Lição de vida e emoção na visita de Assunção à Fundação CASA

Agência Palmeiras Fábio Finelli

Os gramados e as tradicionais coletivas de imprensa foram deixadas de lado na manhã desta terça-feira (09) e deram espaço para uma visita do volante Marcos Assunção aos adolescentes da Fundação Casa (Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente, antiga Febem), na unidade de Osasco. Representando o desejo de milhares de garotos que sonham em vencer na vida, o atleta palmeirense deu uma palestra aos internos falando sobre as dificuldades e o longo caminho em obter sucesso como jogador de futebol e as histórias de quando ainda corria nos campos da várzea em Caieiras, período em sequer cogitava atingir a fama. ´Quando estava em Americana, não tinha dinheiro sequer para pegar condução ou comer um lanche. Apesar de pensar em desistir, nunca abandonei meu sonho de ser jogador de futebol. Isso é coisa para gente fraca. Sempre tive força de vontade e superação para atingir meus objetivos. É por isso que vocês (apontando para os adolescentes que acompanhavam atentamente a palestra) não podem abandonar seus sonhos. Coloquem isso na cabeça, mantenham a dignidade e corram atrás do que desejam´, disse Assunção, que logo depois, desabou em lágrimas ao lembrar do seu pai, Waltemir Bispo Assunção, morto em 2004. ´Meu pai era um exemplo. Eu vim de família humilde, muito humilde, e apesar de todas as dificuldades, ele sempre fez de tudo para pregar o bem e sustentar a família de forma correta e digna. Sinceramente, não sei o que seria de mim sem ele. Uma pessoa que ficava o dia inteiro fora de casa para trazer comida para casa e, mesmo assim, tinha tempo de brincar com a gente e dar carinho. Eu fico mesmo emocionado e peço desculpas. Mas ele é meu ídolo, pois se sacrificava para fazer o bem para todos que estavam ao seu redor.´ Assunção ficou cerca de duas horas na Fundação CASA, que abriga 120 internos entre 14 e 18 anos. Ele conversou com aproximadamente 40 adolescentes, bateu bola, ouviu atentamente um por um dos garotos e ainda conheceu todas as instalações da unidade de Osasco. ´É muito bem estruturado e organizado. É a primeira vez que estou entrando aqui e acho que cada um de nós deveria comparecer para incentivar e dar apoio para esses garotos. Hoje, nós estamos bem de vida, mas não podemos esquecer nossas origens. Nós treinamos três, quatro horas por dia, e estar aqui conhecendo um pouco mais da história dessa molecada não é perda de tempo, muito pelo contrário, mas uma lição de vida”, afirmou. “Eu tenho 35 anos, já passei por tudo no futebol, e nunca pensei que ainda fosse aprender um pouco mais. De verdade, fiquei emocionado. É um dia que jamais vou esquecer´, comentou o volante palmeirense, ainda emocionado e com lágrimas nos olhos, depois de responder às perguntas dos internos e dos jornalistas.