Escola de goleiros do Verdão nas mãos do prata da casa Fernando Miranda

Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia

Atual preparador de goleiros do elenco principal do Palmeiras, Fernando Miranda Ribeiro de Moraes tem uma longa história de dedicação ao Alviverde. Dos seus 30 anos de idade, mais da metade (16) estão diretamente ligados ao clube, seja como atleta ou membro da comissão técnica.

Nascido em 1º de abril de 1980, em São Paulo, Fernando chegou ao Palestra Itália em 1994, ainda com 13 anos. Depois de passar por todas as equipes de base, subiu para o profissional e entrou em campo uma vez, em um amistoso contra a Caldense, no início de 2003 (vitória palestrina por 4 a 2).

Entre muitos outros nomes, foi companheiro de grupo de Marcos, Sérgio e Veloso. Continuou como jogador até 2005, quando decidiu mudar de área e se tornou preparador de goleiros da base, função que exerceu por um ano.

Em 2006, com a saída de Emerson Leão, trabalhou como interino na preparação dos goleiros profissionais até a chegada de Tite, meses depois. A partir de então, foi auxiliar técnico até a metade de 2008, quando Carlos Pracidelli, que havia voltado ao clube, transferiu-se para o Chelsea (ING).

“Como auxiliar técnico, eu tinha as funções de assistir aos jogos dos adversários, analisar possíveis reforços para o clube e também ajudar nos treinamentos”, conta Fernando, que, durante este período, trabalhou também com Jair Picerni, Caio Júnior e Vanderlei Luxemburgo.

Nos últimos seis meses de 2008, voltou a ser preparador de goleiros até a chegada de Cantarele, em 2009. Com Luxemburgo, Jorginho e Muricy Ramalho, exerceu novamente a função de auxiliar técnico até fevereiro de 2010, quando, após a saída de Cantarele, assumiu definitivamente a função de preparador de goleiros.

“Como estou aqui há muito tempo, conheço bem a escola de goleiros do Palmeiras. A preocupação principal é dar continuidade a essa excelente formação”, diz o treinador, que é graduado em educação física (curso feito durante a época de goleiro) e pós-graduado em fisiologia do exercício. “Aprendi com o Carlão [Pracidelli] que o goleiro tem que sempre ser linear. Tanto no momento difícil quanto no momento bom, ele tem que ter sempre a mesma postura”, acrescenta.

A amizade que tem com seus comandados é um fator positivo, acredita. “O Marcos foi meu companheiro no profissional. O Carlos e o Fábio foram meus goleiros no infantil. O Raphael Alemão, no juvenil. E o Bruno e o Deola jogaram comigo e foram treinados por mim no time B. Somos uma família, e isso facilita porque eu os conheço bem, sei os limites deles, sei quando estão com algum problema. E, o mais importante de tudo, é o respeito que eles têm por mim.”

Marcos, o mais velho da turma, merece uma atenção especial do treinador. “O trabalho com o Marcos é totalmente personalizado, desenvolvido em conjunto com o departamento médico e a preparação física. Ele está fazendo um trabalho mais específico para as suas características e, com isso, está conseguindo prolongar a carreira em alto nível”, conta.

Além de manter a condição técnica de Marcos, Bruno, Deola, Carlos, Raphael Alemão e Fábio, Fernando é também, desde 2008, coordenador de goleiros das categorias de base. “São três preparadores no amador: o Carlos Magno, o Jefferson e o Danilo. Eu instruo o trabalho deles, avalio as condições dos goleiros e trago alguns garotos para treinar com os profissionais”, explica.

Um dos frutos deste trabalho é a recente convocação de Borges, goleiro que disputou a última Copa São Paulo pelo Verdão, para a seleção brasileira sub-20. “É muito importante trazer os mais jovens para treinar com os profissionais, pois, além do trabalho de campo, eles podem conviver e aprender com jogadores mais experientes. Isso influencia na personalidade e no caráter da pessoa”, destaca Fernando.