Felipão nega afastamento de Tinga e conta com Wellington no elenco
Agência Palmeiras
Fábio Finelli
Na longa entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (17), na Academia de Futebol, o técnico Luiz Felipe Scolari tentou esclarecer a situação envolvendo o meia Tinga e garantiu que em nenhum momento pediu o afastamento do jogador dos treinamentos. O comandante palmeirense revelou a conversa que teve com ele antes da partida contra o Internacional, no último domingo, e lembrou das chances dadas ao atleta desde que ele chegou ao clube, em meados de 2010.
´Não pedi para afastar o Tinga. Ele é que tem de assumir a condição de atleta profissional, coisa que não fez. Quando eu viajei para Portugal, deixei avisado o presidente e a diretoria, tudo documentado. Ele está sem treinar há três dias e não deu explicações. Se ele quiser treinar, as portas estão abertas como sempre estiveram. Se ele não quiser treinar, não quero que isso venha para a minha conta´, afirmou o treinador, que foi além.
´Ele sabe os motivos de ter sido afastado do jogo contra o Inter. Na sexta-feira, um dia antes da viagem, ele deu entrevista dizendo que não sabia se iria viajar, que não sabia se iria jogar, que não sabia um monte de coisas. Oras, se ele estava cheio de dúvidas, então era melhor cortá-lo do jogo. É simples. Em nenhum momento falei que ele estava afastado.´
Felipão também esclareceu que os preconceitos religiosos citados pelos empresários de Tinga como um dos motivos do afastamento do jogador na partida contra o Internacional não existem.
´Isso é absurdo. Trabalhei com 200 jogadores de diferentes religiões e nunca tive problema. Nunca escalei esse ou aquele por causa de religião. Religiosidade é fazer um bom trabalho, porque Deus em cima não coloca a água na mesa. Isso é religiosidade. E é isso o que ele diz que eu falei. Não teve nada de preconceito. Absurdo. Mas quando se quer preparar algo, se prepara muita coisa. Já vivi isso antes da Copa de 2002. Sei como funciona.´
O assunto Tinga foi um dos mais comentados durante a coletiva desta sexta-feira. E o treinador não deixou de lembrar das chances dadas ao atleta, mesmo quando ele era questionado pela torcida e imprensa.
´Levei 500 cornetadas de todo mundo. Fui repreendido por milhões de pessoas. Tem que pensar um pouquinho e ver o futebol de forma ampla. Não é só a beleza que passam para vocês. Banquei o Tinga contra tudo e contra todos e ele está se sentindo prejudicado por qual motivo? Prejudicado porque não ficou no banco?´, questionou Felipão, que citou outros casos de atletas que também ficaram de fora da lista dos relacionados ou foram repreendidos, mas continuaram tendo oportunidades.
´O Adriano foi punido por ter chegado atrasado. Não jogou em Minas, foi dada advertência e na semana seguinte ele estava jogando. Isso é futebol. O Pierre não ficou nem no banco contra o Inter, mas no jogo-treino aqui de terça-feira (contra o Juventus) estava correndo e dando carrinho feito um louco. Não tem essa de cara feia. Eu escolho quem joga ou não. Tenho de ter essa soberania de quem fica no banco ou não. Se todo jogador que fica fora do banco reclamar, vamos ter apenas 11 atletas no elenco.´
Wellington – Outro tema bastante citado na coletiva foi quanto à permanência de Wellington Paulista, que é pretendido por Internacional, futebol árabe e outros clubes brasileiros. Felipão afirmou que pretende continuar com o atacante e elogiou o comportamento do camisa 9, mas que não pode fazer nada caso cheguem propostas financeiras por ele.
´O comportamento do Wellington tem sido exemplar. Treina bem, chega no horário, está ótimo. Se não o coloco em campo, é apenas por questão tática, da maneira como o time joga. Não é questão técnica, é só opção´, apontou, deixando claro que o jogador continuará como uma boa opção para a equipe.
´Meu titular é o Kleber e eu precisava ter opções de jogo. O Dinei estava machucado e precisava de mais alguém, mas em nenhum momento disse que o Wellington seria titular. O time está atuando de uma maneira desde o início do ano. No momento, tenho uma ideia de equipe para jogar desde o princípio. Mas é claro que o Wellington faz parte.´
Sobre uma eventual negociação, Felipão falou pela diretoria e lembrou que os direitos do atleta pertencem ao Cruzeiro. ´Se alguém chegar com dinheiro e quiser contratar o Wellington, o Palmeiras não pode fazer nada. Ele é jogador do Cruzeiro. É o mesmo caso do Vítor (lateral). Ele estava no Sport e o Palmeiras precisou dele para ele se transferir ao Cruzeiro. Não tem nada o que ser feito. Se aparecer proposta boa, temos de ceder o jogador. Mas espero que ele permaneça.´