Galeria de Presidentes
Leila Pereira
Período: 2021 a 2024
15 de dezembro de 2021 a 15 de dezembro de 2024
Uma das principais executivas do mercado brasileiro na atualidade, a empresária Leila Mejdalani Pereira nasceu no dia 11 de novembro de 1964 em Cambuci, no estado do Rio de Janeiro, e quando tinha menos de um ano de idade se mudou com a família para Cabo Frio, também no interior do estado do Rio.
Leila se formou em Jornalismo e em Direito, mas a vocação para os negócios, potencializada pelo incentivo do marido José Roberto Lamacchia, fez com que ela entrasse no mundo empresarial. Assumiu o comando da Crefisa em 2008 e também é a presidente do Centro Universitário das Américas (FAM), além de gestora de outras 11 empresas do grupo.
No Palmeiras, Leila se tornou a conselheira mais votada da história em 2017, obtendo um total de 248 votos, e foi reeleita em 2021 também com resultado recorde, desta vez de 387 votos. No dia 20 de novembro de 2021, em votação com chapa única, foi eleita a 40ª presidente da história do clube, sendo a primeira mulher – recebeu 1.897 votos dos associados de um total de 2.141 (foram 244 em branco), superando, assim, os 50% necessários para garantir a eleição.
Com a Crefisa e a FAM sendo as principais parceiras do Palmeiras desde 2015, a empresária participou ativamente da reconstrução do clube e viu o investimento de suas empresas refletir nos títulos nacionais da Copa do Brasil de 2015 e 2020 e do Campeonato Brasileiro de 2016 e 2018, consolidando o Verdão como o Maior Campeão do Brasil, além do Campeonato Paulista, em 2020, e do bicampeonato da CONMEBOL Libertadores, em 2020 e 2021.
Depois de assumir o cargo, se tornou a primeira presidente da história do clube a ganhar um total de seis títulos em um intervalo de duas temporadas: a CONMEBOL Recopa de 2022, os Campeonatos Paulistas de 2022 e 2023, os Campeonatos Brasileiros de 2022 e 2023, e a Supercopa do Brasil de 2023. Ainda em sua gestão, com o Campeonato Paulista de 2024, o Palmeiras conquistou novamente o tricampeonato estadual despois de 90 anos.
Além disso, no mesmo período, a equipe feminina se sagrou campeã da CONMEBOL Libertadores e do Campeonato Paulista, ambos em 2022. Ainda no mandato de Leila, as categorias de base do clube levantaram mais oito troféus de competições nacionais. O Sub-20 conquistou o bicampeonato da Copa São Paulo (2022 e 2023), a Copa do Brasil de 2022 e o Campeonato Brasileiro de 2022. O Sub-17 venceu as taças do Brasileiro e da Copa do Brasil em 2022 e defendeu ambas em 2023, garantindo dois bicampeonatos. Nos estaduais, as equipes de base do Verdão tiveram amplo domínio: foram oito títulos em 12 torneios disputados pelas categorias Sub-20, Sub-17, Sub-15, Sub-13 e Sub-11.
Fora de campo, em ação direta contra o cambismo e visando ampliar o conforto e a segurança de quem frequenta o Allianz Parque, o Palmeiras foi o primeiro clube do mundo a implementar o sistema de biometria facial em todos os acessos ao seu estádio. O mesmo foi feito para o acesso dos associados ao clube social, onde, aliás, a gestão promoveu grandes mudanças, como a reforma completa do Conjunto Aquático pela primeira vez desde a inauguração nos anos 1950, a modernização do Parquinho, a construção de uma quadra de beach tennis, a parceria com a Paróquia San Gennaro para melhoria na organização das festas juninas, a criação da Expo Palmeiras para exposição e venda de produtos licenciados e a remodelação das festas temáticas, inclusive com a presença de grandes nomes da música brasileira, oferecendo mais sofisticação e diversão para os frequentadores.
Em Guarulhos, foram feitas as reformas dos campos e da infraestrutura da Academia de Futebol 2, com destaque para um amplo e bem equipado Núcleo de Saúde e Performance, a exemplo do que é oferecido aos jogadores profissionais na Academia de Futebol 1. Leila também ampliou vertiginosamente o investimento no futebol feminino do Verdão, sobretudo abrindo mão de propriedades na camisa que seriam da Crefisa e da FAM para abrir espaço a novos patrocinadores.
Na área dos negócios, a grande novidade foi o lançamento do Palmeiras Pay, conta digital do Verdão por meio da qual é possível fazer transferências, solicitar cartões de crédito e débito e fazer investimentos, entre outros serviços, além de contar com parceiros estratégicos e com produtos sorteados periodicamente. Como a todo correntista que solicita um cartão é oferecido um período de degustação com posterior adesão voluntária ao Avanti, o Palmeiras Pay ainda ajudou a alavancar o número de sócios-torcedores do clube – o programa alviverde foi o primeiro do país a ultrapassar a marca de 200 mil adeptos.
Dando sequência ao processo de expansão da marca Palmeiras, a Academia de Futebol inaugurou sua primeira escola fora do país, em Dubai (Emirados Árabes Unidos), e a loja on-line do Verdão passou a fazer entregas internacionais, entre outras ações. Já o lançamento do Palmeiras Cast foi outro passo dado na direção de aproximar ainda mais os torcedores dos personagens alviverdes.
Foi ainda na gestão Leila Pereira que a Assembleia de Sócios aprovou a diminuição dos conselheiros vitalícios do clube de 148 para 120, com o consequente aumento de 152 para 180 no número de conselheiros eleitos. Um desses conselheiros, aliás, o eterno artilheiro Cesar Maluco, foi homenageado pela presidente com um busto de bronze na Sala de Troféus.
Maurício Galiotte
Período: 2016 a 2021
15 de dezembro de 2016 a 15 de dezembro de 2021
Maurício Precivalle Galiotte foi um dos presidentes mais bem-sucedidos da história do Palmeiras, com uma gestão marcada por avanços na profissionalização do clube, elevação das categorias de base à condição de referência no país, conquista inédita de um título estadual, um nacional e um internacional na mesma temporada (além do também inédito bicampeonato da Libertadores em sequência) e, sobretudo, pela habilidade administrativa e pela conduta humanitária com as quais enfrentou a pior crise sanitária do planeta em mais de 100 anos.
Bisneto de italianos por parte de pai e mãe, Galiotte nasceu em São Paulo-SP, no dia 11/02/1969, é formado em Administração de Empresas pela PUC-SP e pós-graduado em Marketing pela FAAP-SP. Sócio do Palmeiras desde 1978, iniciou sua trajetória no clube como atleta – entre 1979 e 1987, integrou as categorias de base do futebol e do futsal – e foi eleito para o Conselho Deliberativo pela primeira vez em 2004. Ocupou a diretoria de Esportes Amadores entre 2007 e 2008, a diretoria social entre 2009 e 2010 e a primeira vice-presidência entre 2013 e 2016.
Foi eleito presidente do Palmeiras pela primeira vez em 2016. Postulante único para o biênio 2017/2018, recebeu 1.639 votos e ultrapassou com folga os 50% necessários para confirmar a posse – aquela foi a primeira vez em 32 anos que um candidato concorreu a um primeiro mandato presidencial sem oposição. Já em 2018, foi reeleito ao superar Genaro Marino Neto por 1843 votos a 1176 e deu início à administração do triênio 2019/2020/2021.
O novo período de mandato, aliás, foi um dos avanços obtidos pela reforma estatutária feita na primeira gestão Galiotte. Além de ampliar o mandato presidencial de dois para três anos, a reforma modernizou outros pontos do estatuto, entre eles o que adequou o texto para aprovação de projetos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, possibilitando, por exemplo, o retorno do time feminino de futebol – por meio do programa Padrinhos Alviverdes, pessoas e empresas podem contribuir com parte do Imposto de Renda anual para ajudar o clube a formar atletas em modalidades como basquete, futsal, judô e ginástica, além do futebol feminino.
Dentro de campo, com a estrela vermelha em homenagem ao Mundial de 1951 de volta à camisa, o Palmeiras se tornou decacampeão brasileiro em 2018 (e o primeiro time da história a conquistar o Brasileiro principal e o Brasileiro Sub-20 na mesma temporada) e faturou a Tríplice Coroa em 2020, superando o Corinthians no Campeonato Paulista com um jogador formado no clube batendo a última penalidade, vencendo o Grêmio na final da Copa do Brasil com os dois gols feitos por Crias da Academia e alcançando a Glória Eterna com uma campanha épica na Libertadores, marcada pela aposta no jovem técnico português Abel Ferreira e pela mescla de veteranos e garotos lapidados em casa.
