Denoni: passado humilde e esperança de vencer no Palmeiras
Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia
Fábio Finelli
Considerado um dos atletas mais promissores da base palmeirense, o volante João Denoni quer aproveitar cada minuto no time profissional para provar que pode ser vencedor no Verdão. Com apenas 18 anos, o jovem atleta relembra o passado difícil e deixa claro que as oportunidades são encaradas como um verdadeiro prato de comida.
"Quem não sonha em ser jogador profissional do Palmeiras? Meu passado foi difícil. Jogo futebol desde os 7 anos e sempre esperava por essa chance. A gente sabe o quanto é difícil chegar aonde eu cheguei. Sei que ainda não conquistei nada, por isso treino e entro nos jogos como se disputasse uma final de campeonato ou como se quisesse um prato de comida", disse o volante, que deu os primeiros passos em Jaboticabal, interior de São Paulo, e que conta com uma torcida 'apaixonada'.
"Depois que eu vim para a base e para o time profissional do Palmeiras, meus pais sempre viajam para me acompanhar. Também tenho três irmãs que estão sempre vibrando por mim", revelou o camisa 38, que vive a expectativa de jogar mais perto dos parentes. "Claro que a gente torce para que o Palmeiras não seja punido, mas, se o clube realmente for mandar os jogos em Araraquara, acho que metade do estádio será da minha família", brincou.
João Denoni Júnior atuou por três anos na base do Mirassol antes de chegar ao Palestra Itália em fevereiro de 2011. Logo em sua primeira temporada de Palmeiras, disputou dois campeonatos na categoria sub-17 e se sagrou campeão em ambas: a Copa Rio, no primeiro semestre, e o Campeonato Paulista, no segundo semestre, ajudando a encerrar um jejum de 39 anos sem a taça estadual.
Nesta temporada, Denoni foi um dos destaques do Verdão na Copa São Paulo de Juniores e depois passou a trabalhar com o elenco sub-20. Porém, antes mesmo de estrear na nova categoria, o meio-campista recebeu do técnico Luiz Felipe Scolari a chance que tanto esperava.
“Participei de 15 minutos do jogo-treino contra o Mogi Mirim, numa quinta-feira (dia 2 de maio), e na sexta (3) o César Sampaio (gerente de futebol) me chamou para o coletivo do sábado (4). A partir daí, não voltei mais para a base”, conta o garoto. “A felicidade por viver este momento é enorme, mas sei que não posso deixar isso subir à cabeça. O futebol tem muitos altos e baixos, e eu sei que tenho que reconhecer meus erros e deficiências e melhorar sempre”
Sobre suas características em campo, João afirma ser “um segundo volante, que gosta de sair para o jogo”. “Mas volante não pode deixar de marcar nunca, então, antes de tudo, procuro me posicionar bem e roubar a bola do adversário”, destaca. “Gosto de arriscar uns chutes de fora da área também. Quem não tenta, não consegue. Se derem espaço, eu chuto pro gol mesmo”, acrescentou o jovem, que anotou um gol de longa distância na última Copinha, na vitória por 3 a 2 sobre o Paulista, pelas oitavas de final.
Admirador do futebol de Hernanes (Lazio) e Pirlo (Juventus), Denoni tem o ex-goleiro Marcos como maior exemplo. “Valorizo muito os jogadores que jogam com amor à camisa, que lutam muito dentro de campo, que não medem esforços para fazer o time vencer”, afirma.
Denoni disputou seis partidas no time principal, todas pelo Campeonato Brasileiro: foi titular contra a Ponte Preta e entrou no 2º tempo diante de Coritiba, Botafogo, Atlético-GO, Santos e Figueirense. No duelo contra os catarinenses, o volante talvez tenha feito sua melhor partida e arrancou elogios do técnico Gilson Kleina e dos companheiros de grupo.
"Fiquei feliz com os elogios. Sei que entrei em um momento difícil, a pressão era grande. Mas esqueci de tudo, coloquei minha personalidade em campo e joguei sem medo. Ainda é cedo, mas espero poder ajudar cada vez mais o Palmeiras a sair desta situação."
Esperando por novas chances, Denoni sabe que o apoio da torcida será fundamental para o Verdão conseguir a vitória no confronto deste sábado, contra a Ponte Preta. "Vai ser difícil como todos os jogos do Brasileiro, mas estamos treinando forte e faremos de tudo para conseguir os três pontos. A torcida também pode ter um papel importante. Com eles vibrando e apoiando, teremos um incentivo e uma união ainda maior."