Com 20 anos de clube, Fernando Miranda volta a treinar goleiros
Agência Palmeiras
Luan de Sousa
Com a saída de Evelton Isoppo (o Palha), que recebeu uma proposta do futebol chinês, Fernando Miranda foi, pela terceira vez, efetivado no cargo de preparador de goleiros do Palmeiras. Antes observador técnico da comissão de Gilson Kleina, o funcionário prevê um ano de 2014 intenso e promete muito trabalho para prolongar o legado da famosa Academia de Goleiros do clube.
“Em 2014, estamos com ótimos pensamentos. Estamos no ano do centenário e com um foco gigante no trabalho do Fernando, do Bruno, do Fábio e também no dos garotos. Temos o Vinicius, por exemplo, que disputará a Taça São Paulo agora. Estamos, enfim, tentando unir o trabalho do profissional com a formação de novos goleiros, mantendo assim a escola de goleiros do Palmeiras”, afirmou Fernando, que enfatizou o intercâmbio realizado com os meninos das categorias de base.
“Isso é o maior legado que um preparador de goleiros pode deixar aqui. Eu vivenciei muito isso, desde pequeno trabalhando com os profissionais. E é uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que nós observamos os meninos, corrigimos seus defeitos, analisamos o perfil técnico e psicológico de cada um, eles, treinando com os profissionais, vão observando, trocando ideias… Às vezes eles têm receio de perguntar detalhes para nós e acabam falando entre eles mesmo. Isso só soma coisas positivas. O Palmeiras sempre teve essa tradição de formar bons goleiros e é mais do que o nosso dever manter isso”, disse o palestrino, que completará em fevereiro 20 anos de Verdão.
“Entrei no Palmeiras em 94 como goleiro do dente de leite. Permaneci 11 anos como atleta, participando de todas as categorias. Joguei bastante pelo Palmeiras B, tendo sido um dos precursores do projeto. Subi para o profissional em 97 com o professor Scolari e permaneci no grupo que teve grandes conquistas. Neste período, acompanhei de perto o trabalho do Pracidelli. Em 2005, passei a ser preparador de goleiros da base e, no ano seguinte, integrei a comissão técnica profissional, cargo no qual tive várias funções, desde preparador de goleiros a auxiliar técnico. São duas décadas de Palmeiras!”.
Re-efetivado, Fernando explica como os goleiros readquirem o reflexo na pré-temporada. "A mesma velocidade que eles perdem nas férias eles readquirem agora. A memória muscular, a coordenação motora, tudo isso, volta rápido para o goleiro. Temos mais de 15 dias para estrear e, por isso, já começamos a treinar com bola logo no segundo dia. Fazemos isso para acelerar o processo com o campo, com a bola, com as dores, etc”.
Profissionalismo
Como foi jogador do Alviverde por um longo período, Fernando foi companheiro de muitos atletas que, anos depois, seria treinador. “Joguei e dividi apartamento com o Marcos. Cresci com o Diego Cavalieri, íamos embora juntos por morarmos em lugares próximos. O Bruno é mais novo, mas cheguei a concentrar com ele também. Então, temos uma amizade muito grande. Mas, antes de tudo, temos uma grande relação profissional. Eles sempre me respeitaram muito. E isso facilita para eu sugar o melhor potencial deles como atletas. E, por sermos próximos, eu acabo cobrando até mais no treinamento”, brincou o funcionário, elogiado por Bruno.
“É um cara sensacional, fiquei muito feliz por isso. Tanto pelo Palha, por ter essa oportunidade, como pelo Fernando, que é uma pessoa decente, simples, bom treinador e estuda muito. Quando cheguei ao Palmeiras, ele era o goleiro do júnior. No meu primeiro treino, quem me aqueceu foi ele. Temos, então, uma relação de 17 anos. É um cara que converso bastante. No meu primeiro jogo como profissional, ele era o treinador de goleiros porque o Pracidelli havia se transferido para o Chelsea (da Inglaterra). É um momento especial e tenho certeza de que ele aproveitará da melhor maneira possível. Ele merece".