Copa do Atlântico (Argentina e Uruguai) – 1972

Copa do Atlântico (Argentina e Uruguai) – 1972

Tradicional organizadora de torneios amistosos de verão desde 1968, a cidade argentina de Mar del Plata foi uma das sedes da primeira e única edição da Copa do Atlântico, em fevereiro de 1972, ao lado da capital uruguaia Montevidéu. O quadrangular, disputado em dois turnos em sistema de pontos corridos, contou com Peñarol-URU, Boca Juniors-ARG, San Lorenzo-ARG e Palmeiras, que, mesmo sendo o único clube a jogar todas as partidas fora de seu país, sagrou-se campeão de forma invicta.

A campanha alviverde registrou no primeiro turno uma vitória sobre o Peñarol por 2 a 0 no Centenário de Montevidéu (gols de Leivinha e César Maluco) e dois empates no General San Martín de Mar del Plata: 1 a 1 com o Boca Juniors (gol de Luís Pereira) e 0 a 0 com o San Lorenzo. O duelo com o Boca, no dia 5 de fevereiro, marcou a estreia do meia Madurga (curiosamente, o argentino atuava pelo time de Buenos Aires antes de se mudar para o Parque Antarctica).

Quando o Palmeiras voltou ao Centenário, o Peñarol somava seis pontos em cinco jogos (a vitória, à época, valia dois pontos). Os uruguaios, portanto, precisavam vencer esta partida derradeira para seguir sonhando com o título. Mas os comandados de Oswaldo Brandão foram impiedosos e golearam por 5 a 1 (gols de Fedato, três vezes, Nei e Leivinha), igualando os uruguaios na tabela, mas com dois jogos a menos. Depois da vitória por 1 a 0 sobre o Boca no General San Martín (gol de Leivinha), o Verdão chegou à sua última partida precisando apenas de um empate com o San Lorenzo para ser campeão. Já os argentinos precisavam vencer Palmeiras e Boca em seus jogos restantes para ficar com o título.

Novamente no General San Martín, Ademir da Guia abriu o placar de pênalti logo aos cinco minutos de jogo. Scotta deixou tudo igual, também de pênalti, aos 28 do segundo tempo. Mas a reação parou por aí, e a taça ficou mesmo com os brasileiros – que, aliás, perderam apenas cinco vezes em 81 jogos disputados em 1972, conquistando, em seguida, o Torneio Laudo Natel, o Campeonato Paulista e o Campeonato Brasileiro, além da Taça dos Invictos (entregue pelo jornal A Gazeta Esportiva ao time que estabelecesse o recorde de invencibilidade na temporada). Era a reedição da Academia de Futebol dos anos 60, agora batizada de Segunda Academia.

O Palmeiras ainda fez outra excursão para o exterior naquele ano, entre maio e junho, desta vez passando por Europa, Ásia e África. Na primeira parada, ficou com o vice-campeonato do Troféu Cidade de Zaragoza ao empatar com o Real Zaragoza-ESP e o Hamburgo-ALE, ambos por 2 a 2 – os alemães ficaram com o título ao vencer os espanhóis por 3 a 2. Depois, foi ao Irã e bateu o TAJ-IRN (atual Esteghlal-IRN) por 2 a 1 e a Seleção da capital Teerã por 3 a 0. O tour seguiu pela Turquia, onde o Verdão bateu os gigantes locais Galatasaray-TUR por 1 a 0 e Fenerbahçe-TUR por 2 a 1. Por fim, no Torneio de Argel foi novamente vice-campeão ao superar o Milan-ITA nas semifinais por 1 a 0 e perder a decisão por 1 a 0 para a Seleção de Magreb (região do norte da África que abrange Argélia, Marrocos, Tunísia, Mauritânia e Líbia).

Essa derrota na capital argelina, no dia 18 de junho de 1972, foi a primeira sofrida pelo Palmeiras depois de 36 jogos naquele ano, encerrando a que até hoje é a maior série invicta da história do clube, de 40 partidas, iniciada em 5 de dezembro de 1971.

Jogo decisivo:
San Lorenzo-ARG 1×1 Palmeiras

Data: 17/02/1972
Local: Estádio General San Martín, em Mar del Plata (ARG)
Gol: Ademir da Guia

Palmeiras: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu Bala, Leivinha, Fedato (Madurga) e Nei (Pio). Técnico: Oswaldo Brandão.

San Lorenzo: Irusta; Villar, Rezza, Rivero e Telch; Scotta, García Ameijenda e Ayala; Fischer, Espósito e Chazarreta. Técnico: A. Prieto.

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