Há 15 anos, São Marcos se consolidava e Palmeiras conquistava a Libertadores

Luan de Sousa
Departamento de Comunicação

Divulgação _ César Sampaio ergueu o troféu da conquista da Copa Libertadores de 1999Há exatos 15 anos, o Palmeiras finalmente completava sua sala de troféus com a única taça que lhe faltava. Foi no saudoso dia 16 de junho de 1999 que o Verdão venceu o Deportivo Cali-COL nos pênaltis e sagrou-se campeão da Copa Libertadores pela primeira vez em sua história. E foi também na competição continental que o goleiro Marcos, então reserva de Velloso, recebeu chances, foi decisivo e, com verdadeiros milagres, iniciou o seu processo de canonização. Confira abaixo todos os detalhes da conquista e o paradeiro dos 27 jogadores campeões.

Primeira fase

À época, o regulamento era diferente do atual – os grupos eram formados por times dos mesmos países. O Palmeiras estava no grupo 3, ao lado do arquirrival Corinthians e dos paraguaios Cerro Porteño e Olimpia. Outra chave complicada era a 2, com os argentinos Vélez Sarsfield e River Plate e os colombianos Deportivo Cali e Once Caldas.

A estreia palestrina ocorreu no dia 27 de fevereiro, contra o Corinthians – foi o primeiro dérbi da história válido pela Libertadores. O Alviverde, campeão da Copa do Brasil na temporada anterior, ganhou por 1 a 0, com gol do paraguaio Arce, aos 12 minutos do segundo tempo.

No duelo seguinte, uma goleada: Palmeiras 5 a 2 no Cerro Porteño em pleno Estádio Defensores Del Chaco, em Assunção-PAR. Os tentos do Verdão, sendo quatro de cabeça, foram de Júnior Baiano (duas vezes), Cléber, Evair e Oséas.

Na sequência, foram três resultados adversos e um clima de desconfiança: 4 a 2 para o Olimpia no Paraguai, 1 a 1 com o mesmo Olimpia em São Paulo-SP e derrota para o Corinthians por 2 a 1 – foi justamente ante o arqui-inimigo que o jovem Marcos, após uma lesão do titular Velloso contra o União Barbarense, pelo Paulistão, assumiu a meta.

Assim, a classificação só veio na última rodada, com o triunfo de virada sobre o Cerro Porteño por 2 a 1. Júnior Baiano, um dos artilheiros da competição com seis bolas na rede, e Arce, com um chutaço de fora da área, sacramentaram a vaga nos mata-matas.

O Verdão, disputando concomitantemente o Torneio Rio-São Paulo, o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, avançou como o vice-líder da chave, com dez pontos, dois a menos que o rival Corinthians.

Oitavas de final

Nas oitavas, o adversário foi o Vasco da Gama, que, por ter sido campeão na edição passada, iniciou o certame uma fase à frente. No primeiro jogo, no Estádio Palestra Italia, empate por 1 a 1. No Rio de Janeiro, com show do meia Alex (então com apenas 21 anos), os comandados do técnico Felipão venceram epicamente por 4 a 2. O triunfo trouxe um ânimo sem igual ao elenco, que, na sequência, enfrentaria o Corinthians novamente.

Quartas de final

O Palmeiras levou a melhor no primeiro confronto por 2 a 0, com gols de Oséas e Rogério. Mas o nome da partida foi o camisa 12 do Verdão. Marcos simplesmente fechou o gol. Foram várias defesas difíceis e de diversas maneiras. Foi ali, diante de um oponente histórico, que a alcunha de Santo começou a tomar corpo.

No segundo encontro, o goleiro não conseguiu conter os corintianos na etapa regulamentar. Troco dos rivais por 2 a 0. No entanto, na decisão por pênaltis, o arqueiro brilhou mais uma vez. Após ver Dinei bater para fora a segunda cobrança, Marcos defendeu o chute de Vampeta e se ajoelhou no gramado agradecendo a Deus. O Verdão estava na semi! O adversário a ser batido seria o River Plate-ARG.

Semifinais

No dia 19 de maio, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, o Verdão foi bombardeado. Os argentinos, com nomes como Sorín, Gallardo, Saviola e Angel, testaram de todos os jeitos o já São Marcos, contudo somente uma bola passou. O Alviverde perdeu por 1 a 0 e retornou a São Paulo-SP no lucro.

No Palestra Italia, motivado pela classificação heroica na Copa do Brasil (com aquele 4 a 2 sobre o Flamengo), o Palmeiras sobrou. Em outra exibição de gala do canhoto Alex, que anotou dois gols (na vitória por 3 a 0), o Palmeiras, depois de 31 anos, voltava a uma final de Libertadores.

Final

O rival na decisão foi o Deportivo Cali-COL, que havia eliminado o Colo-Colo-CHI nas oitavas, o Bella Vista-URU nas quartas e o Cerro Porteño-PAR nas semis. No dia 02 de junho, na Colômbia, o Verdão, em um jogo acirrado, foi derrotado por 1 a 0.

Quatorze dias depois, o Alviverde, que tinha disputado nesse meio tempo as semifinais e a primeira final do Paulista e as semifinais da Copa do Brasil, foi a campo com Marcos; Arce, Júnior Baiano, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio, Rogério, Zinho e Alex; Paulo Nunes e Oséas.

Aos 19 minutos do segundo tempo, Evair, de pênalti, abriu o placar. Aos 24, Zapata, também da marca da cal, igualou. Mas Oseás, aos 30, marcou e levou o embate para as penalidades.

“Eu não pipocava em decisão. Nunca tive medo de decidir. Acho que eu sou um predestinado. O gol da Copa do Brasil (que classificou o Verdão para o torneio continental) e o da final da Libertadores estão entre os mais importantes da minha carreira. Fico arrepiado só de falar”, disse Oseás, em entrevista para o Site Oficial.

Logo na primeira cobrança, Zinho acertou uma bomba no travessão e deixou o Palestra, apinhado de verde e branco, apreensivo. A angústia só amenizou no quarto arremate do Cali, quando Bedoya também encontrou a trave. Na quinta batida palestrina, Euller chutou com classe e deixou o Verdão em vantagem. Aí, todo palmeirense sabe… Zapata finalizou para fora e a América, pela primeira vez, tornou-se alviverde. Festa no chiqueiro!

Saiba onde estão os 27 campeões da Libertadores de 1999