Mundial de Clubes de 1951 – Final (segundo jogo)

Quando chegou o dia 22 de julho, um domingo, o clima de euforia era evidente no Rio de Janeiro. Afinal, para ser o primeiro campeão do mundo de clubes, bastava ao Palmeiras um empate diante da Vecchia Signora.

Aos gritos de “Brasil, Brasil” entoados pela massa presente ao estádio, o Alviverde Imponente surgiu em campo carregando a bandeira brasileira como havia feito quase nove anos atrás, na Arrancada Heroica de 1942, que marcou o fim de um Palestra italiano e o início de um Palmeiras nacional.

Os jogadores palmeirenses carregavam também o peso e a responsabilidade de representar 50 milhões de brasileiros, esperançosos e confiantes em apagar a decepção na final da Copa no ano anterior e ver o país, finalmente, aparecer no topo do futebol mundial.

A apreensão tomou conta do estádio quando Praest abriu o placar aos 18 minutos da primeira etapa. A vantagem bianconera persistiu até o final do primeiro tempo, mas, sem se deixar abalar, o Palmeiras buscou o empate logo no início da etapa final: após boa jogada com Canhotinho, Liminha lançou Lima, que arrematou na trave. Na sobra, o atacante Rodrigues igualou o marcador e levou o Maracanã ao delírio.

A euforia verde no reduto carioca durou apenas 16 minutos. Karl Hansen, aos 18, recolocou a Juventus na frente e trouxe à tona novamente o medo de uma tragédia repetida. A esperança palmeirense de título, porém, foi renovada nos pés de Liminha. Aos 32 da etapa final, o meia driblou dois marcadores italianos, chutou sobre o goleiro Viola, pegou o rebote e entrou com bola e tudo no fundo das redes.

O estádio veio abaixo com o tento palmeirense e, mais ainda, com o apito final do árbitro francês Gabriel Tordjan. Era o adeus ao complexo de vira-lata. O brasileiro provou naquela tarde que podia e sabia ganhar, que podia e sabia ser o melhor, que não se intimidava nem mesmo diante de uma potência internacional.