Um dos maiores craques sul-americanos das décadas de 1930 e 1940, o uruguaio Segundo Villadoniga tinha o apelido de El Architeto, tamanha a sua inteligência e capacidade de construir jogadas. Tricampeão nacional com o Peñarol-URU e estrangeiro com mais gols na história do Vasco da Gama, viveu a transição de Palestra Italia a Palmeiras, tornou-se ídolo no Parque Antarctica e morou até o último dia de vida ao lado do clube que adotou para sempre em seu coração.
Filho de imigrantes espanhóis, Villadoniga nasceu no bairro Villa del Cerro, na capital Montevidéu (URU), e tinha nove irmãos. Depois de passar por times menores na infância, estreou aos 19 anos de idade no Peñarol-URU, pelo qual disputou as edições de 1935, 1936 e 1937 do Campeonato Uruguaio e foi campeão nas três.
Presença constante na Seleção Uruguaia, o atacante foi contratado como estrela pelo Vasco em 1938 e, apesar de a equipe não ter conquistado o título estadual no período em que ele lá esteve, foi o jogador de maior destaque, anotando 83 gols em 116 partidas pelo Cruz-Maltino.
Chegou ao Alviverde Imponente em julho de 1942, quando o clube já se chamava Palestra de São Paulo havia pouco mais de quatro meses. Era uma época de turbulência, de pressões e preconceito contra o “time dos italianos” em meio à Segunda Guerra Mundial. Em campo, porém, nada abalava os palestrinos.
Villadoniga estreou com o Campeonato Paulista em andamento e abriu o placar na vitória por 3 a 2 sobre o São Paulo Railway. Disputou outros cinco jogos (todos com vitória!), anotando mais três gols, antes do emblemático duelo com o São Paulo, que marcou o debute do nome Palmeiras. El Architeto estava presente no dia 20 de setembro. Foi um dos 11 heróis que colocaram o rival para correr e garantiram o primeiro título estadual ao rebatizado Palmeiras.
Encerrou a carreira depois de nova passagem pelo Peñarol-URU, entre 1947 e 1950, e até hoje figura no Top 10 de estrangeiros com mais jogos, mais vitórias e mais gols pelo Maior Campeão do Brasil. A identificação com o Verdão foi tanta que ele optou por morar em São Paulo (SP) após pendurar as chuteiras. Mais precisamente em Perdizes, bairro onde trabalhou como garçom em restaurante italiano e se tornou um frequentador do clube social, inclusive disputando (e conquistando) campeonatos internos de bocha.
“Ele escolheu São Paulo. Vivia muito próximo ao Palestra Itália, que era o estádio do Palmeiras. Lembro-me perfeitamente da rua em que morava. Quando ele já estava próximo aos 60 anos de idade, brincamos de futebol, uma vez. Apareceu uma bola, ele chutou, fiquei assustado. Era um canhão. Os chutes assustavam, eram muito fortes, ele já havia me dito isso”, contou o sobrinho Daniel Villadoniga, em entrevista concedida ao ge.com
A história de amor entre Villadoniga e Palmeiras resistiu até a morte do ex-jogador, que, aos 90 anos de idade, foi enterrado no túmulo oficial do clube.
Saiba mais:
>Especial: A Arrancada Heroica



Posição: Atacante
Número de temporadas: 5
Clube anterior: Vasco-RJ
Jogos:
138 (85 vitórias, 25 empates 28 derrotas)
Estreia: Palestra de São Paulo 3x2 São Paulo Railway-SP (26/07/1942)
Último jogo: Palmeiras 2x1 River Plate-ARG (18/12/1946)
Gols: 52
Primeiro gol: Palestra de São Paulo 3x2 São Paulo Railway-SP (26/07/1942)
Último gol: Palmeiras 3x0 Botafogo-SP (01/12/1946)
Principais títulos:
Campeonato Paulista em 1942 e 1944; Taça Cidade de São Paulo em 1945 e 1946
Um dos maiores craques sul-americanos das décadas de 1930 e 1940, o uruguaio Segundo Villadoniga tinha o apelido de El Architeto, tamanha a sua inteligência e capacidade de construir jogadas. Tricampeão nacional com o Peñarol-URU e estrangeiro com mais gols na história do Vasco da Gama, viveu a transição de Palestra Italia a Palmeiras, tornou-se ídolo no Parque Antarctica e morou até o último dia de vida ao lado do clube que adotou para sempre em seu coração.
Filho de imigrantes espanhóis, Villadoniga nasceu no bairro Villa del Cerro, na capital Montevidéu (URU), e tinha nove irmãos. Depois de passar por times menores na infância, estreou aos 19 anos de idade no Peñarol-URU, pelo qual disputou as edições de 1935, 1936 e 1937 do Campeonato Uruguaio e foi campeão nas três.
Presença constante na Seleção Uruguaia, o atacante foi contratado como estrela pelo Vasco em 1938 e, apesar de a equipe não ter conquistado o título estadual no período em que ele lá esteve, foi o jogador de maior destaque, anotando 83 gols em 116 partidas pelo Cruz-Maltino.
Chegou ao Alviverde Imponente em julho de 1942, quando o clube já se chamava Palestra de São Paulo havia pouco mais de quatro meses. Era uma época de turbulência, de pressões e preconceito contra o “time dos italianos” em meio à Segunda Guerra Mundial. Em campo, porém, nada abalava os palestrinos.
Villadoniga estreou com o Campeonato Paulista em andamento e abriu o placar na vitória por 3 a 2 sobre o São Paulo Railway. Disputou outros cinco jogos (todos com vitória!), anotando mais três gols, antes do emblemático duelo com o São Paulo, que marcou o debute do nome Palmeiras. El Architeto estava presente no dia 20 de setembro. Foi um dos 11 heróis que colocaram o rival para correr e garantiram o primeiro título estadual ao rebatizado Palmeiras.
Encerrou a carreira depois de nova passagem pelo Peñarol-URU, entre 1947 e 1950, e até hoje figura no Top 10 de estrangeiros com mais jogos, mais vitórias e mais gols pelo Maior Campeão do Brasil. A identificação com o Verdão foi tanta que ele optou por morar em São Paulo (SP) após pendurar as chuteiras. Mais precisamente em Perdizes, bairro onde trabalhou como garçom em restaurante italiano e se tornou um frequentador do clube social, inclusive disputando (e conquistando) campeonatos internos de bocha.
“Ele escolheu São Paulo. Vivia muito próximo ao Palestra Itália, que era o estádio do Palmeiras. Lembro-me perfeitamente da rua em que morava. Quando ele já estava próximo aos 60 anos de idade, brincamos de futebol, uma vez. Apareceu uma bola, ele chutou, fiquei assustado. Era um canhão. Os chutes assustavam, eram muito fortes, ele já havia me dito isso”, contou o sobrinho Daniel Villadoniga, em entrevista concedida ao ge.com
A história de amor entre Villadoniga e Palmeiras resistiu até a morte do ex-jogador, que, aos 90 anos de idade, foi enterrado no túmulo oficial do clube.
Saiba mais:
>Especial: A Arrancada Heroica