E as conquistas no futebol não pararam por aí. Emendando a temporada 2021 com a temporada anterior, sem folga no calendário por conta da pandemia de Covid-19, o Verdão voltou a levantar o troféu da Libertadores, desta vez vencendo o rival Flamengo por 2 a 1 na grande decisão, disputada no estádio Centenário, no Uruguai, e se consolidou como brasileiro com mais títulos, finais, vitórias e gols no principal torneio de clubes da América do Sul.
Com o maior investimento da história alviverde na base, o Centro de Formação de Atletas do Palmeiras, além de fornecer protagonistas para a equipe profissional, alcançou o topo no ranking nacional de títulos e de convocações para as diferentes categorias da Seleção Brasileira. Também passou a garimpar talentos em outros países e até outros continentes e expandiu a marca do clube em diversos países, inclusive se sagrando bicampeão mundial na Espanha em 2018 e 2019.
Sob o comando de Galiotte, o Palmeiras obteve recordes de faturamento – rompeu a barreira dos R$ 500 milhões em 2017 e chegou a R$ 688 milhões em 2018. Não à toa, o clube figurou pela primeira vez na edição especial da Revista Exame, que lista as 1000 empresas com maiores receitas no país. O Verdão também recebeu diversos troféus na área administrativa, como o Prêmio Gestão de Campeão, organizado pelo Movimento por um Futebol Melhor, por se destacar em três pilares: futebol profissional, programa de sócio-torcedor e Comercial e Marketing.
A renovação do contrato com a Crefisa e a FAM no início de 2019 colocou o Palmeiras no patamar europeu de patrocínio de camisa, atrás apenas dos 10 clubes mais ricos do mundo. Também em 2019, deu-se início à parceria com a PUMA para fornecimento de material esportivo, em um acordo que garantiria exclusividade da marca no Brasil e exploração da imagem do clube em todos os continentes.
Na área digital, o Verdão continuou crescendo e inovando. Lançou a Palmeiras Store.com, loja virtual 100% própria do clube, e a TV Palmeiras Play (depois, TV Palmeiras Plus), primeira plataforma de streaming de uma agremiação brasileira na história, sem contar a reformulação do aplicativo e do site oficial (transformando-o em um verdadeiro portal multimídia de conteúdo histórico e atual), além da criação de páginas do clube social no Facebook e no Instagram e do desenvolvimento de um sistema de login único para todos os canais Palmeiras, aumentando, assim a base de dados e melhorando os serviços oferecidos.
A atenção aos jovens palestrinos também é uma marca da era Galiotte. Foi neste período que o clube inaugurou a Academia de Futebol | Escolas Oficiais, inclusive com unidades em diferentes estados, e diversificou ações de inclusão e entretenimento com o projeto Torcedores do Futuro (levando estudantes de escola pública gratuitamente aos jogos do Verdão), o Setor Família (para que sócios Avanti pudessem acompanhar crianças de até seis anos de idade no Allianz Parque) e a instalação de brinquedos e atrações nos corredores do estádio.
Ciente da importância e do alcance da instituição fora das quatro linhas, o Palmeiras também reforçou a sua identidade solidária e de responsabilidade social. Por meio do projeto Por Um Futuro Mais Verde, o clube levantou de vez a bandeira da sustentabilidade e da proteção ao meio-ambiente, e não faltaram também campanhas de conscientização para prevenção de doenças e iniciativas de apoio a famílias de crianças desaparecidas, a mulheres vítimas de violência e a até a outros clubes de futebol (como o amistoso beneficente com a Chapecoense). Durante a pandemia de Covid-19, deu exemplo ao não demitir nenhum funcionário, inclusive mantendo os seus salários, e ainda pagando um 14º vencimento ao final de 2020, além de sempre se posicionar em acordo com os órgãos de saúde e as autoridades governamentais.
Os legados estruturais também são muitos. Na Academia de Futebol 1, além da inauguração do Centro Crefisa Capitão Adalberto Mendes (moderno local de treinamento e concentração dos atletas, referência no país), Galliote implantou o Complexo Técnico Patrono Luigi Cervo, reformando e ampliando o vestiário principal e as salas de trabalho, criando um vestiário secundário, estação de hidratação, gramado sintético em um dos campos e homenageando outras figuras históricas alviverdes como Oswaldo Brandão, Valdir Joaquim de Moraes e São Marcos. Em Guarulhos, a Academia de Futebol 2 também ganhou novos vestiários e escritórios administrativos. Já no dia 26 de agosto de 2021, data em que o Verdão comemorou 107 anos de existência, foi inaugurada a tão esperada Sala de Troféus dentro do Allianz Parque com cerca de cinco mil taças nas mais variadas modalidades – todas passaram por um cuidadoso processo de manutenção e revitalização.
No clube social, a gestão Galiotte proporcionou melhorias na rede de alimentação (inaugurando o Restaurante Jardim Suspenso, o Café 1914 e o Espaço Gourmet), na área infantil (criando a Brinquedoteca e reformulando o Parquinho), no Prédio Poliesportivo (reformando o ginásio, aplicando nova grama sintética na quadra de society e entregando novas quadras, inclusive uma dedicada à patinação e ao hóquei), no Prédio Multiuso (modernizando a sala de ginásticas, adquirindo novos aparelhos de musculação e lançando novas salas de Cultura e Arte), no espaço do tênis (construindo uma quadra de piso rápido, dois paredões e novos pontos de água e energia) e na comodidade e conforto do dia a dia do associado (disponibilizando portaria de acesso direto do estacionamento, bicicletário nas portarias, carros elétricos para transporte interno, totens para carregar celular e novos espaços para descanso e leitura ao ar livre).
Além disso, as portarias da Rua Palestra Italia e da Avenida Francisco Matarazzo passaram por um cuidadoso trabalho de revitalização – a Portaria Palestra Italia ganhou um espaço de atendimento mais amplo e uma aparência mais moderna, com direito a uma pintura histórica do ídolo Ademir da Guia, enquanto a Portaria Francisco Matarazzo teve a instalação de um deck para descanso, dois pontos de atendimento e nova fachada. Com um design moderno e que valoriza as cores do clube, o túnel de acesso ao Conjunto Aquático e ao Parquinho recebeu pontos de luzes e um escudo personalizado do Palmeiras. Já a parede externa do ginásio poliesportivo ganhou uma pintura em homenagem ao tricampeonato da Libertadores.
No Clube de Campo, além da reforma do Conjunto Aquático, vale destacar as diversas manutenções estruturais (como a troca de toda a parte hidráulica, a reformulação do salão de jogos, do departamento médico, dos vestiários e do painel de entrada do clube), as melhorias e pinturas das quadras de tênis e poliesportivas e a instalação de uma nova comunicação interna.
Paulo Nobre
Período: 2013 a 2016
22 de janeiro de 2013 a 15 de dezembro de 2016
Formado em Direito pela PUC-SP, o empresário, investidor e piloto de rali Paulo de Almeida Nobre nasceu em São Paulo-SP no dia 24/02/1968 e é sócio do Palmeiras desde 1983. Entrou para o Conselho Deliberativo em 1997, foi diretor social entre 1999 e 2002 e ocupou uma das vice-presidências entre 2007 e 2008 antes de se candidatar a presidente pela primeira vez em 2011, contra Arnaldo Tirone.
Assumiu a presidência em 22 de janeiro de 2013, aos 44 anos de idade, tornando-se o mais jovem mandatário a ocupar o cargo desde 1932, quando Dante Delmanto foi empossado com apenas 25 anos – naquela que ficou marcada como a última eleição indireta da história do clube, venceu Décio Perin por 153 votos de conselheiros contra 106. Já em 20 de novembro de 2014, foi reeleito para o mandato 2015-2016, desta vez pelo sufrágio direto dos associados: obteve 2.421 votos contra 1.611 de Wlademir Pescarmona.
Nobre promoveu um verdadeiro choque de gestão no Palmeiras ao profissionalizar completamente departamentos estratégicos como o Futebol, o Jurídico, o Financeiro, o Marketing e a Comunicação. Já o acordo com grandes empresas de tecnologia como a SAP e a Microsoft proporcionaram uma revolução digital nas operações contábeis e administrativas do clube, dando mais transparência e desburocratizando processos.
As receitas cresceram vertiginosamente graças, sobretudo, à reformulação total do Avanti. O programa de sócio-torcedor do Verdão passou a contar com descontos em redes de loja, sistema de rating para beneficiar os mais assíduos em jogos, inclusão de dependentes, clube de vantagens, experiências exclusivas em eventos e revista entregue em domicílio. Impulsionado principalmente pela inauguração do Allianz Parque, o Avanti alçou o Verdão à liderança em bilheteria e ocupação média de estádios no país, tornando-se uma das maiores fontes de renda do clube e um modelo para os outros times do Brasil.
A gestão também resgatou a credibilidade do Palmeiras no mercado, renegociando dívidas e assinando o maior acordo de patrocínio da história do clube – à época, com as estampas de Crefisa, FAM e Prevent Senior, a camisa do Verdão pulou para o primeiro lugar no ranking das mais valiosas do Brasil. Somando ainda a novas receitas de licenciamento de marca, o clube reestabeleceu o fluxo de caixa, deixou de pedir adiantamentos das cotas de direitos de transmissão às TVs e voltou a ser superavitário.
Foi também na era Nobre que o Palmeiras mergulhou de cabeça no mundo virtual com a criação da TV Palmeiras (hoje um dos maiores canais de clubes do mundo), o lançamento do App Palmeiras (primeiro aplicativo oficial do clube), a contratação de uma agência especializada em redes sociais e o aumento de investimento no Site Oficial e em páginas especiais na web. A gestão ainda entregou aos palmeirenses a rede de lojas oficiais Academia Store, viabilizou o lançamento da rede de restaurantes oficiais Cantina Palestra e deu início à implementação da rede oficial de escolinhas de futebol.
Na Academia de Futebol 1, o Palmeiras atingiu um novo patamar em estrutura graças à construção do Centro Crefisa Capitão Adalberto Mendes (que abriga mais de 30 suítes e todo o Núcleo de Saúde e Performance), à ampliação do quadro de funcionários das áreas médicas e científicas e à aquisição de modernos equipamentos de prevenção e tratamento de lesões.
A base, por sua vez, foi totalmente reformulada. Nobre acabou com o Palmeiras B e criou o Centro de Formação de Atletas, padronizando a metodologia de trabalho e promovendo a integração total entre as áreas técnica, médica e psicossocial, além de abrir intercâmbio com o futsal e estruturar uma rede de captação de talentos por todo o país. A Academia de Futebol 2, em Guarulhos, teve os campos reformados, aparelhos de fisioterapia adquiridos e ainda ganhou arquibancada, camarote e campo society.
Outro ambiente que mudou de cara foi o clube social. Após anos de obras do Allianz Parque, foram entregues aos associados um Prédio Multiuso e um Prédio Poliesportivo erguidos do zero, totalmente mobiliados e aparelhados pela gestão Nobre. O Parquinho passou pela sua maior reforma em 20 anos, com troca de todo o piso, inauguração de novas áreas e de novos equipamentos e disponibilização de monitores e atrações especiais aos fins de semana.
Além disso, o Conjunto Aquático também teve todo o seu mobiliário trocado, as quadras de tênis foram reconstruídas e um departamento de Comunicação Interna foi instituído, ampliando e profissionalizando a divulgação de informações e de serviços aos associados. No clube de campo, o salão de jogos e as piscinas foram reformadas.
Na esfera esportiva, foram dois títulos nacionais que ampliaram a hegemonia alviverde no país: a Copa do Brasil 2015 e o Campeonato Brasileiro 2016. Os ídolos Marcos, Oberdan e Dudu foram imortalizados com bustos no clube, enquanto o Porco, após 30 anos de exaltação nas arquibancadas, foi oficializado como um dos mascotes do Verdão ao lado do Periquito.
Arnaldo Tirone
Período: 2011 a 2013
20 de janeiro de 2011 a 22 de janeiro de 2013
Filho de Arnaldo Tirone, renomado dirigente que participou ativamente da política palmeirense nas décadas de 50 e 60, o empresário Arnaldo Luiz de Albuquerque Tirone nasceu em São Paulo-SP, no dia 27 de abril de 1950, e se tornou sócio do clube já aos quatro anos de idade, em 3 de março de 1955. Entrou para o Conselho Deliberativo pela primeira vez em 1976 e foi eleito conselheiro vitalício em 1991. Dois anos antes, já havia sido eleito para integrar o COF, posição que voltou a ocupar por 16 anos até virar membro nato do órgão.
Tirone também foi diretor de Relações Públicas e Secretário-Geral antes de ser eleito primeiro vice-presidente na segunda gestão de Affonso Della Monica, entre 2007 e 2008. Em 19 de janeiro de 2011, foi eleito presidente do Palmeiras com 158 votos no Conselho Deliberativo contra 96 de Paulo Nobre, 21 de Salvador Hugo Palaia e 1 de Carlos Bernardo Facchina Nunes – houve, ainda, 1 voto em branco.
Foi sob sua administração que o Palmeiras voltou a conquistar um título nacional, com a Copa do Brasil de 2012 – aquele fora o primeiro troféu nacional do Verdão no século, já que o último havia sido conquistado em 2000, com a Copa dos Campeões. No fim do ano, porém, a agremiação foi rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro.
Fora dos campos, Tirone deixou dois grandes legados. O primeiro foi a aprovação da alteração estatutária que instituiu as eleições diretas (ou seja, por meio do voto dos associados) para presidente do clube; o segundo foi a assinatura do contrato para a criação da franquia de lojas oficiais do Palmeiras, a Academia Store.
Na área de marketing houve um princípio de profissionalização do departamento, cuja maior contribuição foi a criação da Identidade Visual do Palmeiras e a padronização do símbolo oficial respeitando a descrição do estatuto e adotando um padrão estético moderno. Neste período também a diretoria assinou com a montadora Kia o maior contrato de patrocínio que o clube já havia tido.
Durante toda a gestão Tirone, o clube social se manteve improvisado por conta das obras de construção do Allianz Parque. Os departamentos e as modalidades foram acomodados em imóveis do clube localizados na região da sede e também em outros espaços alugados. A academia de musculação e ginástica, porém, recebeu aparelhos novos.
Salvador Hugo Palaia
Período: 2010
28 de setembro de 2010 a 12 de novembro de 2010
Empresário do ramo imobiliário, Salvador Hugo Palaia nasceu em 23 de março de 1934, em São Paulo-SP. Sócio do Palmeiras desde 01 de maio de 1951, entrou para o Conselho Deliberativo pela primeira vez em 1973 e foi eleito conselheiro vitalício em 1988.
Durante sua longa trajetória no clube, foi nomeado diretor das categorias de base de 1973 a 1976, diretor de futebol profissional nos biênios 1983/1984 e 2005/2006 e diretor financeiro de 1985 a 1986, de 2001 a 2004 e de 2007 a 2008 antes de ser eleito vice-presidente na gestão Luiz Gonzaga Belluzzo, em 2009/2010. Ocupou a presidência interina por 45 dias a partir de 28 de setembro de 2010 devido ao afastamento de Belluzzo por problemas de saúde.
Com Palaia como principal dirigente do clube, o Palmeiras viu a CBF promover a unificação dos títulos da Taça Brasil, do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e dos campeonatos brasileiros pós-1971, ratificando o Verdão na condição de Maior Campeão do Brasil. Foi ele também quem recebeu de forma oficial da Prefeitura de São Paulo o alvará para que o Allianz Parque começasse a ser erguido.
Ainda na gestão Palaia, a diretoria de marketing acertou com a TIM uma inédita propriedade de patrocínio, estampando a marca italiana dentro do número da camisa.
Luiz Gonzaga Belluzzo
Período: 2009 a 2011
26 de janeiro de 2009 a 20 de janeiro de 2011
O economista e professor Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo nasceu em Bariri, interior paulista, no dia 29 de outubro de 1942. Graduou-se em Direito e em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) em 1965 e, quatro anos depois, concluiu a Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto Latino Americano y Del Caribe de Planificacón Económica y Social (ILPES) da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CELPE), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1975, formou-se Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde é professor titular desde 1986.
Antes de chegar à presidência do Palmeiras, Belluzzo assumiu cargos de alto escalão no governo paulista e no governo federal, foi membro do Conselho de Administração de grandes empresas privadas, fundou a Faculdade de Campinas (Facamp), da qual é sócio e professor, e conquistou prêmios de destaque, como a inclusão no Biographical Dictionary of Dissenting Economists como um dos 100 maiores economistas do Século XX e o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano em 2005 pelo livro “Ensaios Sobre o Capitalismo no Século XX”, no qual dedica dois capítulos à Sociedade Esportiva Palmeiras e um capítulo ai ídolo Ademir da Guia.
