Homenageado, Marcos relembra principais momentos da carreira
Agência Palmeiras
Fábio Finelli
O goleiro Marcos foi o centro das atenções durante esta quarta-feira (18), na Academia de Futebol. Prestes a completar 500 partidas pelo Palmeiras, o ídolo recebeu das mãos do técnico Luiz Felipe Scolari uma camisa personalizada com o número 500 e uma série de homenagens da diretoria de marketing do clube, que vai colocar à venda uma camisa comemorativa, um boneco do goleiro com os braços para o alto e um troféu banhado a ouro com o retrato das luvas do goleiro.
Durante a entrega da camisa, Felipão chegou a se emocionar quando falou de sua relação com o goleiro palmeirense. ´Conheci o Marcos garoto, é um companheiro, um amigo da vida pessoal e profissional. Quando cheguei aqui, fizemos um trabalho que envolvia a Copa Mercosul e Libertadores. E deu certo. Depois, nos encontramos na seleção brasileira. Foram momentos marcantes e me sinto honrado e feliz de fazer essa homenagem´, disse, com lágrimas nos olhos. Ao deixar a sala de imprensa, no entanto, não deixou de brincar com o goleiro: ´Marcão, parabéns, mas fecha o gol amanhã (quinta)´, disse, arrancando gargalhadas dos presentes na coletiva.
Marcos concedeu uma longa entrevista e falou sobre o duelo decisivo contra o Vitória e dos seus principais momentos da carreira. Confira os principais trechos:
500 jogos
´Quero deixar bem claro que não se trata de um jogo festivo. Relutei muito em vir aqui, queria deixar isso para depois do jogo. Mas fico feliz com as homenagens, prova que sou muito querido por todos no clube. Espero que esse jogo 500 seja marcado por um grande confronto e que a gente consiga fazer o melhor dentro de campo.´
Milagre estar jogando até agora?
´Acredito que sim. Fiz uma grave cirurgia na mão direita, que só outros dois profissionais tinham realizado, um do beisebol e outro do basquete. Os dois pararam de jogar, eu continuei (risos). Na verdade, tinha apenas 50% de chances de continuar jogando, e hoje o que menos dá problema é justamente a mão. Agradeço bastante aos profissionais que cuidaram de mim durante todo esse período.´
Lembranças das melhores e piores partidas
´Um dos piores jogos foi contra o Manchester [final do Mundial Interclubes de 1999], e eu admiti a falha logo depois da partida. É um peso que eu carrego até hoje. O outro jogo foi a furada contra o Vitória, naquela goleada de 7×2. Mas foram erros que me fizeram aprender. Depois disso, errei bem menos e amadureci bastante. Entre as partidas mais marcantes, considero a final da Copa Libertadores de 1999, contra o Deportivo, e a Copa do Mundo de 2002. Na minha opinião, fiz uma Copa perfeita, inclusive na final. E também considero a Série B muito importante. As pessoas menosprezam, mas tínhamos um elenco muito jovem e a responsabilidade em cima de mim era enorme. Felizmente, tivemos uma excelente participação.´
Vitória e vaga nos pênaltis
´Acho que se for para os pênaltis estará bom demais. O Vitória é um ótimo time e conta com dois grandes goleiros. É uma equipe forte na bola parada, na bola aérea e que faz gol em todos os jogos. Ou seja, temos de entrar em campo e jogar mais do que bem. Mas é claro que a esperança aqui é enorme. Estamos trabalhando forte e esperamos fazer um jogo parecido como contra o Atlético-PR.´
Futuro
´Tenho dito que o que vier depois dos 500 jogos é lucro (risos). Vou aguentar o quanto der. Converso diariamente com o departamento médico, com o Carlos Pracidelli (preparador de goleiros), e eu sei que não consigo jogar com frequência jogos de quarta-feira e domingo. Cheguei até aqui com muita dificuldade, tive inúmeros problemas físicos, mas nada melhor do que superar e dar a volta por cima. Como já falei uma vez, já chorei muito quando me machuquei, pois nunca se sabe como vai voltar a jogar. Foi tudo um grande aprendizado que me fez crescer como homem e profissional.´
Elenco atual
´É claro que está aquém daquilo que a gente espera, mas estamos melhorando e ficando com uma cara diferente. Só quero e converso muito internamente que precisamos ter mais regularidade. Ganhamos os clássicos, jogos difíceis, e quando chega adversários menores, perdemos. Precisa ter concentração e tratar todos os times da mesma maneira.´
Atletas comprometidos com o clube
´O Palmeiras está buscando atletas com esse perfil e acho isso fundamental. O Kleber e o Valdivia são jogadores identificados com o clube e sentem o peso da derrota. Mas o nosso grupo tem incorporado esse espírito. Para se tornar ídolo, é preciso conquistar títulos. Se esse grupo não ganhar nada, é só mais um que passou. E o Felipão tem colaborado muito nesse discurso.´
Confira o vídeo exclusivo da TV Palmeiras da homenagem ao goleiro do Verdão: