Oswaldo Luiz Moreira, o Liminha, é um dos maiores heróis da história palestrina. Foi dele o gol do empate por 2 a 2 com a Juventus-ITA na partida de volta da final do Torneio Internacional de Clubes Campeões de 1951, no Maracanã. O resultado, combinado com a vitória por 1 a 0 no jogo de ida da decisão, garantiu ao Palmeiras a conquista do primeiro Mundial organizado sob a chancela da Fifa.
Filho de um feirante negro com uma dona de casa branca de ascendência italiana, Liminha nasceu em 30 de janeiro de 1930. Ganhou esse apelido pela amizade com um dos irmãos do ídolo alviverde Lima, com quem era visto frequentemente nas ruas do Bom Retiro, bairro do Centro de São Paulo.
Iniciou a carreira como ponta-direita no Clube Atlético Ypiranga, pelo qual se profissionalizou aos 18 anos. Indicado por Lima, chegou ao Palestra Italia em janeiro de 1951, após se destacar no Campeonato Paulista do ano anterior, conquistado pelo Verdão.
Forte, rápido e versátil, logo passou a ser utilizado em diferentes posições da linha ofensiva. Sua estreia pelo clube foi avassaladora: no dia 25 de fevereiro, marcou quatro vezes no triunfo por 7 a 1 sobre o Flamengo, pelo Torneio Rio-São Paulo, naquela que ainda é a maior goleada palmeirense na história do confronto – o título interestadual foi o primeiro do atacante com a camisa alviverde.
Liminha defendia o Palmeiras havia cinco meses quando teve início o Torneio Internacional de Clubes Campeões. Idealizada pelo então vice-presidente e secretário-geral da Fifa, o italiano Ottorino Barassi, a competição foi promovida pela CBD (atual CBF) e reuniu oito dos principais clubes do mundo, divididos em dois grupos. Líder e vice-líder de cada chave avançariam às semifinais, que, a exemplo das duas partidas da decisão, seriam realizadas no Maracanã.
O Verdão disputou os três jogos da primeira fase no Pacaembu. Liminha não atuou na estreia contra o Nice-FRA (vitória palestrina por 3 a 0), mas cumpriu papel de protagonista no embate seguinte: diante do forte Estrela Vermelha-IUG, fez o gol da virada por 2 a 1, aos 35 do segundo tempo, selando a classificação palmeirense.
Voltou a brilhar no jogo de ida da semifinal contra o Vasco ao anotar, novamente nos minutos finais, o tento da vitória por 2 a 1. Como o segundo duelo terminou empatado em 0 a 0, o Alviverde assegurou presença na decisão diante da Juventus-ITA, equipe para a qual havia perdido por 4 a 0 na última rodada da fase de grupos.
Já no primeiro confronto da final, contudo, o Palmeiras deu o troco na favorita Vecchia Signora. O triunfo por 1 a 0, gol de Rodrigues, deu ao representante brasileiro a vantagem de jogar pelo empate na partida de volta, agendada para o dia 22 de julho.
A Juventus saiu na frente aos 18 do primeiro tempo, com Praest, mas o Palmeiras chegou à igualdade logo após o intervalo: aos dois, Liminha lançou para Lima, que acertou a trave; Rodrigues, na sobra, completou para a rede. Dezesseis minutos depois, porém, Hansen recolocou o clube italiano em vantagem, despertando entre os torcedores presentes o medo de outra decepção no estádio que, um ano antes, assistira ao Maracanazo, como ficou conhecida a derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950.
O pessimismo se dissipou aos 32, quando Liminha driblou dois marcadores e chutou cruzado; o goleiro Viola deu rebote e o próprio Liminha entrou no gol com bola e tudo para garantir a taça.
Protagonista da primeira grande glória global alcançada por um clube do país, o atacante viveu tempos difíceis no Palmeiras após a conquista do Mundial. O time perdeu o embalo e entrou em uma seca que só terminaria com o título do Supercampeonato Paulista de 1959.
Competitivo ao extremo, ele não se conformava com as decepções que se acumulavam a cada ano e, não raro, envolvia-se em brigas com adversários. Despediu-se do Verdão ao fim de 1955, junto com o amigo Jair Rosa Pinto, por quem cultivava enorme admiração.
O herói da Copa Rio, como também é chamado o Mundial de 1951, vestiu o manto alviverde em 230 jogos e fez 106 gols – número que o coloca em 15º lugar no ranking dos maiores artilheiros do clube, ao lado do ponta Ministro, que atuou pelo Alviverde de 1917 a 1928.
Antes de encerrar a carreira, em 1961, Liminha defendeu Portuguesa, Bragantino, Ferroviária, Nacional e Jabaquara. Em momento algum, contudo, deixou de acompanhar e torcer pelo Palmeiras. Tanto que fez questão de passar adiante o amor pelo clube: seus dois filhos, Liamar e Oswaldo Júnior, são palestrinos.
Por ironia do destino, Liminha morreu de broncopneumonia em 22 de julho de 1985, data do aniversário de 34 anos do título mundial.