Sócio do clube desde 01 de agosto de 1955, foi eleito para o COF por cinco mandatos (de 1977 a 1997) e eleito para o Conselho Deliberativo por dois (1997 a 2005) – em 2001, foi eleito conselheiro vitalício. Entre 2007 e 2008, encabeçou o Departamento de Planejamento na segunda gestão de Affonso Della Monica e liderou diversos acordos comerciais, como, por exemplo, o acordo com a WTorre para a transformação do Palestra Italia em arena multiuso, a implementação do setor Visa no estádio, a parceria com a Traffic para investimento em reforços para o time de futebol, o patrocínio da Samsung e da Fiat nos uniformes e o lançamento da “Sociedade dos Eternos Palestrinos”, com o objetivo de atrair novos sócios remidos para o clube.
A chegada ao cargo máximo do Verdão aconteceu em 26 de janeiro de 2009, quando venceu o pleito contra Roberto Frizzo por 145 votos a 123 – seis conselheiros votaram em branco. E foi na administração Belluzzo que o Palmeiras deu dois passos fundamentais para o crescimento do clube nos anos seguintes: o primeiro foi a assinatura da escritura de superfície com a WTorre e a obtenção da liberação por parte da Prefeitura de São Paulo para o início da construção do Allianz Parque, e o segundo foi o lançamento do programa da sócio-torcedor Avanti, remodelando totalmente o antigo Onda Verde.
Durante a gestão ainda foram realizadas reformas e construção de novos escritórios na Academia de Futebol 1, foi criada a Palmeiras Tour, agência de viagens e eventos oficial do clube, e a equipe adulta de basquete voltou às quadras após oito anos de inatividade. A parceria com a Traffic foi ampliada, e boa parte das instalações do clube foram transferidas para casas da região devido ao início das obras do novo estádio.
No final do mandato, entre setembro e novembro de 2010, Belluzzo precisou se afastar da presidência devido a um problema de saúde. Em seu lugar, assumiu o primeiro vice-presidente, Salvador Hugo Palaia, que foi o responsável por receber da CBF a confirmação da unificação dos títulos da Taça Brasil, do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e dos campeonatos brasileiros pós-1971, ratificando o Verdão na condição de Maior Campeão do Brasil. Na área de marketing, a diretoria acertou com a TIM uma inédita propriedade de patrocínio, estampando a marca italiana dentro do número da camisa.
Affonso Della Monica Netto
Período: 2005 a 2009
9 de janeiro de 2005 a 26 de janeiro de 2009
Advogado e ex-delegado de polícia, Affonso Della Monica Netto nasceu em 23 de agosto de 1936, em São Paulo-SP, e é sócio do Palmeiras desde 01 de agosto de 1948. Foi conselheiro suplente (1973 a 1976), membro do Conselho Deliberativo (1977 a 1992), comandou o Departamento de Esportes Amadores por quatro mandatos (1977 a 1982 e 1985 a 1986) e foi aclamado sócio benemérito em 1990 e conselheiro vitalício em 1991 antes de ser eleito vice-presidente do clube por seis mandatos (1993 a 2004). Em 2002, foi indicado Sócio Grão Benemérito.
A chegada à presidência pela primeira vez aconteceu em 09 de janeiro de 2005, ao ser eleito por 201 votos contra 40 de Seraphim Del Grande para um mandato de dois anos. A reeleição para o biênio 2007/2008, contra Roberto Frizzo, foi mais apertada: 157 a 125. Durante seus quatro anos de presidente, Della Monica sempre chefiou a delegação de Futebol Profissional, com efetiva presença, tanto em jogos oficiais ou amistosos, quer em nível nacional ou internacional, o mesmo ocorrendo em seus mandatos de 1º vice-presidente (1997 a 2004). Ainda como mandatário máximo do Verdão, ocupou a vice-presidência do Clube dos 13 entre 2008 e 2010 e foi condecorado pela Federação Paulista de Futebol com o “Grão Colar da Ordem Nacional de Mérito Futebolístico”.
Seu grande legado à frente do Palmeiras foi a assinatura do contrato de parceria com a WTorre, firmada em 2008, para a transformação do Estádio Palestra Italia em uma arena multiuso. Na própria gestão Della Monica, a casa palmeirense já havia recebido diversos reparos, como a criação do Espaço Visa no setor central das arquibancadas (com instalação de cadeiras e venda de ingressos exclusivamente pela internet pela primeira vez no futebol paulista); a substituição, ampliação e nova drenagem do campo de jogo; a nova iluminação com troca de holofotes e lâmpadas; a reforma completa dos banheiros, dos vestiários e de todos os camarotes, inclusive o da imprensa; e as inaugurações de uma nova sala de entrevistas e de uma ampla Tribuna da Presidência. Foi com este cenário que o Verdão se sagrou campeão paulista em 2008, voltando a conquistar o troféu estadual depois de 12 anos e saindo uma fila de oito anos sem títulos.
Na Academia de Futebol, os vestiários também foram ampliados, inclusive com a instalação de banheiras de hidromassagem, e um centro de imprensa foi inaugurado, com uma torre de dois andares na intersecção dos três campos contemplando estações de trabalho e sala de entrevista coletiva. Além disso, foi criado o Centro de Recuperação Física (CFR), embrião do atual Núcleo de Saúde e Performance (NSP), a partir da inauguração da nova sala de musculação e da aquisição de equipamentos mais modernos.
As categorias de base também tiveram atenção especial. Obras de drenagem deixaram os gramados da Academia de Futebol 2 em perfeitas condições para uso na chuva, e as peneiras de captação, que antes eram agendadas em campos alugados, passaram as ser realizadas em Guarulhos. Nas imediações do clube, um refeitório exclusivo para os meninos foi inaugurado. Houve ainda o acerto de parceria com um colégio particular para receber os jovens atletas do Verdão e a reativação das categorias mirim e pré-mirim, inclusive com o Palmeiras se tornando o primeiro campeão paulista sub-11 da história.
Com Della Monica no poder, a estruturação de um Departamento de Planejamento impulsionou o processo de profissionalização do Departamento de Marketing: foram lançados o programa Onda Verde (precursor do Avanti) e diversas experiências e ativações, como o Chute do Meio de Campo e o Palmeiras Camp, além da Mundo Palmeiras, primeira loja virtual do clube. O retorno da Adidas (em substituição à Diadora) como fornecedora de material esportivo gerou o primeiro caso de sucesso de uniformes número 3 no Brasil, com o modelo verde-limão. Já o acordo com a Fiat rendeu, à época, o patrocínio de maior valor entre os grandes clubes do país.
Além disso, o Departamento de Futebol pôde contar com um aporte de cerca de R$ 40 milhões graças ao acordo com a Traffic, empresa de marketing esportivo, e a campanha “Sociedade dos Eternos Palestrinos”, por sua vez, reforçou o caixa da instituição atraindo novos sócios remidos.
Outro setor que evoluiu vertiginosamente foi a da Comunicação. Pela primeira vez, o contato com os jornalistas deixou de ser feito por apenas um profissional e o clube passou a ter um setor específico de Assessoria de Imprensa. Com isso, houve também uma profunda reformulação no Site Oficial e a reativação da Revista do Palmeiras, suspensa desde 1997.
A tecnologia chegou também à área social, e o Palmeiras se tornou a primeira agremiação brasileira a adotar as urnas eletrônicas em suas eleições. A gestão ainda modernizou o clube com a reconstrução completa do Palácio do Tênis; a reforma dos vestiários femininos, do toboágua no Conjunto Aquático, do antigo Bar Inglês, dos departamentos de Judô e de Levantamento de Peso, da Sala dos Professores, do Departamento Médico e das quadras sociais de futebol e basquete; as ampliações do restaurante central e da Sala de Troféus, incluindo a criação do mezanino e restauração de taças; a troca de piso do ginásio e da quadra de vôlei; a reativação do Tênis de Mesa com a chegada do multimedalhista pan-americano Hugo Hoyama; a instalação de bebedouros em toda a área social; a reformulação do núcleo de seguranças, com uniformização, capacitação e aquisição de novos equipamento; e a pavimentação dos estacionamentos da sede e da Rua Padre Antônio Tomás.
Por sua proposta, o ginásio poliesportivo passou a se chamar “Ginásio de Esportes Vinício Fanucchi”, em homenagem ao grande ex-jogador de futsal palmeirense e ex-vice-presidente do clube. Foram criados ainda o Coral Alviverde junto ao Departamento de Cultura e Arte, composto exclusivamente por associados, e a Ouvidoria, anexa ao Departamento de Sindicância, e foi promovido o retorno da Missa Dominical, antigo anseio do corpo associativo, após muitos anos de ausência. No Clube de Campo, foram reformados piscina, vestiários masculino e feminino, Departamento Médico, restaurante, quadras esportivas e secretaria.
