Brunoro: ‘Teremos percentuais máximos para cada empresário’

Agência Palmeiras
Thiago Kimori

A reestruturação das categorias de base do Palmeiras já começou. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (12), o diretor executivo do Verdão, José Carlos Brunoro, afirmou que os empresários terão menos força na base daqui em diante. Segundo Brunoro, o clube deve se manter à frente nas questões contratuais dos jogadores.

“Vou dar um dado que é muito importante: 76% dos jogadores da base, a vitrine é do empresário e não do clube. Isso quer dizer que o empresário tem 70% do jogador e o outro tem 30%. Atualmente, não temos olheiros e uma equipe para buscar atletas. A gente acaba ficando por conta de indicações, temos de mudar isso”, comentou o dirigente, que emendou: “Essa situação vai mudar bastante. Quem vai impor a regra do jogo vai ser o clube. Teremos percentuais mínimos e máximos para cada empresário, não podemos continuar com o que é hoje. Já temos esta situação bem clara.”

Com relação aos investidores que colocam atletas na base do Verdão, o diretor executivo foi categórico. “Investidor vai ter de jogar o jogo do clube. Se o investidor quiser ter jogador aqui, o jogo jogado é o do clube. Não tem de ter nenhum outro interesse. O que é melhor para o clube e o atleta, o investidor tem de entender que deve ser o melhor para ele também”, declarou Brunoro, que teve o discurso reforçado pelo novo coordenador das categorias de base alviverde, Erasmo Damiani.

“O nome do Palmeiras deve estar à frente. O menino deve dizer que tem orgulho de jogar no Palmeiras. O clube vai ter uma diretriz e o empresário vai ter de se enquadrar. Se não ele não se enquadrar, podemos perder um jogador em potencial, mas depois podemos ter outros 50”, falou.

Damiani acredita que a aproximação entre os familiares de cada jogador e o clube é fundamental para este tipo de trabalho. De acordo com ele, esta atitude fará com os empresários tenham cada vez menos autonomia sobre os jovens valores. “Hoje, é uma situação um pouco complicada essa relação entre empresário e clube. O investidor compra um produto que o empresário está falando bem. O Palmeiras deve ter um contato familiar. Quanto mais contato tiver com a família, mais vai começar a quebrar este tipo de situação. Temos de trazer a família para dentro do clube, criar um identidade. Em alguns casos, o menino joga no clube e não sabe 10% da história da agremiação que ele representa.”

Já sobre os jovens atletas que têm contato em vigência com o Palmeiras e possuem esta pendência junto aos seus empresários, Brunoro disse que ainda não sabe qual medida irá tornar. “Não pensamos ainda em como agir com esses jogadores que têm contrato com percentual maior de empresário. Se for o caso, vamos começar outro trabalho com outro perfil. Se a gente não conseguir mudar esta situação, nós vamos romper (com o jogador) e ponto”, finalizou.