Historiador do Verdão relembra conquista do Paulista de 1966
Agência Palmeiras
Fernando Galuppo
O dia 15 de dezembro de 1966 entrou para a história alviverde pela coroação do 15º título paulista conquistado pelo Palmeiras. Naquela noite, os representantes da Academia entraram em campo com a taça assegurada antecipadamente e atropelaram o rival São Paulo.
O diretor do departamento de Acervo Histórico, José Ezequiel de Oliveira, relembra a conquista do Campeonato Paulista com riqueza de detalhes. “O título veio de forma antecipada. Era uma terça-feira, 12 de dezembro de 1966, a Portuguesa venceu o Santos por 1 a 0 e deu o título ao Palmeiras. Escutei este jogo em um rádio modelo Spica, escondido de minha mãe, embaixo das cobertas, pois no dia seguinte tinha que acordar cedo para ir à escola. A Portuguesa precisava vencer para o Verdão ser o Campeão. Já no final do jogo, Paes, meia da Portuguesa recebeu passe de Leivinha e fez 1 a 0 no Santos de Toninho e Coutinho. E o título chegou”, relembra emocionado.
A festa do título foi diante do São Paulo Futebol Clube. “Fui ao último jogo contra o São Paulo. Uma quinta-feira à noite. Foi meu primeiro jogo noturno e me lembro da entrega das faixas de Campeão ao Palmeiras. A felicidade era grande para uma criança de 11 anos que já vivia no clube como se fosse o quintal de casa. Foi tão marcante este jogo que hoje ainda me emociono em lembrá-lo”, comentou.
A rotina de torcedor de Ezequiel também está viva na memória. “Cheguei cedo e na entrada todos receberam uma bandeira oficial de papel. A festa foi grande. A mais bonita e organizada que vi num estádio. Antes do jogo os bombeiros, da então Força Pública, realizaram show de malabarismo e perícia em salvamentos. Mas, o grande momento, já com o estádio Municipal lotado, foi a entrada do time em campo. Apagaram-se os refletores (com lâmpadas incandescentes). O holofote dos bombeiros foi colocado no túnel. Aí surge o alviverde imponente com Zequinha e Gallardo a frente empunhando uma enorme bandeira e inicia-se a volta olímpica”, disse.
Mas a grande surpresa estava por vir. “Depois da bandeira esmeraldina, surge uma bandeira do São Paulo Futebol Clube levada pelos jogadores do Verdão. Hoje entendo que foi um ato de grandeza que nossos dirigentes tiveram em relação ao rival. Todo estádio aclamava os Campeões Paulistas. O jogo foi digno da Academia. Vencemos por 3 a 0, numa aula de futebol. Foi este Palmeiras que aprendi a amar… o que de fato é Campeão!”, finaliza.