“Quero voltar a ser o guerreiro de sempre”, afirma Pierre

Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia

O volante Pierre concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira [14] ao lado do dr. Vinícius Martins para falar sobre a cirurgia que o deixará três meses afastado dos gramados. Confiante, o camisa 5 afirmou que jogou o quanto podia, agradeceu o empenho do departamento médico do Palmeiras para colocá-lo em campo mesmo com limitações físicas e disse acreditar que ainda terá “sete ou oito anos” de carreira em alto nível.

“O meu maior objetivo é poder voltar aos gramados sem sentir nenhuma limitação, sem sentir nenhum tipo de dor. Tudo o que estava previsto para fazer foi feito. Fiquei um período em repouso, usei palmilha especial, mas é uma dor que estava me limitando muito e eu cheguei ao meu limite. Espero voltar aos gramados sem dor e poder render nos anos de 2007, 2008 e 2009”, declarou.

Pierre sofre de uma fascite plantar no pé direito e passou por vários tipos de tratamento, que incluíram fisioterapia, uso de PRP (Plasma Rico em Plaquetas) e terapias por ondas de choque. “Em 15 anos, nenhum atleta precisou operar por esse tipo de patologia. Conversamos com outros colegas de profissão, com colegas que trabalham em outros tipos de esporte, e é uma patologia muito rara”, comentou Martins. “Fizemos um intensivo tratamento com palmilhas, infiltrações, PRP, corticóide, fisioterapia, ele também fez trabalho durante as férias, enfim, tentado todos os recursos para não fazer a cirurgia. Tivemos uma melhora, mas não foi satisfatória e estava impedindo que ele jogasse o futebol de sempre”, continuou.

“Pensamos em fazer a cirurgia em dezembro, mas tentamos mais um recurso de terapia e houve uma melhora. O atleta ficou animado, o médico responsável tem muita experiência, e ele mesmo disse que todos os atletas que passaram por ele não precisou operar. Não vamos operar sem tentar o último recurso. O Pierre perdeu parte das férias, quando retornou, também continuou, teve a melhora. Porém, durante o treinamento, após os jogos, não estava realmente sanado. Com o esforço, ele voltou a sentir. Tentamos de tudo”, completou.

O camisa 5 disse que jogou várias partidas no sacrifício em 2010. “O Felipão perguntou se poderia contar comigo e eu me coloquei à disposição, mas cheguei ao meu limite. Então resolvi, de acordo com departamento médico e a família, que era o momento certo para operar”, comentou. “Como é uma dor na sola do pé, todo momento de giro, freada e salto, incomoda bastante. Nos jogos, no início, você não sente tanto. Mas quando você vai para o intervalo, esfria e volta para o jogo, aí esquece. E o pós-jogo era algo muito sofrido. Às vezes, para colocar o pé no chão, era difícil. Se fosse qualquer outro jogador, já teria parado antes do que eu”, acrescentou.

Questionado se em algum momento temeu em não conseguir mais atuar em alto nível, Pierre disse que “passa mil e uma coisas na cabeça do atleta”. “Principalmente o incômodo de jogar e não render o que eu fazia nos anos anteriores. Isso vinha me incomodando há tempo. Depois disso, veio o banco de reservas… Mas eu busco força em Deus, estou bastante confiante que vai ocorrer tudo bem. Sempre penso que o valente se cansa, mas nunca desiste. Eu tenho mais um obstáculo, mais uma luta para superar e voltar”, falou. “Tenho 28 anos ainda, tenho sete ou oito anos de bola pela frente. Era preciso parar nesse momento”, finalizou.