Cabisbaixo, Valdivia segue com o futuro indefinido no Verdão
Agência Palmeiras
Thiago Kimori
Bastante abatido, o meia Valdivia foi até a Academia de Futebol na manhã desta quinta-feira (14), por volta das 11h30, para falar sobre o triste fato que aconteceu com ele há exatamente uma semana. O jogador se mostrou muito abalado com o assunto, mas não evitou de contar detalhadamente os momentos em que esteve com o bandido.
“Eu passei muitos dias mal, mais ainda quando as pessoas achavam que eu estava mentindo, que era um pretexto para eu sair do Palmeiras. Passei quase três horas de terror, de não saber se a pessoa que nos sequestrou iria nos matar. Foi muito difícil para mim essas quase três horas, onde o sequestrador ameaçou várias vezes tirar a minha vida e da minha mulher”, relatou o Mago.
O camisa 10 do Verdão fez questão de agradecer todo o apoio que está recebendo e afirmou que ainda sofre com a situação. “É difícil achar as palavras certas. Não é questão de perder um gol ou um pênalti, eu fiquei entre a vida e a morte. Vim agradecer o interesse e o apoio de vocês (jornalistas), do Palmeiras, da maioria dos torcedores e do treinador (Felipão). Quando fomos para o Chile, ele (Felipão) me ligou para saber como eu estava. Eu não podia falar, a única coisa que eu fiz foi dormir. De quinta-feira (quando aconteceu o sequestro) para sexta-feira, eu não dormi nada.”
Nesta última quarta-feira (13), o Mago foi chamado pela polícia para o reconhecimento do bandido. Segundo o atleta palmeirense, a missão não foi nada fácil. “Ontem, eu vim cedo para treinar. Depois, saindo daqui, o delegado me informou que o homem já tinha sido preso, que eu precisava reconhecer as fotos dele. Quando eram 16h, eu o reconheci pessoalmente. Se já era difícil para mim conseguir dormir, tentar me concentrar em outras coisas, imagina quando você vê a pessoa que te atormentou, abusou da tua mulher”, falou.
Questionado sobre a permanência no Palmeiras, Valdivia se mostrou indeciso e revelou que vai seguir a vontade da esposa. “O momento dela (esposa) é de ficar perto dos familiares e dos amigos. A intenção dela é de ficar perto deles. Ela precisa de apoio, ela está muito mal pelo que aconteceu. Não sei se ela vai querer sair do Chile, ainda é cedo. Eu sei que vocês querem que eu fale outra coisa, mas não dá para falar”, disse o meia, que vai continuar treinando enquanto a situação dele com o Verdão não se resolve.
“A minha ideia é vir aqui e treinar. Eu sou funcionário do clube, meu contrato é até 2015. Eu não mando mais que o treinador (Felipão), que o César (Sampaio) e que o (Arnaldo) Tirone. A minha obrigação, por mais que eu esteja sofrendo e eu queira fazer outras coisas, é vir aqui (treinar). Eu preciso ver se eu consigo aguentar ficar longe dos meus filhos. A gente trabalha pelo gosto de jogar futebol e pelo futuro dos nossos filhos. Ainda não sei o que vai acontecer, mas sei que preciso cumprir a minha obrigação. Eu sou muito grato ao Palmeiras.”