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Na semana do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, os atletas e membros da comissão técnica das equipes Sub-14, Sub-16 e Sub-17 do Verdão acompanharam palestra sobre racismo estrutural. Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, e Jailson Vilas Boas, jornalista da ESPN, foram os responsáveis por debater a temática a partir de recortes dentro e fora das quatro linhas.
Organizado pelo Núcleo Psicossocial da Base, o evento teve como intuito promover o letramento racial dos jovens atletas palestrinos. Além de abordarem conceitos, os convidados compartilharam vivências de casos nos quais o racismo se manifesta de forma velada, buscando ampliar a bagagem das Crias da Academia quanto à compreensão de práticas inaceitáveis. Marcelo, com vasta experiência no campo acadêmico, e Jailson, diarimente exposto às dinâmicas da mídia, aportaram visões plurais para o debate.
“Estamos falando de atletas que podem sofrer ou cometer racismo. Precisamos educá-los, conduzir um trabalho de conscientização para que entendam o que é racismo, que não é apenas o xingamento ou gesto de macaco. Quando falamos de latramento racial, nos referimos a ensinar esses meninos a se defender. Você vê muito jogador profissional que denuncia racismo, mas não quer falar sobre por dizer que não entende muito sobre o tema. Por isso, é fundamental educar na base, para que saiam mais conscientes e não reproduzam certas práticas”, afirmou Marcelo.
“Eles estão em formação, mas, infelizmente, já são monitorados desde muito cedo, cobrados por posicionamento a nível profissional, de alguém que já tenha concepções de vida consolidadas. Então, a melhor saída é a educação, ter boas referências para saber o que fazer em determinadas situações. ‘O que devo fazer se sofrer injúria racial durante um jogo?’. Falar com o árbitro, existe um protocolo contra o racismo. O importante é saber o que fazer nesses casos e, principalmente, conhecer negros e negras que fizeram parte da história brasileira e mundial”, pontuou Jailson.
Em julho, os atletas do Sub-15 alviverde realizaram visita ao Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, localizado no Parque do Ibirapuera. As Crias da Academia puderam conhecer a fundo a história da formação étnica-cultural do país, entrando em contato com o acervo de mais de oito mil obras relacionadas ao universo afro-brasileiro.
Na última semana, o Núcleo Psicossocial do Centro de Formação de Atletas também organizou uma palestra para discutir o combate à violência contra a mulher. Jogadores e staff das categorias Sub-15, Sub-16 e Sub-17 acompanharam o debate a respeito das camadas da cultura do estupro, dos elementos que acarretam o silenciamento das vítimas e da obrigatoriedade do conscentimento em suas mais diversas facetas.