Em um dos seus momentos de maior emoção no comando do Palmeiras, no dia 30 de março de 2007, Della Monica teve a honra de anunciar a todos os torcedores o documento assinado pelo alemão Urs Linsi, secretário-geral da Fifa, reconhecendo o Alviverde Imponente como primeiro campeão mundial da história do futebol. Também sob sua administração, a Prefeitura de São Paulo instituiu o dia 20 de setembro como o Dia do Palmeiras e deu à passarela do Viaduto Antarctica o nome de Passarela Capitão Adalberto Mendes. Ambas as em homenagem aos 65 anos da Arrancada Heroica de 1942. Neste mesmo período, a estação de trem e metrô Barra Funda passou a se chamar Palmeiras-Barra Funda.
Mustafá Contursi
Período: 1993 a 2005
01 de janeiro de 1993 a 09 de janeiro de 2005
O empresário Mustafá Contursi Goffar Majzoub nasceu no dia 22 de setembro de 1940 no bairro do Brás, em São Paulo (SP), filho de pai de origem síria e mãe de origem italiana. Criado na Mooca, Zona Leste da capital, tornou-se sócio do Palmeiras em 1951, assumiu uma cadeira no Conselho Deliberativo pela primeira vez em 1968 e, três anos depois, foi nomeado para o seu primeiro cargo como diretor, no Departamento de Atividades Campestres. Eleito conselheiro vitalício em 1973, foi diretor de futebol em 1977-1978 e comandou a diretoria administrativa do clube por quatro biênios até ser eleito o 2º vice-presidente na segunda gestão de Carlos Facchina, em 1991-1992.
Eleito presidente pela primeira vez em 1993, é o recordista de tempo consecutivo à frente do Palmeiras – o período de 12 anos e oito dias como mandatário superou os 12 anos exatos de Delfino Faccchina entre 1959 e 1971. Foram cinco reeleições seguidas até o biênio 2003-2004. O último cargo que ocupou foi a presidência do Conselho Deliberativo em 2005-2006.
Fruto de um trabalho conjunto entre a diretoria do clube e a multinacional italiana Parmalat no Departamento de Futebol, o Palmeiras colocou fim à fila de 16 anos sem troféus com a conquista do Campeonato Paulista de 1993. Na mesma década, foi bicampeão brasileiro (1993 e 1994), faturou mais dois estaduais (1994 e 1996), um Torneio Rio-São Paulo (1933) e os inéditos títulos da Copa do Brasil (1998), Copa Mercosul (1999) e Copa Libertadores (1999).
Entre as realizações de suas gestões, destaque para a negociação com o poder público para instalação da Academia de Futebol 2 em Guarulhos (SP), exclusiva para as categorias de base – o local foi contemplado com cinco campos oficiais e dois pavilhões com vestiários, departamento médico, academia de musculação, rouparia, administração, alojamento para zeladoria, sistema de irrigação e depósito de água. Na Academia de Futebol 1, na capital, foram criados o departamento médico com tanque aquecido de hidroginástica, rouparia, almoxarifado e um espaço de imprensa, além de reformas no vestiário e na sala de musculação. Já o Estádio Palestra Itália ganhou uma nova arquibancada, ao lado das cadeiras numeradas, com capacidade para 2.500 pessoas.
O patrimônio imobiliário da instituição aumentou com aquisições de casas na Rua Padre Antônio Thomaz. Na sede social, foi feito um convênio com a antiga Eletropaulo e a Aneel para utilização de iluminação com redução de consumo, também foi construído um sistema de tratamento de água para reaproveitamento em lavandaria e irrigação de áreas verdes e foi instalado um gerador de emergência. Houve ainda crescimento e integração de diversos departamentos, informatização de serviços, duplicação da área da Sala de Troféus, criação de auditório com telão e ampliação do conjunto aquático com a construção de três piscinas cobertas e aquecidas, de um novo espaço de saunas e de um centro de conveniência, além de reurbanização e acréscimo de área no Playground, construção de pavilhão para departamento de ginástica olímpica, judô, bocha e boliche e inauguração de duas quadras de squash, de um campo sintético e de quadras externas. Também teve o lançamento do primeiro site oficial do Palmeiras, em 1998.
Carlos Facchina
Período: 1989 a 1992
Carlos Facchina
1989 a 1992
Nelson Duque
Período: 1984 a 1989
Nelson Duque
1984 a 1989
Paschoal Giuliano
Período: 1983 a 1984
Paschoal Giuliano
1983 a 1984
Bricio Pompeu de Toledo
Período: 1980 a 1982
Bricio Pompeu de Toledo
1980 a 1982
Delfino Facchina
Período: 1979 a 1980
Delfino Facchina
1979 a 1980
Bricio Pompeu de Toledo
Período: 1978
Bricio Pompeu de Toledo
1978
Jordão Bruno Sacomani
Período: 1976 a 1978
Jordão Bruno Sacomani
1976 a 1978
Paschoal Giuliano
Período: 1971 a 1976
Paschoal Giuliano
1971 a 1976
Delfino Facchina
Período: 1959 a 1971
Delfino Facchina
1959 a 1971
Mario Beni
Período: 1955 a 1959
Mario Beni
1955 a 1959
Paschoal Giuliano
Período: 1953 a 1955
Paschoal Giuliano
1953 a 1955
Mario Frugiuele
Período: 1951 a 1952
Mario Frugiuele
1951 a 1952
Ferruccio Sandoli
Período: 1949 a 1951
Ferruccio Sandoli
1949 a 1951
Hygino Pellegrini
Período: 1947 a 1949
Hygino Pellegrini
1947 a 1949
Francisco Patti
Período: 1945 a 1947
Francisco Patti
1945 a 1947
Mario Frugiuele
Período: 1945
Mario Frugiuele
1945
Estevam Margutti
Período: 1945
Estevam Margutti
1945
Hygino Pellegrini
Período: 1942 a 1945
Hygino Pellegrini
1942 a 1945
Italo Adami
Período: 1941 a 1942
Italo Adami
1941 a 1942
João Minervino
Período: 1940
João Minervino
1940
Italo Adami
Período: 1939 a 1940
Italo Adami
1939 a 1940
Enrico De Martino
Período: 1939
Enrico De Martino
1939
João Minervino
Período: 1939
João Minervino
1939
Italo Adami
Período: 1938 a 1939
Italo Adami
1938 a 1939
Raphael Parisi
Período: 1934 a 1938
Raphael Parisi
1934 a 1938
Dante Delmanto
Período: 1932 a 1934
Dante Delmanto
1932 a 1934
Eduardo Matarazzo
Período: 1928 a 1932
Eduardo Matarazzo
1928 a 1932
Giuseppe Perrone
Período: 1927 a 1928
Giuseppe Perrone
1927 a 1928
Francesco De Vivo
Período: 1927
Francesco De Vivo
1927
Giuseppe Perrone
Período: 1926 a 1927
Giuseppe Perrone
1926 a 1927
Francesco De Vivo
Período: 1925 a 1926
Francesco De Vivo
1925 a 1926
Giuseppe Perrone
Período: 1925
Giuseppe Perrone
1925
Francesco De Vivo
Período: 1923 a 1925
Francesco De Vivo
1923 a 1925
Davide Picchetti
Período: 1920 a 1923
10 de novembro de 1920 a 16 de abril de 1923
Davide Picchetti nasceu na Itália em 1870, foi conselheiro e vice-presidente do Palestra Italia e fez parte da comissão de compra do terreno do Parque Antarctica antes de cumprir dois mandatos na presidência do clube: o primeiro deles concluindo o mandato de Menotti Falchi, após ele e o sucessor Alberto Sironi retornarem à Itália, e a segunda sendo eleito em março de 1922, tornando-se o primeiro mandatário palestrino a ser votado por meio de um processo de eleição semelhante aos dos dias atuais – antes, em meio à turbulência de guerras e epidemias, os cargos eram preenchidos por aclamação após renúncias e desistências.
É considerado um dos principais personagens da história do Palestra Italia, promovendo um grande impulso nas finanças do clube para que ele tivesse autonomia para caminhar de modo organizado e sem intempéries. Ao final do segundo mandato, retornou à Itália, sendo homenageado pelos palestrinos com o título de sócio honorário. Em 1955, o Salão Nobre da Sociedade Esportiva Palmeiras foi batizado com o nome de Salão Davide Picchetti.
Em campo, o Palestra alcançou seu sonhado primeiro título estadual ao vencer o Campeonato Paulista de 1920 sobre o então tetracampeão Paulistano (nas duas outras edições disputadas, em 1921 e 1922, a equipe ficou com o vice). Destaque também para as chegadas das lendas Loschiavo e Serafini ao elenco e para a disputa do primeiro jogo internacional da história do clube, em outubro de 1922, contra a Seleção do Paraguai – a vitória por 4 a 1 na Chácara da Floresta rendeu o primeiro troféu internacional do Verdão, a Taça Guarany.
