Marcos é insubstituível, afirma Carlos Pracidelli
Agência Palmeiras
Fábio Finelli
As trajetórias profissionais de Carlos Pracidelli e Marcos se confundem dentro da própria história de vida deles e do Palmeiras ao longo dos últimos 20 anos. Pracidelli iniciava sua trajetória profissional no clube em 1992, mesmo ano em que Marcos subia do time de juniores e dava os primeiros passos ao lado de Velloso, Ivan, Sérgio e outros goleiros da equipe de cima.
"Eu lembro como se fosse hoje. O Marcos era alto, magro, cabeludo, e nunca escondeu o sonho de vencer no Palmeiras. Ele era muito humilde, vinha do interior e ainda estava em fase de adaptação. Eu já o conhecia do departamento amador, pois comecei lá. Hoje, não consigo traduzir em palavras essa aposentadoria dele. Estou vivendo dois sentimentos: o de tristeza, por perder um amigo e um profissional de extremo caráter, mas feliz por ter contribuído com uma carreira como a que ele teve", descreveu o preparador palmeirense, que cravou:
"Na minha opinião, o Marcos é insubstituível. Não apenas pela pessoa que ele é, mas por ter conquistado tudo e a todos. Só quem conviveu de perto com o Marcos sabe o que ele passou. Não foram duas ou três lesões, mas uma infinidade. E mesmo assim, ele nunca perdeu a vontade de vencer e sempre jogou até o limite para superar todos os desafios. Com tudo o que já tinha lesionado, foi para a Copa do Mundo e fechou o gol no penta. Depois de ficar dois anos fora (2006 e 2007), ressurgiu em 2008 para dar um novo título ao Palmeiras. Enfim, são fatos que jamais serão apagados."
Pracidelli conta que a ideia da aposentadoria de Marcos já vinha acontecendo desde o final do ano passado e que o goleiro perdeu para o corpo. "A gente já vinha conversando sobre isso. Para vocês da imprensa, a gente falava que não, mas conversávamos, e muito. A ideia foi amadurecendo e ele voltou com esse pensamento. Só posso dizer que o Marcos perdeu apenas para o corpo dele, jamais para a técnica. Pela técnica, ele jogaria mais alguns anos. Nesse quesito ele é fantástico. Mas as seguidas lesões ao longo da carreira fizeram ele antecipar essa aposentadoria. É muito triste.'
Sobre o futuro, Pracidelli não vê Marcos trabalhando como preparador de goleiros. "Os joelhos não permitem, pois o desgaste é enorme. Acho que ele pode buscar coisas maiores, pois tem experiência e é muito inteligente", comentou, sem deixar de falar da responsabilidade em criar novos Marcos. "A responsabilidade aqui é enorme porque não lançamos apenas o Marcos, mas também o Deola, Bruno, Diego Cavalieri… Somos sabedores que a escola de goleiros do Palmeiras não pode acabar e esses garotos que estão subindo vão dar uma contribuição para que a nossa escola continue perdurando."