Antes dos jogos, temos que somar forças, afirma Sampaio
Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia
O gerente de futebol do Palmeiras, César Sampaio, atendeu a imprensa após o treino da tarde desta segunda-feira (15) em Recife e falou sobre vários assuntos. O tema mais abordado foi a pressão da torcida. O ídolo palestrino reconhece que o emocional do torcedor está afetado, mas pediu uma coalizão forças para que o time possa reverter o quadro desfavorável no Campeonato Brasileiro.
“O que a gente pede é para que o torcedor possa somar forças. Depois dos jogos, se houver algum comportamento de falta de entrega ou de comprometimento, tudo bem, mas antes dos jogos não. Ainda não caímos, como muitos já estão noticiando. Um resultado importante em Salvador pode nos dar animo para a reação”, destacou.
Confira os principais trechos da entrevista coletiva:
Como foi o contato com os torcedores no domingo?
“Foi um momento pós-refeição, onde estávamos conversando, e graças a Deus não tinha mais jogadores lá. Fomos surpreendidos, nós e a recepção do hotel. É importante deixar claro que houve uma cobrança forte, mas em nenhum momento essa cobrança virou agressão física e verbal. A gente entende o descontentamento dos torcedores, mas envolver um jogador diretamente nessa situação é incitar um desequilíbrio emocional. Alguns sentem muito e são expulsos, apelam para a violência, e outros se omitem e sentem medo. O que a gente pede é que o torcedor possa somar forças. Depois dos jogos, se houver algum comportamento de falta de entrega ou comprometimento, tudo bem, mas antes dos jogos não. Ainda não caímos, como muitos já estão noticiando. Um resultado importante em Salvador pode nos dar animo para a reação.”
Como proteger o elenco após os últimos protestos?
“O momento que a gente atravessa, somado ao tamanho do clube, fazem com que não só os torcedores, mas nós também não fiquemos contentes. Cada um tem sua parcela de responsabilidade e culpa por tudo isso. Esse discurso fica vazio porque as palavras não vão reverter qualquer situação. No meu ponto de vista, nós jogamos bem contra o Náutico, mas não fomos eficazes para transformar a superioridade em gols. Mais uma vez não vencemos, e diante dessa posição que ocupamos na competição, o grau de irritação é maior. Tem de tomar cuidado com a possibilidade de agressão de torcedores, por isso reforçamos mesmo o policiamento, para que a gente não perca ainda mais. Não peço que o torcedor apoie nem que entenda a situação, mas qualquer violência pode prejudicar ainda mais.”
Qual a importância da partida contra o Bahia?
“O grau de descontentamento da torcida está atrelado diretamente ao resultado. Lidamos com paixão, e o clube vive um momento político complicado. Tem que ter bastante sensibilidade nessa hora. Os verdadeiros palmeirenses sofrem muito, depois do jogo é até natural o descontentamento, mas agora já não dá mais. Tem jogo contra o Bahia, um divisor de águas, pois é nosso concorrente mais próximo. É o momento de somarmos as forças, entendemos que nossas possibilidades passam por um bom resultado em Salvador.”
Qual a receita para sair da crise?
“Tem de falar pouco, trabalhar muito e cuidar do extracampo. No meio de alguns grupos existem pessoas que não medem as consequências, então temos de restringir essa parte. Só ir de casa para o treino, do treino para casa. Se tiver alguma atividade extra, que seja fechada e não avance muito o horário. O que dá errado é você não se cuidar e querer mudar a situação com palavras, isso não dá certo. A tendência é o cenário se agravar. Então é se expor menos, focar nos treinamentos e colocar em prática nos jogos aquilo que treinou.”
A ausência do presidente Tirone em Recife é prejudicial?
“Creio que não atrapalha. Ele não viaja a todos os jogos. O (Roberto) Frizzo (vice-presidente) está aqui, eles alternam a chefia da delegação. O presidente tem se posicionado em momentos-chave durante esse processo. Depois da conquista da Copa do Brasil, a gente teve uma perda de rendimento, mas o Tirone nunca me deixou sem resposta. Sempre que recorri a ele, nunca fiquei sem resposta. Nessa viagem aqui, é o Frizzo que chefia a delegação. Não acho que a ausência tenha sido um fator crucial para não termos um bom resultado.”
Há uma logística para o Barcos jogar contra o Bahia?
“Vai depender da condição física dele. Vamos ver se ele vai jogar pela Argentina na terça (16), e quanto tempo ele jogará. Depois do jogo, vamos saber. Já temos tudo alinhavado, depende da parte física. Ele não vai gostar muito, mas quero que ele não jogue (risos). Pode jogar uns 20 minutos, aí a gente libera (risos). Se não acontecer nada anormal, ele joga na quarta (17). A malha aérea do Chile é maior, tem mais opções de vôo, é até mais fácil.”
A diretoria barrou o Daniel Carvalho?
“O Daniel é nosso jogador. Até vi isso no jornal, mas a comissão técnica é que faz a convocação e o Gilson Kleina é que vai trazer para os jogos o atleta que ele achar que está em melhor condição física e técnica. Não tem restrição ao Daniel. Apenas o Kleina está fazendo a convocação dele.”
O Alex vai jogar no Palmeiras?
“Tomara que sim. Conversei com ele antes de ele voltar ao Brasil, conversei com a esposa dele também. Não tem proposta formal, só um interesse oficializado. Coritiba e Cruzeiro também oficializaram o interesse. Vamos passar essas duas semanas fora, mas há uma operação em São Paulo e a gente espera marcar o mais rápido possível o encontro com o Alex para mostrarmos o que temos preparado para ele. Tomara que a questão familiar não nos tire da briga. Mas ficamos tranquilos quando conversamos com ele. Ele nos falou que queria um último contrato com um projeto, não algo para um campeonato. Temos algo alinhavado com os departamentos financeiros e de marketing. Esperamos agendar logo a reunião para passar isso para ele.”
Uma eventual Série B atrapalha o projeto Alex?
“Não sei, não conversei com ele sobre isso. Pelo tamanho da contratação e pela importância dele, não digo que afasta, mas pode dificultar. Não conversei sobre isso. Temos de ver o todo, o projeto de contratação contempla a grandeza e história do atleta no Palmeiras, daquilo que podemos realizar juntos. Fomos contemporâneos em um período vitorioso. Não é só um atleta, é um vencedor.”
O Kleina participou das conversas com o Alex?
“Ele é padrinho do Alex, mas isso é com a gente da diretoria mesmo. Eu tenho aproximado as relações, e o marketing e o financeiro vão passar o modelo de negócio para ele.”