Picchetti foi fundador da Sociedade Anônima de Cultura Italiana (extinta no início dos anos 1940), membro do Conselho Deliberativo do Circolo Italiano (ocupando o cargo de vice-presidente da entidade em 1920 e por vezes atuando como presidente em exercício) e fez parte do Conselho Consultivo do Hospital Humberto I e das Sociedades Italianas de São Paulo, entre outras instituições da comunidade ítalo-paulistana.
Trabalhou nas cidades de Salto de Itu (SP) e São Roque (SP) como gerente da empresa de tecelagem Società Italo-Americana (SIA), depois rebatizada Brasital S.A. Uma de suas paixões era a equitação, sendo proprietário de cavalos de montaria. Foi nomeado como Cavalheiro da Coroa Italiana pelo governo da Itália em 1922 e é nome de rua na região do Parque do Terceiro Lago, Zona Sul de São Paulo.
Alberto Sironi
Período: 1920
23 de abril de 1920 a 10 de novembro de 1920
O arquiteto Alberto Sironi ocupou o cargo de presidente do Palestra Italia por alguns meses, na transição entre a saída de Menotti Falchi (que deixava o posto para cuidar da saúde na Itália) e o ingresso do novo mandatário eleito em assembleia geral, Davide Picchetti. Foi indicado ao cargo por ser um dos vice-presidentes da gestão e teve a honra de ser o signatário do contrato de compra do Parque Antarctica.
Nascido em 1882 na cidade de Milão, região da Lombardia (Itália), mudou-se com a família para Bologna, região da Emilia-Romagna (Itália), em 1898, e trabalhou com seu pai, o também arquiteto e professor Paolo Sironi, na edificação de diversas obras na cidade. Entre os primeiros trabalhos, está o desenho de uma pequena vila hoje situada no número 8 da rua Rodolfo Audinot (antiga Viale Sironi, em homenagem aos projetistas).
Em 1905, retornou a Milão, onde trabalhou no estúdio do arquiteto Cesare Benni, colaborando, sobretudo, no projeto de edifícios residenciais privados. Dez anos depois, veio morar no Brasil e atuou em diversos projetos em São Paulo e no Rio de Janeiro, inclusive fundando o estúdio “Sironi-Castagnoli”, especializado em construções com cimento armado e arquitetura paisagística. Entre seus trabalhos mais importantes na capital paulista destaca-se o projeto das dependências do Hospital Humberto I.
Retornou para Bologna no final de 1920 e morreu em 1924 após um acidente automobilístico.
Menotti Falchi
Período: 1919 a 1920
27 de maio de 1919 a 23 de abril de 1920
Nascido no dia 17 de abril de 1880 em Casalbuono, na província de Salerno, região da Campania (Itália), o industrial Menotti Falchi foi o grande responsável pela tão sonhada compra do terreno do Parque Antarctica. “Clubes menores possuem um campo. Temos de achar uma casa. Não é qualquer terreno que nos agrada, pois a grandeza da comunidade italiana e de nossos torcedores não concordaria”, disse o então presidente alviverde ao jornal Fanfulla, em fevereiro de 1920. “Um estádio moderno é o desejo de todo palestrino”, continuou o mandatário, já vislumbrando o gigante de concreto armado que seria inaugurado na década seguinte.
Apesar de não estar presente fisicamente na reunião de fundação do Palestra Italia devido a compromissos profissionais, Falchi foi um dos entusiastas incentivadores da criação do clube, sendo nomeado fundador por atos de benemerência. Assumiu a presidência da instituição no ano que ela voltou a disputar o Campeonato Paulista organizado pela APEA – novamente vice-campeã, a exemplo de 1917, a equipe se consolidava como grande potência futebolística da cidade – e se licenciou do cargo para cuidar da saúde na Itália, deixando todo o processo de negociação para a compra do Parque Antarctica encaminhada – a documentação foi assinada quatro dias depois, pelo sucessor Alberto Sironi.
Nome de destaque na comunidade italiana, sendo um dos poucos a ocupar o posto de presidente das três maiores associações ítalo-paulistanas (Circolo Italiano, em 1912-1917, Esperia, em 1903-1905 e 1918-1919, e Palestra Italia), foi o primeiro cidadão brasileiro a receber a carta de motorista, em 1904, e está entre os fundadores e doadores do Colégio Dante Alighieri, do Hospital Umberto I e da Sociedade Anônima de Cultura Italiana, além de contribuir com diversas outras associações e entidades de mútuo socorro que existiam em São Paulo.
Falchi foi sócio proprietário da Casa Falchi S.A., importante fábrica de chocolates da época, e constantemente promovia a distribuição e venda de bombons em dia de jogos do Palestra Italia. As primeiras publicidades em praças esportivas em São Paulo, aliás, foram justamente veiculadas pelas suas empresas. Nomeado “Cavalieri” pelo governo italiano, veio a falecer em 8 de fevereiro de 1922, na cidade de Florença, região da Toscana (Itália), vitima de doença desconhecida. A missa de sétimo dia ocorreu na igreja de Santa Efigênia, em São Paulo. Em outubro daquele ano, o seu retrato foi aprovado para ser colocado no salão de honra do Palestra Italia, onde foi feita uma homenagem à família. É nome de rua no município de Mauá, cujo bairro também é denominado como Vila Falchi.
Duilio Frugoli
Período: 1919
Duilio Frugoli
1919
Valentino Sola
Período: 1918 a 1919
05 de julho de 1918 a 21 de fevereiro de 1919
Décimo presidente da história do Palestra Italia, Valentino Sola tinha 32 anos de idade quando substituiu Duilio Frugoli. O jovem médico nascera em São Paulo, no dia 29 de junho de 1886, formou-se pela Faculdade de Medicina de Roma em 1912 e voltou ao Brasil após estágio em hospitais da capital italiana, de Nápolis e de Paris. Especialista em doenças de pele, doenças venéreas, urologia, tuberculose e lúpus, integrou o corpo médico do Hospital Humberto I, atual Matarazzo, até seu falecimento, aos 43 anos (6 de fevereiro de 1930), em São Paulo.
Em julho de 1918, Sola assumiu a cadeira mais importante do Palestra dias após a equipe, vice-campeã paulista no ano anterior, abandonar a competição por divergências com a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA). Ele, então, mobilizou clubes que estavam alijados da entidade a criar uma nova liga e manter o futebol com regras mais organizadas e justas.
Surgia a Federação Olímpica Paulista (FOP), composta por Palestra Itália, América, Americano, Campos Elyseos, Touring Club Paulistano e Luzitano. Imaginava-se um enfraquecimento do Palestra com a sua saída da APEA, entretanto, ocorreu justamente o contrário. O Palestra continuou lotando os campos onde atuava, enquanto a APEA ficou sem um dos seus mais rentáveis integrantes. O apogeu ocorreu no dia 01 de setembro, quando o Palestra derrotou a Seleção Mineira por 6 a 2 para um público de aproximadamente 15.000 pessoas no Parque Antarctica.
Em 01 de outubro, após reuniões conciliatórias, foi declarada a volta do Palestra para a entidade organizadora dos esportes em São Paulo e a extinção da FOP.
Gripe Espanhola
Em 20 de outubro, um domingo, minutos antes de serem iniciadas as partidas do dia e com os estádios já tomados pelos torcedores, agentes sanitários chegaram para impedir a realização dos jogos, exigindo que não se formasse concentração de público por causa da influenza hespanhola, que já se alastrava em solo paulista. Houve interrupção do calendário futebolístico por dois meses.
Liderado por Sola, o Palestra Italia abriu em sua sede, uma sala social do localizada na rua Líbero Badaró, centro da capital paulista, o primeiro posto de combate à doença na cidade. Foram montados 30 leitos de tratamento para os enfermos, que recebiam os cuidados diretamente de Sola, do seu colega de medicina Giuseppe Zaccaro e de uma equipe da Cruz Vermelha Brasileira.
Durante meses, o mandatário palestrino dedicou todos os esforços contra a doença que ceifou milhares de vidas no Brasil. Dos 20 locais de tratamento sob a supervisão da Cruz Vermelha Brasileira, o Posto Hospitalar Palestra Italia foi o terceiro que mais recebeu enfermos (atrás apenas da sede da própria entidade e do Posto da Comunidade Syria de São Paulo), segundo relatório publicado em fevereiro de 1919. Além disso, o Palestra doou, durante três meses, a quantia de 500 mil réis mensais aos órgãos de saúde para outros custeios necessários.
