Felipão elogia rival, mas espera pôr fim a tabu: “Claro que incomoda”
Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia
O Palmeiras entrará em campo no domingo [27] disposto a derrubar um tabu que já dura oito anos. Isso porque a equipe alviverde não consegue bater o São Paulo atuando no estádio do Morumbi desde 2002 –foram 16 partidas neste período, com 11 vitórias do rival e 5 empates.
“Claro que isso incomoda”, afirmou o técnico Luiz Felipe Scolari durante a entrevista coletiva desta sexta [25]. O treinador, porém, lembrou que “o tabu, um dia, vai ser quebrado”. “Não tem que trabalhar nada a mais por causa disso. São 16 jogos. Vamos insistir em um assunto que não vai mudar nada? Nem era essa equipe nem eu era técnico. Não vai mudar nada”, continuou. “Pelo retrospecto de todos os anos, a maioria das vezes eu vejo o São Paulo ter uma grande vantagem quando joga no Morumbi. Vamos ver se a gente consegue acabar com isso”, completou.
Ciente do desafio que terá pela frente, Scolari elogiou bastante a equipe são-paulina. “Os 11 jogadores deles têm boa técnica. Um mais, outro menos. Alguns têm uma particularidade que sobressai, que chama mais a atenção, e ainda tem os que ficam fora e muitas vezes mudam o jogo. O São Paulo, por si só, é muito bom. Temos que ter cuidado com todo mundo”, alertou, destacando também a força defensiva do rival.
“Nossa defesa tem tido boas atuações, sofrido poucos gols, mas nós sabemos que nos últimos sete ou oito anos, no mínimo, a defesa do São Paulo sempre foi a base para as grandes conquistas. E sempre jogou naquela linha de três zagueiros com uma atuação técnica e tática perfeita. Vejo o time deles bem organizado e com jogadores que podem dar novamente ao São Paulo a condição de grande time que sempre foi”, acrescentou.
Apesar do discurso de respeito ao adversário, Felipão acredita que o Palmeiras tem totais condições de se impor mesmo fora de casa. E não acha que o desgaste pela viagem ao Piauí vá prejudicar. “Se ganhar ou se perder, não tem nada de história de viajem. Nós viajamos, tivemos um problema e, graças a Deus, o comandante viu que íamos entrar em uma gelada, pois não íamos ter uma iluminação para pousar em Teresina, e fomos para Fortaleza. Dormimos à beira da praia, foi uma beleza. Não tem nada do que se queixar. Dormimos bem e hoje já é sexta. Não é porque a viagem teve um ou outro probleminha que vai se causar tanto transtorno.”
O treinador palestrino não quis adiantar a escalação do time, mas afirmou que o goleiro Deola está recuperado da luxação no dedo mínimo da mão esquerda e destacou que o zagueiro Thiago Heleno, o volante Marcos Assunção e o atacante Luan, poupados contra o Comercial-PI, estarão entre os relacionados para o clássico.
“Da nossa parte, não tem surpresa. Temos aquela equipe que todos conhecem. À exceção de colocar um outro atacante ou não, mas essa é uma questão de estudar bem o adversário e ver de que forma temos mais condições de ganhar o jogo. Não tem surpresa para ninguém.”
Por fim, Felipão comentou sobre o encontro com o agora são-paulino Rivaldo e, mais uma vez, teve de explicar porque o pentacampeão não voltou para o Palestra. “Não é questão de querê-lo ou não. É de conhecer o que podemos ter no clube. Vocês [jornalistas] querem lançar uma polêmica. Se eu tenho dois meias como o Lincoln e o Valdivia, vou acumular cinco na mesma posição e não ter nenhum em outra? Tanto é assim que não tenho centroavante. Eu tenho que mandar embora 14 para conseguir um atacante. Ele escolheu ir para lá, eu escolhi ele não jogar aqui e é só isso”, falou. “Não existe amizade para empregar A ou B. Pelo menos comigo”, encerrou.