Saiba mais:
>Especial: Mundial Interclubes 1951
Posição: Atacante
Número de temporadas: 5
Clube anterior: Clube Atlético Ypiranga-SP
Jogos:
230 (130 vitórias, 44 empates e 56 derrotas)
Estreia: Palmeiras 7x1 Flamengo (25/02/1951)
Último jogo: Palmeiras 2x0 Ponte Preta (30/10/1955)
Gols: 106
Primeiro gol: Palmeiras 7x1 Flamengo (25/02/1951)
Último gol: Palmeiras 1x1 XV de Jaú (19/10/1955)
Principais títulos:
Torneio Rio-São Paulo em 1951; Mundial Interclubes em 1951; Taça Cidade de São Paulo em 1951
Oswaldo Luiz Moreira, o Liminha, é um dos maiores heróis da história palestrina. Foi dele o gol do empate por 2 a 2 com a Juventus-ITA na partida de volta da final do Torneio Internacional de Clubes Campeões de 1951, no Maracanã. O resultado, combinado com a vitória por 1 a 0 no jogo de ida da decisão, garantiu ao Palmeiras a conquista do primeiro Mundial organizado sob a chancela da Fifa.
Filho de um feirante negro com uma dona de casa branca de ascendência italiana, Liminha nasceu em 30 de janeiro de 1930. Ganhou esse apelido pela amizade com um dos irmãos do ídolo alviverde Lima, com quem era visto frequentemente nas ruas do Bom Retiro, bairro do Centro de São Paulo.
Iniciou a carreira como ponta-direita no Clube Atlético Ypiranga, pelo qual se profissionalizou aos 18 anos. Indicado por Lima, chegou ao Palestra Italia em janeiro de 1951, após se destacar no Campeonato Paulista do ano anterior, conquistado pelo Verdão.
Forte, rápido e versátil, logo passou a ser utilizado em diferentes posições da linha ofensiva. Sua estreia pelo clube foi avassaladora: no dia 25 de fevereiro, marcou quatro vezes no triunfo por 7 a 1 sobre o Flamengo, pelo Torneio Rio-São Paulo, naquela que ainda é a maior goleada palmeirense na história do confronto – o título interestadual foi o primeiro do atacante com a camisa alviverde.
Liminha defendia o Palmeiras havia cinco meses quando teve início o Torneio Internacional de Clubes Campeões. Idealizada pelo então vice-presidente e secretário-geral da Fifa, o italiano Ottorino Barassi, a competição foi promovida pela CBD (atual CBF) e reuniu oito dos principais clubes do mundo, divididos em dois grupos. Líder e vice-líder de cada chave avançariam às semifinais, que, a exemplo das duas partidas da decisão, seriam realizadas no Maracanã.
O Verdão disputou os três jogos da primeira fase no Pacaembu. Liminha não atuou na estreia contra o Nice-FRA (vitória palestrina por 3 a 0), mas cumpriu papel de protagonista no embate seguinte: diante do forte Estrela Vermelha-IUG, fez o gol da virada por 2 a 1, aos 35 do segundo tempo, selando a classificação palmeirense.
Voltou a brilhar no jogo de ida da semifinal contra o Vasco ao anotar, novamente nos minutos finais, o tento da vitória por 2 a 1. Como o segundo duelo terminou empatado em 0 a 0, o Alviverde assegurou presença na decisão diante da Juventus-ITA, equipe para a qual havia perdido por 4 a 0 na última rodada da fase de grupos.
Já no primeiro confronto da final, contudo, o Palmeiras deu o troco na favorita Vecchia Signora. O triunfo por 1 a 0, gol de Rodrigues, deu ao representante brasileiro a vantagem de jogar pelo empate na partida de volta, agendada para o dia 22 de julho.
A Juventus saiu na frente aos 18 do primeiro tempo, com Praest, mas o Palmeiras chegou à igualdade logo após o intervalo: aos dois, Liminha lançou para Lima, que acertou a trave; Rodrigues, na sobra, completou para a rede. Dezesseis minutos depois, porém, Hansen recolocou o clube italiano em vantagem, despertando entre os torcedores presentes o medo de outra decepção no estádio que, um ano antes, assistira ao Maracanazo, como ficou conhecida a derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950.
O pessimismo se dissipou aos 32, quando Liminha driblou dois marcadores e chutou cruzado; o goleiro Viola deu rebote e o próprio Liminha entrou no gol com bola e tudo para garantir a taça.
Protagonista da primeira grande glória global alcançada por um clube do país, o atacante viveu tempos difíceis no Palmeiras após a conquista do Mundial. O time perdeu o embalo e entrou em uma seca que só terminaria com o título do Supercampeonato Paulista de 1959.
Competitivo ao extremo, ele não se conformava com as decepções que se acumulavam a cada ano e, não raro, envolvia-se em brigas com adversários. Despediu-se do Verdão ao fim de 1955, junto com o amigo Jair Rosa Pinto, por quem cultivava enorme admiração.
O herói da Copa Rio, como também é chamado o Mundial de 1951, vestiu o manto alviverde em 230 jogos e fez 106 gols – número que o coloca em 15º lugar no ranking dos maiores artilheiros do clube, ao lado do ponta Ministro, que atuou pelo Alviverde de 1917 a 1928.
Antes de encerrar a carreira, em 1961, Liminha defendeu Portuguesa, Bragantino, Ferroviária, Nacional e Jabaquara. Em momento algum, contudo, deixou de acompanhar e torcer pelo Palmeiras. Tanto que fez questão de passar adiante o amor pelo clube: seus dois filhos, Liamar e Oswaldo Júnior, são palestrinos.
Por ironia do destino, Liminha morreu de broncopneumonia em 22 de julho de 1985, data do aniversário de 34 anos do título mundial.
Saiba mais:
>Especial: Mundial Interclubes 1951