Em 4 de abril de 1919, Sola retornou para a Itália a fim de quitar as suas obrigações militares. Dedicou-se a contribuir no posto médico dos militares durante a Guerra Civil Italiana, que eclodiu naquele ano, e foi destacado para atuar na cidade de Fiume (hoje Rijeka, na Croácia), onde os italianos travaram uma batalha com os croatas pela conquista daquele território.
Retornou a São Paulo em 1921, já casado com a senhora Ignez Galizia, em matrimônio realizado na cidade de Nápoles. Manteve suas atividades médicas na capital paulista e esteve ativo no Palestra Italia como conselheiro e associado. Anos mais tarde, foi homenageado pela Prefeitura com nome de rua, Doutor Valentino Sola, no bairro Jardim da Gloria, na Zona Sul.
O médico dos humildes e desamparados era também conferencista, ensaísta, poeta e jornalista. Foi colaborador de La Stampa Sportiva, no qual assinava matérias com os pseudônimos de Doutor Esse e Edelweis, e também presidente da Sociedade Dante Alighieri. O seu grande objetivo era estreitar os laços que uniam o Brasil e a Itália e, em reconhecimento, recebeu do governo italiano a outorga da Cruz de Cavaleiro da Coroa da Itália.
Como Sola, outros dois presidentes alviverdes também exerceram a profissão de médico: Raphael Parisi (1934 a 1938) e Francisco Patti (1945 a 1947).
Duilio Frugoli
Período: 1918
11 de abril de 1918 a 05 de julho de 1918
21 de fevereiro de 1919 a 27 de maio de 1919
Duilio Frugoli nasceu em 1888 no bairro de Santa Efigênia, em São Paulo, e se destacou no ramo comercial como proprietário, ao lado de seus irmãos Lido, Dandalo e Ansano, das empresas Ricco, Frugoli & Companhia, Frugoli S.A. Despachos Aduaneiros e Amedeo Frugoli S.A. Comercial e Comissária.
Sócio do Palestra Italia desde os primeiros tempos, Frugoli ocupou o cargo de vice-presidente em 1917 antes de assumir a presidência em duas ocasiões. A primeira ficou marcada pelo início da rivalidade com o Paulistano, que não escondia o incômodo com o rápido crescimento do “time dos italianos” no esporte até então dominado pelos clubes de elite. A derrota na casa do rival, pela sexta rodada do campeonato estadual, terminou em briga generalizada após flagrantes erros de arbitragem e muita provocação dos dirigentes locais. Revoltados, os palestrinos romperam com APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e abandonaram a competição, da qual haviam sido vice no anterior, justamente atrás do time do Jardim América. Já a segunda gestão teve como destaque a conquista da Taça Pinoni em dois jogos contra o Corinthians em 1919 – o confronto não chegou a terminar devido a uma briga em campo.
Frugoli ainda ocupou o posto de diretor esportivo em 1925, foi tesoureiro do clube nos anos 1930 e serviu ao Conselho Deliberativo até os anos 1950, recebendo o título de Sócio Grã Benemérito. Também atuou como representante do Palestra Italia junto à APEA, foi associado do Circolo Italiano e participou da diretoria do Bridge Clube Paulistano.
Ludovico Bacchiani
Período: 1917 a 1918
Ludovico Bacchiani
1917 a 1918
Guido Sarti
Período: 1917
05 de janeiro de 1917 a 26 de dezembro de 1917
Nascido em 1º de maio de 1885, em San Vito, na província de Lucca, região da Toscana (Itália), Guido Sarti trabalhava no ramo comercial de café e cereais, sendo a sede de seu negócio situada no centro da cidade de São Paulo.
Presidiu o Palestra Italia por toda a temporada de 1917, ano em que a instituição, após perambular por diversas pequenas salas alugadas, instalou-se em sua primeira sede fixa, localizada na rua Líbero Badaró, também no centro da capital.
Logo no início da gestão Sarti, a equipe foi reforçada com nomes como os dos atacantes Caetano, Ministro e Martinelli, três dos responsáveis por levar o clube ao seu primeiro grande desempenho esportivo, o vice-campeonato paulista de 1917.
Fez parte da primeira diretoria da Sociedade Anônima Auto-Sportiva Paulista, que visava a construção de um grande autódromo na capital e outras benfeitorias para os praticantes de esportes automotivos. Também foi associado do Circolo Italiano de São Paulo.
Frederico Sutti
Período: 1916 a 1917
17 de novembro de 1916 a 05 de janeiro de 1917
O italiano Frederico Sutti era advogado de formação e ocupou o cargo máximo do Palestra Italia durante um breve hiato de poder em virtude do afastamento solicitado por Ludovico Bacchiani. Permaneceu no clube como conselheiro até 1920, sempre auxiliando as gestões nesse período.
Um dos fundadores da Sociedade Anônima de Cultura Italiana, extinta no início dos anos 1940, era associado do Circolo Italiano de São Paulo e figura ativa nos principais eventos da comunidade nos anos 1910, frequentando cerimônias oficiais com autoridades que visitavam o país e participando da mobilização pela criação de um busto em memória do ilustre Líbero Badaró. Foi também um dos diretores responsáveis pela Estamparia Belenzinho, de propriedade da família Matarazzo.
Encenou algumas peças teatrais no Teatro Municipal, sempre em caráter filantrópico, com destaque para a comédia “Fogo no Convento”, em 1919, com renda revertida para a Cruz Vermelha Brasileira e para o auxílio às famílias dos reservistas paulistanos mortos na Primeira Guerra Mundial.
Ludovico Bacchiani
Período: 1916
25 de janeiro de 1916 a 17 de novembro de 1916
26 de dezembro de 1917 a 11 de abril de 1918
Ludovico Bacchiani nasceu em 17 de fevereiro de 1887, em Roma, na região do Lácio (Itália), e dedicou sua vida aos esportes. Foi atleta da equipe de remo do Esperia – conquistou a primeira vitória interestadual para o clube paulista na modalidade, em 1905 – e também se destacou no atletismo e na natação.
Um dos primeiros e mais ativos sócios do Palestra Italia, inclusive auxiliando na organização desportiva da instituição, Bacchiani era o presidente quando o clube foi credenciado a disputar o Campeonato Paulista pela primeira vez, em 1916. A aproximação à APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e aos seus afiliados se intensificou no início daquele ano, já na gestão Bacchiani, quando, em meio ao processo de desativação do principal campo de São Paulo, no Velódromo, os palestrinos articularam junto às Indústrias Matarazzo a remoção e o transporte das arquibancadas para o campo da Chácara da Floresta, pertencente à AA Palmeiras, um dos maiores apoiadores da entrada do Palestra no campeonato oficial a cidade.
E foi na própria Chácara da Floresta que o Palestra debutou no Campeonato Paulista, empatando com o Mackenzie por 1 a 1 em 13 de maio de 1916. Naquele mesmo dia, o defensor Bianco Gambini, que disputara alguns amistosos com a equipe em 1915 (inclusive tendo marcado o primeiro gol da história do clube no jogo de estreia da instituição, dia 24 de janeiro), ratificava a adoção definitiva do Palestra, clube que defendeu até 1929. Outra lenda que chegou na gestão Bacchiani foi o atacante Heitor, que vestiu a camisa alviverde até 1931.
Bacchiani também foi técnico da equipe principal de futebol por um ano, entre novembro de 1916 e novembro de 1917, justamente no intervalo entre as duas vezes em que assumiu a cadeira de presidente. Era ele, portanto, o comandante palestrino no primeiro Derby da história, em maio de 1917, com vitória por 3 a 0, e também na conquista do primeiro vice-campeonato paulista, naquele mesmo ano.
Em 1918, quando Bacchiani já se tornara o primeiro ex-presidente palestrino a reassumir o posto, o Palestra disputou sua primeira partida contra um time de fora de São Paulo e a primeira fora da capital paulista, diante do São Cristóvão-RJ, no Rio de Janeiro – perdeu o duelo de ida, válido pela Taça Jornal do Comércio, mas venceu o da volta na Chácara da Floresta e conquistou seu primeiro troféu interestadual.
Na sequência, o Palestra foi convidado pelo Corinthians para a inauguração de seu campo próprio, na Ponte Grande. Era o primeiro confronto entre os clubes valendo taça. A partida terminou empatada em 3 a 3 e, uma semana depois, no jogo-desempate, a vitória por 4 a 2 garantiu aos palestrinos a primeira conquista sobre o rival, levando para a casa o troféu oferecido pela Associação dos Cronistas Sportivos.
No anos seguintes, Bacchiani ocupou outros cargos no clube, com destaque especial para a direção geral de esporte, e atuou como conselheiro por diversos mandatos, sendo um dos membros de honra da Comissão Pró-Estádio Palestra Italia em 1933, quando da construção das primeiras arquibancadas de concreto.
