Conmebol Libertadores – 2020

Superação. Nenhuma outra palavra é tão precisa quanto essa para definir a campanha que garantiu ao Palmeiras o bicampeonato da Conmebol Libertadores. Em uma temporada atípica, marcada pelo combate à pandemia da Covid-19, o Maior Campeão do Brasil teve de enfrentar diferentes percalços para repetir a façanha alcançada em 1999 e conquistar o mais importante troféu do continente, diante do Santos, no Maracanã.

Com uma mescla entre atletas experientes e jovens formados em suas categorias de base, o Verdão estreou na competição no dia 4 de março, diante do Tigre-ARG, em Victoria. O triunfo por 2 a 0, com gols de Luiz Adriano e Willian, fez o clube manter uma escrita: desde 1979, o Alviverde não é derrotado na primeira rodada do torneio.

Uma semana depois, nosso adversário foi o Guaraní-PAR, time responsável pela eliminação do Corinthians na fase prévia. Com direito a um show de Luiz Adriano, autor de três gols, o Palmeiras venceu por 3 a 1 e assumiu a liderança isolada do Grupo B.

Nenhum palestrino poderia imaginar, contudo, que aquela seria a única partida da equipe na Libertadores com a presença da torcida no Allianz Parque. No dia 12 de março, em meio ao agravamento da pandemia do novo coronavírus na América do Sul, a Conmebol suspendeu a competição por tempo indeterminado.

Para que o torneio voltasse a ser disputado, após mais de seis meses de interrupção, a entidade elaborou um rigoroso protocolo de saúde para os jogadores e integrantes das comissões técnicas e determinou a realização de todos os jogos com portões fechados. Além disso, ficou decidido que a edição 2020 invadiria o primeiro mês de 2021.

O Verdão retomou sua caminhada rumo à Glória Eterna no dia 16 de setembro, na temida altitude de La Paz, onde nenhum clube brasileiro ganhava desde 1983. Com gols de Willian e Gabriel Menino, o Alviverde acabou com o tabu ao bater o Bolívar por 2 a 1.

A classificação para as oitavas de final, que ficara bem encaminhada depois do empate sem gols ante o Guaraní em Assunção, foi sacramentada com a vitória por 5 a 0 sobre o Bolívar, no Allianz Parque – Willian, Wesley, Viña, Raphael Veiga e Rony balançaram as redes. Desde a goleada por 7 a 0 contra o El Nacional-EQU em 1995, no Palestra Italia, o Palmeiras não vencia por cinco ou mais gols de diferença um duelo pela principal competição do continente.

Outro triunfo por 5 a 0, desta vez diante do Tigre-ARG, assegurou ao Maior Campeão do Brasil a melhor campanha geral da fase de grupos pelo terceiro ano seguido, com 16 pontos conquistados em 18 possíveis. Os gols palmeirenses foram anotados por Raphael Veiga, Gustavo Gómez, Zé Rafael, Gabriel Veron e Rony.

Nas oitavas de final, já sob o comando do português Abel Ferreira, o Verdão encarou o Delfín-EQU. Em meio a um surto de Covid-19 no elenco e sem contar com o capitão Felipe Melo e o atacante Wesley, ambos machucados, o Alviverde se fortaleceu ainda mais e levou a melhor na partida de ida, em Manta, por 3 a 1, com gols de Gabriel Menino, Rony e Zé Rafael. No jogo de volta, nova goleada por 5 a 0, na arena, ratificou a vaga palestrina nas quartas de final. Destaque para o atacante Gabriel Veron, autor de dois golaços – Patrick de Paula, Willian e Danilo completaram o placar.

Nas quartas, o Palmeiras eliminou o perigoso Libertad-PAR. No primeiro duelo, no Estádio Defensores del Chaco, o Verdão suportou a pressão do adversário e trouxe para São Paulo um valioso empate por 1 a 1 – Gustavo Gómez fez valer a “Lei do Ex” e, de cabeça, marcou contra o clube que o revelou para o futebol. Já no segundo embate, o Alviverde se impôs desde o primeiro minuto e venceu por 3 a 0, com gols de Gustavo Scarpa, Rony e Gabriel Menino.

Para chegar à decisão, porém, o Alviverde teria pela frente um osso duro de roer: o River Plate-ARG, finalista em três das cinco edições anteriores da Libertadores (sagrou-se campeão em 2015 e 2018 e foi vice em 2019). No duelo de ida, em Buenos Aires, o Palmeiras obteve uma das maiores vitórias de um clube brasileiro na história da competição ao superar o time argentino por 3 a 0, repetindo o placar da histórica semifinal de 1999 realizada no Estádio Palestra Italia. Rony, Luiz Adriano e Viña fizeram os gols alviverdes.

Mas se enganou quem imaginava que a nossa classificação para a final já estava garantida. Na partida de volta, a equipe comandada pelo técnico Marcelo Gallardo mostrou por que conquistou tantos títulos nos últimos anos e abriu 2 a 0 ainda no primeiro tempo. A pressão argentina persistiu na etapa final, transformando o confronto em um dos maiores dramas já vivenciados pela torcida que canta e vibra. Porém, com uma atuação espetacular do goleiro Weverton e a intervenção do VAR, que anulou corretamente um gol e um pênalti apontado para a equipe portenha, o Alviverde segurou o placar suficiente para avançar à decisão.

Na final, realizada em jogo único, Palmeiras e Santos disputaram o primeiro clássico paulista da história do Maracanã. E assim como nas decisões do Mundial de 1951 e da Taça Brasil de 1967, o estádio carioca serviu de palco para a festa palmeirense. O Verdão ganhou por 1 a 0, com gol de Breno Lopes nos acréscimos, e pintou a América de verde pela segunda vez.

Campanha
13 jogos (10 vitórias, 2 empates e 1 derrota)

33 gols marcados
6 gols sofridos

Jogo decisivo:
Palmeiras 1×0 Santos

Conmebol Libertadores (Final – jogo único)
Data:
30/01/2021
Estádio: Maracanã. Rio de Janeiro-RJ
Árbitro: Patricio Loustau (ARG)
Cartões amarelos: Gustavo Gómez, Matias Viña e Marcos Rocha (PAL); Diego Pituca, Soteldo, Alison e Lucas Veríssimo (SAN).
Cartão vermelho: Cuca.
Gols: Breno Lopes (53’ do 2ºT-PAL)

Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Matías Viña; Danilo, Raphael Veiga (Alan Empereur), Zé Rafael (Patrick de Paula) e Gabriel Menino (Breno Lopes); Rony (Felipe Melo) e Luiz Adriano. Técnico: Abel Ferreira.

Santos: Jonh; Pará (Bruno Marques), Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Wellington); Alison, D. Pituca e Sandry (Lucas Braga); Marinho, Kaio Jorge (Madson) e Solteldo. Técnico: Cuca.