Diego Souza: “O Palmeiras não é cachorro morto. Quero conquistar títulos”
Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia
Expulso na derrota para o Santo André, o meia Diego Souza concedeu uma longa entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira [04], na Academia de Futebol, e comentou o mau momento do Palmeiras no Campeonato Paulista.
Apesar de estar bastante triste com a situação atual, o camisa 7 destacou a união do elenco alviverde e afirmou que acredita na recuperação do time. “Não está nada perdido. Se deixarem chegarmos às semifinais, não pensem que vão bater em cachorro morto”, avisou.
Diego reconheceu que a equipe está devendo futebol, mas lembrou que a maior parte deste grupo é a mesma que liderou o Campeonato Brasileiro de 2009 por 19 rodadas e, portanto, tem potencial. Além disso, o jogador negou que pense em deixar o Verdão. “Quero conquistar títulos de expressão aqui.”
Confira os principais trechos da entrevista concedida por Diego Souza:
RENDIMENTO DO TIME
Sem dúvida a gente sabe que pode render muito mais. No ano passado, lideramos o Campeonato Brasileiro por 19 rodadas, o que mostra que temos uma equipe forte. Os jogadores são praticamente os mesmos, então sabemos que estamos devendo futebol.
FRUSTRAÇÃO DE 2009
Nem sempre o time que lidera o campeonato consegue ser campeão. Foi frustrante, claro, mas o Brasileiro é o mais difícil de ser jogado, pois todas as equipes são muito fortes dentro de casa. Estamos em uma outra temporada e temos de saber lidar com essa frustração.
RECUPERAÇÃO
Para sair desta situação, temos de trabalhar dobrado, ter personalidade para ir a campo e jogar com todas as dificuldades. Infelizmente, está sendo difícil jogar até dentro de casa, pois o torcedor está sem paciência, mas acredito no potencial e na vontade do grupo.
CAMPEONATO PAULISTA
A gente sabe que a situação está complicada, mas não é impossível se classificar. Não está nada perdido aqui. Temos sete jogos ainda e as coisas podem melhorar. No futebol, só serve ganhar. Só assim podemos nos recuperar e chegarmos até as semifinais. E se deixarem chegarmos às semifinais, não pensem que vão bater em cachorro morto, não.
RENDIMENTO INDIVIDUAL
Muitas pessoas me criticam, mas eu acho que as coisas têm de ser mais bem avaliadas. Eu comecei o campeonato bem, fazendo gols, e depois me machuquei, fiquei dez dias parado. Em um início de temporada, este tempo é fundamental. A gente já não tinha tido um bom tempo de pré-temporada e eu voltei a jogar contra a Portuguesa sem ter treinado, só feito o recreativo. Desde então, estamos jogando duas vezes por semana e eu não tive chance de melhorar a parte física. Mas também não posso ficar me lamentando. Tenho entrado em campo em todos os jogos e procurado dar o meu melhor. Como vou ficar sem jogar por dez dias até a partida contra o Santos, poderei fazer um fortalecimento muscular porque sou um jogador que preciso estar bem fisicamente para render o esperado.
CRÍTICAS
Venho sendo criticado desde o fim do Brasileiro. Ser vaiado e cobrado não é mais novidade pra mim. Claro que é chato, sempre honrei a camisa do Palmeiras, defendi o clube da melhor maneira possível, conquistei grandes vitórias aqui e não fico contente com o que está acontecendo, mas isso não vai me fazer pensar em sair do Palmeiras, em não querer mais ganhar. Eu quero dar a volta por cima, assim como todo o grupo, que é qualificado. O que quero é ganhar títulos aqui. Minha maior tristeza é não ter conquistado um título de expressão depois de ter chegado perto dois anos.
PRESSÃO NO PALESTRA
A gente pede o carinho e o apoio da torcida porque ela é importante, mas, se o apoio não vier, temos de saber lidar com a pressão. Sabemos que não podemos sair perdendo porque fica muito mais difícil buscar a vitória, os nervos ficam à flor da pele. A cobrança da torcida não muda meu pensamento de vencer no Palmeiras. O clima no grupo é muito bom. Se eles [torcedores] querem vaiar, que vaiem, mas peço que eles sempre lotem o estádio e lutem com a gente durante o jogo. Depois da partida, se quiserem vaiar, tudo bem. Mas a torcida do Palmeiras tem que abraçar o time. Sabemos que a fase é difícil, e o apoio da torcida é muito importante. Quando todos estão remando para o mesmo lado, o Palmeiras é muito forte.
ROTINA FORA DE CAMPO
Minha rotina sempre foi a mesma. Nunca fui de balada, de sair à noite. Saio para jantar apenas. Não posso mudar minha rotina, não posso ter medo, porque aí seria o caso de não permanecer mais no clube. E esse não é o meu pensamento.
POLÍTICA
A gente não se envolve com isso, normalmente nem sabemos o que está se passando. Não posso falar que é por isso que o time está mal, até porque eu, particularmente, nem entendo muito de política. Eu entendo de chegar aqui no horário, trabalhar corretamente e lutar pela vitória dentro de campo.
MARCOS
O Marcos é um líder, um ídolo, tem uma história fantástica. Quando ele está de cabeça quente, acaba falando algumas coisas sem pensar. Creio que ele não pensa em parar no fim do ano. Algumas situações o deixam chateado, mas futebol é assim, existem fases, e a fase que estamos passando é difícil. Temos que reverter a situação trabalhando, de repente nos concentrarmos mais. Sem as vitórias, essa nuvem negra não vai passar. Sou um amigo do Marcão, a gente conversa bastante e acredito que ele vai cumprir o contrato até o fim e vai parar por cima. Agora, se ele decidir mesmo parar, a gente tem mais é que bater palmar para ele, pela pessoa que ele é e por tudo o que ele conquistou no futebol. Eu torço para que ele jogue até os 45 anos porque ele continua em alto nível. Ele é o capitão da nossa equipe, uma referência para nós.
Clique aqui para deixar seu recado ao meia palmeirense