Também foi presidente do Esperia entre 1922 e 1923 e foi associado do Circolo Italiano. Serviu no Batalhão da Cruz Vermelha Brasileira na Revolução Constitucionalista de 1932.
Francesco De Vivo
Período: 1915 a 1916
10 de dezembro de 1915 a 25 de janeiro de 1916
16 de abril de 1923 a 05 de maio de 1925
28 de novembro de 1925 a 16 de abril de 1926
04 de março de 1927 a 09 de setembro de 1927
Nascido em Castellabate, na província de Salerno, região da Campania (Itália), o empresário e filantropo Francisco de Vivo era filho de Giuseppina Matarazzo De Vivo, irmã do Conde Francesco Matarazzo, ou seja, era sobrinho do grande benfeitor da comunidade italiana brasileira e do Palestra Italia.
Esteve na reunião de fundação do Palestra Italia em 26 de agosto de 1914, sendo nomeado primeiro tesoureiro da história do clube. Ocupou todos os principais cargos da diretoria executiva, chegando à cadeira principal pela primeira vez ainda no tumultuado ano de 1915, marcado pela troca constante de presidentes e por períodos de vácuo de poder. Volta ao posto máximo mais três vezes, na não menos efervescente década de 1920, alternando-se no poder com Giuseppe Perrone. Foi reconhecido sócio Grande Benemérito em 1945.
Usou da sua influência na comunidade italiana para consolidar o quadro social do Palestra Italia nos primeiros tempos, foi um dos principais responsáveis pelo elo entre a família Matarazzo e o clube e teve participação decisiva nas tratativas para a compra do terreno do Parque Antarctica. Foi sob seu comando que, no dia 19 de dezembro de 1915, o Verdão disputou sua primeira competição, a Taça Caridade (torneio beneficente com a presença de clubes tradicionais como Paulistano, AA das Palmeiras, São Bento, AA Mackenzie e Scottish Wanderers). Também com ele como presidente o Palestra realizou a primeira excursão fora do país (Uruguai e Argentina, em 1925) e conquistou seu primeiro Torneio Início do Campeonato Paulista (1927), além de criar o Departamento de Pallacanestro (atual Departamento de Basquete, em 1923).
Fora do clube, De Vivo participou ativamente como colaborador do Hospital Humberto I – em 1917, por exemplo, patrocinou uma campanha para arrecadação de fundos para a casa de saúde, organizando quermesses e festivais, possibilitando o aumento do número de leitos da enfermaria e a disponibilização de novos laboratórios ao público.
Foi presidente do Clube Esperia, diretor do Circolo Italiano de São Paulo, dirigente da extinta Sociedade Guglielmo Oberdan, colaborador de diversas outras associações italianas e proprietário da também extinta Lojas Reunidas.
É nome de rua no bairro de São Mateus, Zona Leste de São Paulo, e foi agraciado pelo Governo Italiano com o título de “Cavaliere Ufficiale della Corona”, entre outras honorificências.
Fabio Ferré
Período: 1915
18 de agosto de 1915 a 10 de dezembro de 1915
Nascido em 9 de outubro de 1893 na cidade de São Roque, interior de São Paulo, Fabio Amerigo Ferré foi o primeiro presidente do Palestra Italia de naturalidade brasileira. Assumiu o cargo aos 21 anos de idade, após dois ex-presidentes italianos (Augusto Vaccari e Leonardo Pareto) precisarem se afastar e embarcar para a Europa lutar pela Itália na Primeira Guerra Mundial.
Sete meses antes de se tornar o mandatário do clube, Ferré jogou pelo Palestra na primeira partida da história alviverde, dia 24 de janeiro de 1915, com vitória por 2 a 0 sobre o Savoia de Votorantim, no atual município de Sorocaba (SP). O ponta-esquerda ainda entrou em campo outras vezes pelo Palestra, inclusive uma delas foi já na condição de presidente, em outubro daquele ano, com derrota para o Santos. Também atuou como treinador das equipes palestrinas e foi diretor esportivo em anos posteriroes.
Ferré era empresário e advogado, formado no curso de Direito do Mackenzie College, instituição pela qual jogou futebol. Participou da fundação da Associação Atlética da Floresta em 1916 e foi atleta do Bohemios Foot-ball Club, ambos da cidade de Osasco (SP), além de ter sido presidente do Clube Esportivo América, antigo Clube Atlético Silex, agremiação do bairro do Ipiranga egressa da fábrica de mesmo nome e que militou na elite do futebol nos anos 20 e 30.
Leonardo Pareto
Período: 1915
16 de junho de 1915 a 18 de agosto 1915
Nascido em 10 de setembro de 1885 em Gênova, região da Ligúria (Itália), Leonardo Antonio Luigi Giuseppe Pareto trabalhou no Banco Francês-Italiano e na Casa Bancária Briccola de São Paulo como contador. Assumiu a presidência do Palestra Italia em caráter de urgência, em um momento em que diversos italianos e descendentes residentes no Brasil foram convocados pelo exército da Itália para defender o país na Primeira Guerra Mundial. Também por conta dos compromissos militares, deixou o cargo no clube após dois meses para atuar no fronte de batalha.
Fez parte da diretoria do Clube Esperia como segundo secretario em 1913, ao lado de Menotti Falchi e Ludovico Baccchiani, que anos mais tarde também assumiram a condição de presidentes do Palestra Italia. Foi membro do Circolo Italiano de São Paulo, onde, junto com outros combatentes na Primeira Guerra Mundial, foi homenageado quando retornou à cidade após o conflito.
Sob sua direção, a história registra apenas um jogo, contra o Paulistano, no Velódromo, casa do rival. Foi a terceira partida do Palestra que se tem conhecimento, a primeira derrota.
Augusto Vaccari
Período: 1914 a 1915
25 de outubro de 1914 a 16 de junho de 1915
Funcionário da Agência Geral Cinematográfica Blum & Sestini, em São Paulo, Augusto Vaccari era filho do general Vaccari, do exército italiano. Na condição de sub-tenente, foi convocado como reservista para combater pela Itália na Primeira Guerra Mundial ainda quando exercia as suas funções de presidente eleito do Palestra Italia e serviu no regimento da 24ª Cavalaria em Vicenza, região do Vêneto (Itália). Foi morto em batalha e está enterrado como herói de guerra no mausoléu dedicado aos soldados em frente ao Palazzo Comunale, na cidade de Castel San Pietro Terme, província de Bolonha, na região da Emilia Romagna (Itália).
Foi em sua gestão que o Palestra Italia promoveu, em 9 de janeiro de 1915, um suntuoso jantar no Salão Nobre do Sport Club Germânia para se apresentar à sociedade paulistana. E dias depois, em 24 de janeiro, a equipe disputou sua primeira partida oficial (amistoso diante do Savoia, no atual município de Sorocaba, com vitória palestrina por 2 a 0).
Também no primeiro semestre de 1915, o Palestra teve aceita a sua inscrição na Associação Paulista de Sports Athléticos (APSA), principal federação do estado à época, preparando o caminho para a estreia no Campeonato Paulista em 1916.
Ezequiel Simoni
Período: 1914
26 de agosto de 1914 a 25 de outubro de 1914
Profissional liberal com formação e atuação na área de pedicuro (tratamento da saúde dos pés), Ezechiele Simone nasceu no ano de 1869 em Pisa, na região da Toscana (Itália), e faleceu em 27 de abril de 1945, sepultado no Cemitério do Araçá, na capital paulista.
Aos 45 anos de idade, foi a voz experiente na reunião de fundação do Palestra Italia, usando a palavra com competência, com critério, sem alardear empáfia inoportuna. Ensinou como se iniciava uma sociedade de modo prático: os propósitos, os estatutos, os sócios, a sede social, os primeiros subscritores, a primeira assembleia para nomeação dos dirigentes, enfim, todas as questões burocráticas a serem cumpridas.
Esse conhecimento foi adquirido principalmente entre 1911 e 1912, quando presidiu a Associação Dramática R. Cosmopolita, localizada no centro da cidade de São Paulo, dedicada às artes (teatro, saraus, poesias, danças, música e afins). Simoni, aliás, era um líder conhecido por sua atuação junto ao operariado, organizando atividades de propaganda em organizações anarquistas da época, como o Grupo Libertário Germinal e a Federação Operária de Santos, e se envolvendo em atividades teatrais anarquistas.
Por unanimidade, foi aclamado o primeiro presidente do Palestra Italia no ato de fundação da sociedade. O vice-presidente da gestão foi Luigi Emanuelle Marzo, tesoureiro da Associação Cosmopolita na época de Simoni e também sócio fundador palestrino.