Ídolo do Verdão e da Fiorentina, Julinho Botelho completaria 85 anos nesta terça

Luan de Sousa
Departamento de Comunicação

Divulgação _ Julinho já parou Garrincha e foi multicampeão com o manto alviverde“Assim é o brasileiro de brio. Deem-lhe uma boa vaia e ele sai por aí, fazendo milagres, aos borbotões”. O trecho acima foi usado por uma empresa de telefonia móvel para promover Neymar na Copa do Mundo de 2014, mas, na verdade, foi escrito pelo mítico Nelson Rodrigues para ilustrar, nos idos de 1959, o ídolo palestrino Julinho Botelho. O ex-ponta, que faleceu em 2003, completaria nesta terça-feira (29) 85 anos.

A crônica em questão foi publicada na coluna “Meu personagem da semana”, do jornal Manchete Esportiva, e contou, com floreios geniais e uma sensibilidade perfeita, o dia em que Julinho barrou Mané Garrincha, foi vaiado por um Maracanã lotado por 200 mil pessoas antes do jogo, mas, no fim das contas, com uma atuação brilhante, saiu aplaudido de pé. Leia na íntegra aqui.

Além do duelo pela Seleção Brasileira contra a Inglaterra, Julinho colecionou outras muitas passagens marcantes na carreira. Quando começou, inclusive, sequer passou por categorias de base. Após encantar o presidente do Juventus ao disputar uma partida preliminar na Rua Javari, foi contratado na terça e no domingo estreou pelo profissional contra o XV de Jaú.

Apenas seis meses depois, foi para Portuguesa, onde conquistou dois dos títulos mais importantes do clube do Canindé, os Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955, e chegou à Seleção. Com a amarelinha, foi, logo de cara, campeão e eleito o melhor jogador do Pan-americano de 52. Em 54, foi ao Mundial da Suíça e, apesar do insucesso tupiniquim, foi considerado o melhor ponta do torneio.

Depois do Mundial, foi para a Fiorentina-ITA e simplesmente marcou época. Foi um dos protagonistas do time que conquistou o primeiro troféu nacional da equipe de Florença (temporada 1955/1956). Na sequência, foi ainda duas vezes vice italiano e vice da Copa dos Campeões, ao perder para o Real Madrid-ESP, do craque Di Stéfano, em pleno Santiago Bernabéu.

Apegado à família e ao bairro paulistano da Penha, encerrou seu contrato com a Viola e decidiu voltar ao Brasil (mesmo com ofertas sedutoras de gigantes europeus). Quando chegou, em 1958, recebeu três propostas (Palmeiras, Corinthians e Fluminense), as quais foram, após pedido dele, entregues em envelopes fechados. A maior foi do Palmeiras. Junto dele, vieram à época Valdir de Moraes, Djalma Santos, Geraldo Scotto, Chinesinho, entre outros. Começava então a “Primeira Academia”. A estreia, no dia 26 de junho de 1958, no estádio do Pacaembu, foi um triunfo por 4 a 3 sobre o rival São Paulo.

Confira as imagens do acervo pessoal de Julinho Botelho:
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No Palestra Italia, foi supercampeão paulista de 1959, vencendo o Santos de Pelé, campeão paulista de 1963 e 1966, campeão do Rio-São Paulo de 1965 e, finalmente, campeão da Taça Brasil de 1960 (o primeiro dos oito títulos nacionais do clube).

Ainda em 1965, participou de um dos duelos mais emblemáticos da história alviverde, quando o Palmeiras foi convidado pela CBD (atual CBF) para representar o Brasil contra o fortíssimo Uruguai. A partida, inaugural do estádio Mineirão, terminou 3 a 0 para o Brasil, ou melhor, para o Verdão.

Julinho, então com 37 anos, deixou os gramados no dia 12 de fevereiro de 1967. A despedida foi contra o Náutico, no Palestra Italia, com vitória palestrina por 1 a 0. Naquele domingo, o ex-ponta-direita foi acolhido com muito carinho pelos torcedores, que, emocionados, estiravam faixas, gritavam seu nome e faziam muito barulho. Ao todo, o ídolo alviverde disputou 269 embates (163 vitórias, 53 empates e 53 derrotas) e 81 gols. Parabéns e obrigado, Julinho!

Confira os lances e gols do ídolo Julinho Botelho pela TVPalmeiras: