Campeão da Copa do Brasil em maio e, assim, garantido na Copa Libertadores de 1999, o Palmeiras foi um dos 20 times convidados (os critérios utilizados foram a importância e a tradição) para a disputa da primeira edição da Copa Mercosul e encarou o torneio continental como um teste de luxo.
Integrante do Grupo B da competição, o Verdão estreou vencendo o Independiente-ARG, já a equipe com o maior número de títulos da Libertadores, por 2 a 1 no Morumbi. Em seguida, o clube foi ao Uruguai e atropelou o Nacional-URU por 5 a 0 e, pela última rodada do primeiro turno, visitou a Universidad de Chile-CHI e voltou de Santiago com um triunfo por 2 a 1.
No returno, o Alviverde derrotou o Independiente novamente, desta vez por 3 a 0 e na Argentina. Na sequência, atuando no Palestra, bateu o Nacional por 3 a 1, a Universidad de Chile por 1 a 0 e, desta forma, avançou à fase seguinte com 100% de aproveitamento.
Nas quartas de final, o rival foi o Boca Juniors-ARG, que dispunha de jogadores como Abbondanzieri, Ibarra, Samuel, Palermo e os irmãos Schelotto e despontava como uma geração dourada sob o comando do técnico Carlos Bianchi. No primeiro confronto, no Palestra, 3 a 1 Verdão. Na Argentina, no estádio La Bombonera, 1 a 1 e vaga na semi.
No dia 10 de novembro, o Olimpia-PAR veio a São Paulo e conheceu de perto o talento de Alex, que marcou dois gols e comandou a vitória alviverde por 2 a 0. No Paraguai, apesar da vantagem do empate, o Palmeiras mostrou superioridade e ganhou por 1 a 0.
Na final, assim como nas decisões da Copa do Brasil de meses atrás e de 1996, o oponente foi o Cruzeiro. A equipe mineira, embora tenha perdido o título nacional para o Verdão na mesma temporada, havia eliminado o Alviverde nas quartas de final do Brasileiro semanas antes. Ou seja, era um clássico de tirar o fôlego.
No primeiro embate, em Belo Horizonte-MG, 2 a 1 para o clube celeste. Na volta, no dia 26 de dezembro (sim, um dia depois do Natal), o Verdão deu o troco: 3 a 1, com gols de Cléber, Oséas e Paulo Nunes – à época, o saldo de gols não valia como critério de desempate. Por fim, na terceira e derradeira partida, novamente no Palestra, emoções à flor da pele. Equilíbrio. Velloso viu sua trave balançar duas vezes. Júnior Baiano fez o mesmo com Dida. Até que, aos 16 minutos do segundo tempo, Júnior Baiano soltou outra bomba de falta, o arqueiro rival soltou e Chiqui Arce, bem colocado, balançou as redes: 1 a 0 no placar e festa no chiqueiro!
No ano seguinte teria mais, teria a Libertadores. E o Palmeiras, novamente duelando com adversários de tradição, levaria a melhor e terminaria como o campeão, como o melhor das Américas.
Campanha:
13 jogos (11 vitórias, 1 empate e 1 derrota)
28 gols marcados
8 gols sofridos
Jogo decisivo:
29/12/1998
Copa Mercosul de 1998 (Final – 3º jogo)
Palmeiras 1 x 0 Cruzeiro
Estádio Palestra Italia. São Paulo-SP
Público: 29.450 pessoas
Juiz: Luciano Augusto Teotônio Almeida (DF)
Cartões amarelos: Tiago, Zinho e Pedrinho (Palmeiras); Marcelo Djian, João Carlos e Marcelo Ramos (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Marcelo Ramos (Cruzeiro)
Palmeiras: Velloso; Arce, Júnior Baiano, Roque Júnior e Júnior; Tiago, Rogério, Alex (Almir) e Zinho (Agnaldo); Paulo Nunes e Oséas (Pedrinho). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Cruzeiro: Dida; Gustavo, Marcelo Djian, João Carlos e Gilberto (Caio); Ricardinho, Marcos Paulo e Valdo; Müller (Alex Alves), Marcelo Ramos e Fábio Júnior. Técnico: Levir Culpi
Gol: Arce (16’ do 2º T-PAL)