser o representante paulista na Copa Rio. Campeão do Rio-São Paulo de 1951. Campeão da Copa Rio depois de sete partidas.

Perdendo o artilheiro Aquiles com a perna quebrada contra o Vasco. O Pai da Bola Waldemar Fiúme lesionado para a final. A outra estátua palmeirense Oberdan trocado pelo treinador.

Depois do 1 a 0 no primeiro jogo decisivo, mesmo sem poder contar na decisão com dois dos seis bustos históricas das alamedas do clube, o Palmeiras foi buscar duas vezes o empate consagrador. Entrando como Liminha com bola e tudo para a história no gol do título.

Do campeão da Copa Rio por todo o Brasil para o mundo ver. E para o brasileiro saber que o Maracanazo seria tão eterno quanto o futebol penta mundial.

Palestra que bem sabe ser brasileiro. Mesmo que quem não seja nem sempre saiba o que é ser tão campeão.

Palmeiras, nosso mundo é você.

Mauro Beting.