O Palmeiras comemora nesta sexta-feira o aniversário de 60 anos de um dos maiores títulos de sua história. No dia 10 de janeiro de 1960, o Maior Campeão do Brasil derrotou o Santos por 2 a 1 e faturou o Campeonato Paulista de 1959, acabando com um jejum de grandes conquistas que perdurava desde 1951. Pelé abriu o placar no Pacaembu, mas Julinho Botelho e Romeiro marcaram os gols da virada palestrina.

Alviverde e Alvinegro terminaram a competição com os mesmos 63 pontos e, por esse motivo, precisaram decidir o troféu em uma série de três jogos extras realizados no estádio municipal. Nos dois primeiros, disputados em 5 e 7 de janeiro, houve empates por 1 a 1 e 2 a 2.

A elevada qualidade técnica demonstrada pelas duas equipes e o equilíbrio predominante dentro de campo fizeram com que aquele estadual fosse chamado pela imprensa de Supercampeonato Paulista.

Acervo Histórico_Em 1959, o Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista ao vencer o Santos de Pepe na final

“Santos e Palmeiras eram as grandes forças do futebol brasileiro naquele momento e protagonizaram um confronto emocionante”, recordou-se o ídolo santista Pepe, em entrevista concedida à TV Palmeiras/FAM. “Tínhamos um grande time, com o Pelé em sua plenitude física e técnica, mas o Palmeiras jogou bem e fez por merecer o título.”

À época, o Verdão vivenciava um período de oito anos sem ganhar taças importantes, iniciado após a conquista do Mundial de 1951. O clube tinha, contudo, um elenco estrelado, montado com o dinheiro da venda do artilheiro Mazzola para o Milan-ITA logo depois da Copa do Mundo de 1958. Faziam parte da constelação verde o lateral Djalma Santos, os meias Zequinha e Chinesinho e o ponta Julinho Botelho, entre outros craques.

Já o Santos, campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1959, contava com a espinha dorsal da equipe que ganharia o tricampeonato estadual de 1960 a 1962. Além de Pelé e Pepe, defendiam o time santista nomes consagrados como Zito, Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão e Coutinho.

“Havia uma grande rivalidade entre os dois clubes, mas, fora de campo, éramos todos parceiros, pois estávamos sempre juntos na Seleção Brasileira e na Seleção Paulista”, contou Pepe, rememorando os duelos travados com o amigo Djalma Santos. “Ele sempre me marcava, então nos conhecíamos bem. Passávamos o jogo todo tirando sarro um do outro. O Djalma brincava com a minha calvície e eu respondia falando mal do narigão dele”, lembrou, entre risos.

TV Palmeiras/FAM_Rivais no Paulista, Pepe e os ídolos palmeirenses de 1959 jogavam juntos na Seleção Brasileira

O ídolo santista se emocionou ao rever imagens daquela inesquecível decisão. O Canhão da Vila exaltou, sobretudo, o ponta palmeirense Julinho Botelho, que naquele mesmo ano ainda conduziria o Maior Campeão do Brasil ao primeiro de seus dez títulos nacionais.

“Ele foi um dos principais atacantes da história do futebol brasileiro. E, além de ter sido um excepcional jogador, foi uma excelente pessoa. Era muito inteligente e tinha um comportamento irretocável”, enalteceu.

A campanha do Palmeiras supercampeão paulista de 1959:

41 jogos (30 vitórias, sete empates e quatro derrotas)
112 gols marcados
36 gols sofridos

Ficha técnica do jogo decisivo:

Palmeiras 2 x 1 Santos
Campeonato Paulista de 1959 (Terceiro jogo extra)
Data: 10/01/1960
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo
Árbitro: Anacleto Pietrobom
Palmeiras: Valdir de Moraes; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho Botelho, Américo, Romeiro e Nardo. Técnico: Oswaldo
Brandão.
Santos: Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
Gols: Pelé aos 14 e Julinho Botelho aos 43 do primeiro tempo; Romeiro aos 3 do segundo tempo