Assunção: Gostaria de ter jogado a carreira toda aqui

Agência Palmeiras Marcelo Cazavia

Marcos Assunção está cada vez mais identificado com o Palmeiras. Apesar de ter sido contratado há apenas um ano e meio, o volante se sente em casa no Palestra Itália e até se mostra ofendido quando alguém sugere que o clube não conseguirá atrair bons jogadores para a próxima temporada devido ao mau momento do time. Foi o que aconteceu na entrevista coletiva desta quarta-feira [09].

Questionado como convencer um atleta a vir para o Palmeiras, Assunção não escondeu o incômodo: “Quando eu comecei no Rio Branco, sempre quis jogar em um clube grande. Por mais que tenha alguma turbulência ou confusão, é sempre bom jogar em time grande. Ainda mais no Palmeiras. Quando você faz seu trabalho da melhor maneira possível e não cria problemas, será sempre bem visto. Eu gostaria de ter jogado a carreira toda no Palmeiras. É um clube grande, onde todos querem jogar, e falo isso de coração aberto. Se fosse um jogador de outro time, pequeno ou grande, com certeza viria jogar no Palmeiras.”

O volante, no entanto, admite estar receoso com a situação da equipe no Brasileirão. “Estamos preocupados. Quem não estiver preocupado é porque não está nem aí para o time, para o Palmeiras, para a situação que estamos vivendo. Eu estou preocupado porque faltam cinco rodadas, ou seja, 15 pontos, e só temos sete de diferença [para a zona de rebaixamento]. A preocupação existe, e vamos procurar somar os pontos o mais depressa possível. Se deixar para as últimas rodadas, fica mais difícil. Temos de tirar forças não sei de onde para sair dessa o mais rápido possível. Treinar toda semana neste clima ruim é chato. Eu chego aqui e não estou feliz. A gente tem de sair logo para que possamos treinar com mais tranquilidade”, disse.

O choro de Luan após a derrota para o Coritiba sensibilizou o camisa 20, principalmente pela entrega do companheiro em campo. “É o sentimento de tristeza, de tentar fazer as coisas e elas não saírem bem. O Luan é um cara que corre para caramba e nada adianta, pois no fim a gente perde o jogo e o cara chega arrebentado no vestiário, muitas vezes não segurando o emocional. Ele chorou por isso, por tentar fazer as coisas em campo, fazer com que o Palmeiras vença alguma partida e não acontecer. Ele é um cara muito verdadeiro, não tem medo de nada, é um dos meus melhores amigos no elenco e eu acredito muito nele. Eu não chorei, mas estava muito triste também, faz tempo que não ganhamos e estamos nesta situação de não ter uma alegria completa.”

“Vou fazer de tudo para que, quando chegar a hora do jogo, eu entre tranquilo porque, senão, isso vai piorar muito. Se eu entrar abalado, pensando em qualquer tipo de preocupação, vai piorar. Isso serve para todos, da mesma maneira que eu penso, o cara que está comprometido com o clube pensa. Ele chega em casa e quer ficar tranquilinho, sossegado. Quem tem filho brinca com ele, mas fica estressado, pois vem a preocupação, o pensamento de que os outros times estão chegando e estamos só a sete pontos do rebaixamento. Por mais que tenhamos no treinamento o pensamento ruim, no jogo ele tem de sumir. Se isso contagiar o time, aí fica uma situação pior do que a que a gente tá”, completou.

Assunção também fez questão de chamar a culpa pela má fase em nome do elenco. “Treinador não joga, quem entra em campo somos nós, jogadores. O treinador arma o esquema para que façamos o melhor em campo, mas, se a gente não exerce aquilo que foi passado no vestiário, fica difícil. Não é porque não queremos, é porque não conseguimos. Nós, jogadores, temos culpa e assumimos parte dessa responsabilidade”, destacou.

“Nós sabemos que não tem nenhum tipo de problema no grupo. Quando o time está mal, sempre se fala que o grupo está rachado. Se a equipe estivesse brigando por titulo ou pela vaga na Libertadores, nada disso sairia na imprensa, de jogador querendo derrubar Felipão ou de brigas internas. Saem coisas que a gente ouve e lê que não são verdadeiras, e temos de tomar muito cuidado com o que falamos. De repente, a gente fala algo para um amigo e perto de alguém da imprensa e as pessoas interpretam mal, dizem que estamos querendo derrubar o treinador, e não é isso. Eu, com 35 anos, nunca fiz isso, e não é agora que vou fazer”, finalizou.