Em toda a temporada de 1942, o Palestra-Palmeiras realizou uma campanha exemplar. Jogando apenas com o nome de Palestra Italia, o time disputou sete jogos, dos quais venceu seis e perdeu somente um (para a Lusa), marcando 16 gols e sofrendo nove.
Já como Palestra de São Paulo, o aproveitamento foi ainda melhor. A equipe realizou 31 partidas, das quais obteve 23 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, marcando incríveis 93 gols e sofrendo 37. O detalhe curioso é que, com o nome Palestra de São Paulo, o time se manteve invicto em todas as partidas que disputou pelo Campeonato Paulista (18 jogos, 16 vitórias e 2 empates).
Jogando como o nome atual, o Verdão realizou 7 jogos em 1942, obtendo 3 vitórias, um empate e três resultados adversos, balançando as redes rivais 18 vezes e sofrendo 12 gols. O grande destaque foi a vitória frente ao São Paulo (3 a 1), na qual o time verde esmeraldino teve a oportunidade de consagrar-se campeão em sua primeira partida.
Somando os números ao longo do ano, o Palestra-Palmeiras acumulou 45 partidas (venceu 32, empatou cinco e perdeu oito, marcando 127 gols e sofrendo 58.
Palestra Italia em 1942
Jogos: 7 |
Palestra de São Paulo em 1942
Jogos: 31 |
Sociedade Esportiva Palmeiras em 1942:
Jogos: 7 |
Total Palestra-Palmeiras 1942:
Jogos: 45 |
OUTRAS CURIOSIDADES:
– Og Moreira, Del Nero e Cláudio jogaram todos os jogos da campanha: 20 duelos, 17 vitórias, dois empates e um revés.
– Dez jogadores não sofreram revés na campanha vitoriosa de 1942 nas partidas em que realizaram. São eles: Cabeção (14 jogos, 12 vitórias e dois empates), Clodô (10 jogos, 8 vitórias e 2 empates), Celestino (7 jogos, 7 vitórias), Romeu Pellicciari (5 jogos, 4 vitórias e 1 empate), Américo (4 jogos, 3 vitórias e 1 empate), Pipi (4 jogos e 4 vitórias), Gengo (3 jogos, 2 vitórias e 1 empate), Carnera (2 jogos e 2 vitórias), Oliveira (1 jogo e 1 vitória) e Oswaldo Brandão (1 jogo e 1 vitória).
– Cinco jogadores foram campeões com 100% de aproveitamento – ou seja, venceram todos os duelos disputados na campanha do Campeonato Paulista de 1942: Celestino (7 jogos, 7 vitórias), Pipi (4 jogos e 4 vitórias), Carnera (2 jogos e 2 vitórias), Oliveira (1 jogo e 1 vitória) e Oswaldo Brandão (1 jogo e 1 vitória).
– Lima foi o artilheiro do Palestra/Palmeiras no Campeonato Paulista de 1942, com 15 gols (em 19 jogos – média de 0,78). Já a melhor média de gols palmeirense no Estadual daquele ano pertence a Cabeção, com 0,85 de média (12 gols em 14 jogos), tendo sido vice-artilheiro do clube no geral da campanha, atrás de Lima.
Além de chegar ao título paulista de 1942 (o mais cobiçado daquele ano), o Palestra-Palmeiras conquistou também outros títulos e honrarias na temporada, com destaque para o Torneio Início do Campeonato Paulista (considerado o último título do Palestra Italia), o troféu Tuffy Fried (pela defesa menos vazada do Campeonato Paulista – somente 19 gols sofridos) e o troféu Campeoníssimo, sendo este último designado pelo jornal Gazeta Esportiva ao clube que menos pontos perdesse nos jogos disputados entre o chamado Trio de Ferro (Palmeiras, São Paulo e Corinthians) ao longo do Paulistão.
Dois jogadores do time campeão paulista de 1942 foram homenageados ao final de suas respectivas carreiras com um busto de bronze, a maior honraria que um jogador pode receber do clube, nas dependências do Parque Antártica. São eles o zagueiro Junqueira, que defendeu o Alviverde de 1931 a 1945, e o médio-polivalente Waldemar Fiume, que jogou no Verdão de 1941 a 1958. Mais tarde, em 2015, foi a vez do ex-goleiro Oberdan Cattani ser eternizado com um busto. Fora eles, apenas os ex-meio-campistas Ademir da Guia e Dudu (que defenderam o clube nas décadas de 60 e 70), além do ex-goleiro Marcos (anos 90 e 2000), receberam esta homenagem.
O hino da Sociedade Esportiva Palmeiras foi composto em 1949 pelo Dr. Antonio Sergi, falecido em 2003 aos 90 anos. Sergi, além de médico cardiologista, era também um músico muito respeitado. Nascido na Itália, veio para o Brasil ainda muito jovem e testemunhou a trajetória do time esmeraldino de Palestra a Palmeiras. Presume-se que a inspiração para compor o hino, legado oferecido para a torcida palmeirense, tenha surgido justamente pelo fato de Sergi conhecer profundamente e ter vivenciado o episódio da mudança de nome. A letra do hino, aliás, faz referências diretas à identidade do clube, com destaque para os versos finais: “…Que sabe, ser Brasileiro, Ostentando a sua fibra!”
Clique aqui e ouça o hino original de 1949
O Dia do Palmeiras, comemorado em 20 de setembro, foi oficializado no dia 13 de setembro de 2005. O projeto de lei 029/46, proposto pelo vereador Edivaldo Estima, foi aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo para, em seguida, o então prefeito José Serra (PSDB) sancionar a lei em cerimônia com a presença do então presidente do Palmeiras, Afonso Della Mônica, e de outros membros do Conselho Deliberativo do Verdão. A data escolhida para celebrar o “Dia do Palmeiras” no calendário paulistano foi o dia 20 de setembro, em alusão à Arrancada Heroica de 1942.
Além do “Dia do Palmeiras”, o Alviverde recebeu no dia 13 de junho de 2006 outra homenagem da capital paulistana. Nesta data, o prefeito Gilberto Kassab assinou o decreto de número 47.368 dando nome a uma passarela situada nas proximidades da sede do Palmeiras. O nome escolhido foi “Passarela Palmeiras – Arrancada Heroica 1942”, em homenagem ao jogo decisivo que valeu para o Palmeiras o título de campeão paulista. A iniciativa de batizar a passarela foi do então vereador Domingos Dissei.