Paulo Nobre explica saída de Gareca e confirma Valentim como técnico interino
Thiago Kimori
Departamento de Comunicação
O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (01), na Academia de Futebol, para explicar o motivo da saída do argentino Ricardo Gareca do comando do Verdão. Mesmo sendo contra a interrupção de um trabalho que estava no início, o mandatário palestrino afirmou que esta medida foi tomada justamente para que não pudesse acontecer algo pior nos próximos meses. Nobre confirmou também que o auxiliar Alberto Valentim será o substituto de Gareca até que outro comandante seja contratado pelo clube.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Anúncio oficial
“Viemos comunicar que Ricardo Gareca não é mais técnico da Sociedade Esportiva Palmeiras, e que o Alberto Valentim assume interinamente o time até chegar o outro técnico para o final da temporada de 2014. Não é o ideal a troca de técnico no decorrer da competição, isso foge da nossa filosofia de trabalho. Porém, nós chegamos à conclusão de que os resultados não estavam acontecendo, estava faltando evolução. Não enxergávamos evolução no time. Era melhor que a troca fosse feita agora do que adiante. Essa diretoria pode errar por ação, mas não por omissão.”
Trabalho de Gareca
“Os resultados não aconteceram, isso é fato. Quando renovamos com o Kleina ou quando contratamos o Gareca, nós achávamos que era o melhor para a Sociedade Esportiva Palmeiras. O Gareca é um excelente técnico, o currículo dele já diz isso. Ele foi muito vitorioso na Argentina, e estávamos convictos de que seria o melhor para nós. Infelizmente, o resultado não veio da forma que esperávamos. Não tenho receio de dizer que, a longo prazo, ele daria certo aqui. Mas o Palmeiras está em uma situação incômoda na tabela. Se tomássemos uma atitude mais para a frente, poderia ser tarde demais. Achamos melhor tomarmos uma atitude agora.”
“É um técnico que, a médio e longo prazo, daria super certo no Palmeiras, assim como deu no Vélez (Sarsfield-ARG). As situações de Brasil e Argentina são similares, não tenho dúvida de que daria certo aqui. Porém, nós estamos na metade do campeonato e os resultados não estão acontecendo. Ficamos com receio de tomar uma atitude quando não tivéssemos mais tempo. Agora, temos metade do campeonato para sairmos dessa situação desagradável.”
Briga contra rebaixamento
“É um fato que temos de trabalhar no dia a dia. Eu afirmo para vocês que o Palmeiras não cairá, e eu falo o motivo. A torcida do Palmeiras está de parabéns, se comportando de uma maneira exemplar, e eu afirmo que o Palmeiras não cairá porque, com a força da torcida, o time cresce muito. O fato de me hostilizar no final da partida não tem problema, o presidente não tem de ser popular. Se for para ter raiva de alguém, que tenha do presidente, não do time. Contra o Criciúma, o ingresso terá preço reduzido novamente, e esperamos um Pacaembu lotado e incentivando o time, pois só assim sairemos dessa situação.”
Jogadores argentinos
“Não tem essa de jogadores argentinos, chilenos, paraguaios ou uruguaios. São jogadores da Sociedade Esportiva Palmeiras. Todos os jogadores que foram indicados pelo Gareca, foram analisados e aceitos pelo Palmeiras. Ele mesmo nos falava para avaliarmos muito bem os jogadores indicados porque, no ano que vem, eles (comissão técnica) poderiam não estar mais aqui e os jogadores continuariam. São bons jogadores e continuarão no elenco. Contamos muito com todos eles.”
Novo técnico
“Da mesma maneira que trato negociações de jogadores, tratarei do técnico. O nosso técnico, hoje, é o Alberto Valentim, que assumirá interinamente o time até a contratação de outro treinador. Queremos um treinador sério, trabalhador e que se identifique com o clube. A filosofia é a mesma, só precisamos de um treinador que consiga por o trabalho em prática no tempo que temos hoje.”
Pressão
“A pressão é constante. Lembro que me perguntaram no dia que ganhei a eleição quando começaria a pressão. Na época, eu disse que começaria no dia seguinte. Essa diretoria não trabalha sob pressão, tomamos atitudes que achamos corretas.”
Mandato no Palmeiras
“Os resultados não aconteceram, isso é um fato. No ano passado, nós queríamos subir para a primeira divisão, e conseguimos com certa facilidade. Conseguimos manter uma base, e a ideia era ganhar o Campeonato Paulista, mas tivemos aquele jogo fatídico contra o Ituano e saímos na semifinal. Saiu um treinador (Kleina), veio outro e tentamos implantar uma filosofia. Posso que te falar que, como torcedor, o Paulo Nobre está decepcionado com os resultados. Como dirigente, eu tenho ciência de como peguei o Palmeiras e como o entregarei. O que posso afirmar é que pegarão um clube melhor do que pegamos.”
