Verdão no Pan: Hugo Hoyama busca ouro inédito como técnico da Seleção Feminina

Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação

Historicamente, a Sociedade Esportiva Palmeiras está acostumada a ceder nomes para a delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos, principal competição esportiva das Américas. Desde 1951, ano da primeira edição do evento, na Argentina, as cores palestrinas abrilhantam o continente com diversos esportistas oriundos do clube. Em 2019, não seria diferente.

Sete jogos Pan-Americanos e 15 medalhas conquistadas, sendo dez de ouro, uma de prata e quatro de bronze. A trajetória do palmeirense Hugo Hoyama ao longo de 26 anos defendendo a Seleção Brasileira de tênis de mesa é uma das mais vitoriosas da história, ficando apenas atrás em conquistas totais dos nadadores Thiago Pereira (23) e Gustavo Borges (19).

Divulgação _ Em 2015, Hugo e Gui Lin, que também representava o Verdão, faturaram a prata por equipes no PanDesde sua aposentadoria como atleta, no Pan de Guadalajara, no México, em 2011, Hoyama, atualmente com 50 anos, mudou de ares e foi para a parte de trás da bancada. Ele é o atual treinador da Seleção Brasileira feminina de tênis de mesa e busca seu primeiro ouro como técnico – nos Jogos de Toronto, em 2015, bateu na trave com as medalhas de prata inéditas da categoria conquistadas por Gui Lin, Caroline Kumahara e Lígia Silva.

“Representar o Brasil no tênis de mesa de alguma forma é muito gratificante. Batalhei a vida toda para chegar aonde cheguei, e poder participar de um evento deste mesmo como técnico é resultado de um longo trabalho. Quero ajudá-las da melhor maneira possível para que possam ter sucesso. Estou bastante empolgado”, declarou o ex-mesatenista, considerado por muitos um dos maiores da história da modalidade.

O treinador do Verdão e do São Bernardo é responsável pelos treinos de Bruna Takahashi (19 anos), Jéssica Yamada (29 anos) e Caroline Kumahara (24 anos). As atletas iniciaram a participação nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, no último domingo (04). Para Hugo, as principais rivais no torneio serão as atletas de Estados Unidos, Canadá e Porto Rico – a maioria com chinesas naturalizadas em suas equipes.

Seu amor pela modalidade vem desde os tempos de colégio: o “ping-pong”, que servia de descontração, levou o palmeirense a seis participações em Jogos Olímpicos. Para ele, passar toda essa experiência às atletas traz motivação extra na hora de enfrentar as adversárias.

“Eu me sinto bastante feliz por ajudar o esporte feminino de alguma forma. Poder passar minha bagagem a elas gera uma relação de respeito entre as partes, e isso faz com que a gente conquiste resultados extremamente positivos. O esporte feminino está em evidência e tem tudo para crescer ainda mais. Isso é muito legal para mim”, declarou o alviverde, que tem conduzido atletas a conquistas internacionais desde seu primeiro ciclo como treinador.

O trabalho de base também vem sendo observado pelo multicampeão, sobretudo no Palmeiras. Associado do clube e torcedor fanático, Hoyama tem incentivado o crescimento da modalidade e explorado potenciais talentos da casa. Um deles é Diego Duarte, revelação do Verdão em competições estaduais após conquistar títulos pelo Circuito Fedeesp e pela Liga Nipo-Brasileira de Tênis de Mesa.

“Tenho levado alguns atletas do Palmeiras e de São Bernardo para competições de maior nível. Na última edição dos Jogos Regionais, eles foram bem. São torneios que podem agregar ainda mais ao crescimento deles. Dedicação e vontade são as principais virtudes de um atleta, e vejo que todos têm capacidade de um dia chegarem à Seleção. O Biriba também tem sido bastante fundamental nesse processo de crescimento da modalidade lá no clube”, declarou.

Divulgação _ Diego Duarte é uma das promessas recentes do tênis de mesa do Palmeiras

Para Hugo, quanto mais associados interessados em conhecer e praticar a modalidade, melhor para o clube. Além dele, Ubiraci Rodrigues da Costa, o Biriba, também integra a parte técnica do Palmeiras. Ambos são considerados os maiores expoentes da modalidade no país ao longo da história.

“Sei que o tênis de mesa do Palmeiras tem tudo para crescer ainda mais. Com a realização de divulgações e desafios com os associados, sei que podemos recrutar potenciais talentos para treinos. Todo mundo gosta de jogar, mesmo que seja somente o ping-pong. É assim que tudo começa: com incentivos. Foi assim que nós dois chegamos à Seleção”, finalizou Hugo.

Divulgação _ Bruna Takahashi é um dos talentos brasileiros do tênis de mesa na atualidade