Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação

Um dos maiores berços de grandes atletas do judô nacional, a Sociedade Esportiva Palmeiras recebe neste sábado (25), a partir das 8h, a 50ª edição do Torneio Periquito, um dos mais tradicionais do país, no ginásio poliesportivo do clube. São previstos mais de 1000 participantes de 66 academias no evento, que celebra também os 110 anos da imigração japonesa ao Brasil.

Acervo Histórico _ A primeira turma do clube que disputou o Periquito em 1968 reuniu o sensei Fukyio Nakano e o diretor Luiz Wallace Nigro na primeira fila (esq. para dir.)

Com sua tradição cinquentenária, o Torneio Periquito de Judô é organizado consecutivamente pelo Palmeiras desde a fundação do antigo Departamento de Defesa Pessoal do clube, em 1968, sob a gestão do então presidente em exercício Delfino Facchina e tutela diretiva de Luiz Wallace Nigro, que reunia anteriormente três artes marciais: judô, karatê e boxe.

Em meados dos anos 70, o judô palmeirense contava com mais de dois mil atletas registrados, recebendo o posto de maior departamento da modalidade do Estado de São Paulo. Por sua vez, o Torneio Periquito realçava a importância do Verdão para o esporte nacional e teve como uma das pioneiras a faixa preta Maria de Abreu, campeã sul-americana pelo Brasil entre os anos 60 e 70.

De lá para cá, o judô alviverde registra em seu departamento um volume de taças e troféus por equipes e individuais que ultrapassa a marca das duas mil conquistas, nas mais diversas categorias, um recorde entre os clubes que desenvolvem esta modalidade. Além disso, alguns nomes importantes para a modalidade passaram pelas fileiras do Palmeiras nestes 50 anos de história:

Sergio Pessoa: Detentor de inúmeros títulos por todo o mundo, ele iniciou sua carreira no Alviverde e conseguiu quebrar a hegemonia oriental ao conquistar a medalha de ouro na Copa Kodokan, no Japão, em 1987. Atualmente é técnico da Seleção de Base Nacional do Canadá e, inclusive, promove intercâmbios anuais no Brasil com participação de atletas do Palmeiras.
 

Daniel Hernandes: Campeão pan-americano em 2003 pela Seleção Brasileira e medalhista de prata em Winnipeg (1999), o judoca iniciou a carreira nas fileiras do Palmeiras e fez parte da equipe do Brasil durante os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, e de Atenas, em 2004.

 

Rogério Sampaio: Campeão olímpico em Barcelona (1992) na categoria meio-leve, o atleta participou do Torneio Periquito de Judô entre os anos 80 e 90 e consolidou seu nome no cenário nacional após ser medalhista de ouro em sua única participação nos Jogos.
 

 

Novidades da edição número 50

Cada academia pode inscrever 40 judocas no total, entre masculino e feminino. As lutas serão realizadas nas seguintes categorias: Sub-9, Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21, Sênior, Máster e Judô Para Todos – categoria que tem como objetivo promover a inclusão, o bem-estar e o desenvolvimento das pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE).

Neste ano, as classes femininas Sub-21 e Sênior serão unificadas, bem como a categoria Máster será dividida em quatro critérios: Masculino A (classes M1, M2, M3 e M4), Masculino B (M5, M6, M7 e acima), Feminino A (F1, F2 e F3) e Feminino B (F4 e acima). Os limites de idade e peso serão de acordo com as determinações da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Os atletas serão sorteados pelo sistema de computador para o preenchimento das chaves, logo após a pesagem, com sistema simples e sem repescagem. Os judocas classificados em primeiro, segundo e terceiro lugares de cada classe receberão medalhas especiais do evento. Serão premiadas as associações de acordo com a classificação geral (pontuação) até o décimo colocado, na somatória de todas as categorias. O Palmeiras não concorre aos troféus por poder inscrever número ilimitado de atletas – clique aqui e confira o regulamento completo da competição.

Importância da imigração japonesa no Brasil

Berço do judô graças à iniciativa do mestre Jigoro Kano, em 1882, o Japão tem laços estreitos com o Brasil desde a chegada do navio de imigrantes Kasato Maru no Porto de Santos (SP), em 18 de junho de 1908, há exatos 110 anos. Desde então, a população se expandiu pelos quatro cantos do país, levando inúmeras manifestações e ensinamentos culturais, artísticos e esportivos aos brasileiros.

Enaltecer a rica cultura japonesa é lembrar diretamente daqueles que ajudaram a construir e modernizar o Brasil. Tal feito chegou ao ponto de concentrar em solo verde e amarelo a maior comunidade dessa nação fora da terra do sol nascente, com quase dois milhões de descendentes.
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