Palaia nega golpe político e projeta democratização do clube
Agência Palmeiras
Fábio Finelli
Salvador Hugo Palaia, 76 anos, foi apresentado oficialmente na tarde desta quinta-feira (30), na Academia de Futebol, como o novo presidente interino da Sociedade Esportiva Palmeiras. Ele vai ocupar o cargo até o dia 10 de novembro, prazo em que Luiz Gonzaga Belluzzo vai ficar licenciado da presidência. Em sua primeira entrevista coletiva, Palaia foi categórico ao afirmar que a mudança no departamento de futebol não se tratou de um golpe político, disse que pretende democratizar e pacificar o clube e prevê um Palmeiras fortalecido com o ele e o conselho gestor no comando.
Em suas primeiras palavras como presidente interino, Palaia brincou com os jornalistas e lembrou da autoentrevista concedida em 2006. ´Peço desculpa pela demora, mas estava acabando de terminar a minha autoentrevista (risos). É brincadeira, quis quebrar o gelo com vocês. Quero acabar com esse assunto. Já morreu e faz parte do passado´, disse o mandatário, que sentou à mesa com o diretor de futebol Wlademir Pescamona, os assessores especiais Antonio Carlos Corcione e Fabio Raiola, o diretor financeiro Francisco Busico e o diretor administrativo José Cyrillo Jr. Também vai compor o conselho gestor o vice-presidente Clemente Pereira Júnior.
Confira os principais trechos da entrevista de Salvador Hugo Palaia. Os áudios da entrevista estão ao final desta notícia.
Golpe político
´Não foi golpe, nem traição, muito menos vingança. O presidente Belluzzo passou o cargo para mim e sabia de tudo o que aconteceu. O Seraphim Del Grande também sabia, pois tínhamos jantado na noite anterior. Eu gostaria muito que o Seraphim participasse do conselho gestor e o Cipullo também. Isso prova que não tenho mágoa de ninguém. O Pescarmona (novo diretor de futebol) é um dos homens fortes do Muda Palmeiras, é amigo pessoal do Cipullo e está num cargo de extrema relevância nesse conselho. Isso prova que não teve traição.´
Democracia e pacificação
´Eu vou pregar a união no Palmeiras. Tenho uma vontade imensa de pacificar o clube. A salvação neste momento é todos estarem unidos e pensarem em um Palmeiras maior. Gostaria de chamar os opositores para participar das nossas ações. Neste conselho gestor, todos terão participação. Vamos gerir o futebol de maneira democrática, e eu me responsabilizarei por tudo o que acontecer.´
Conselho gestor
´Eu venci na política no Palmeiras, venci também profissionalmente, e agora como presidente interino com o conselho gestor, vamos alcançar nossos objetivos. É um conselho onde todos participaração das ações. Não tenho intenção nenhuma de mudar o que o Belluzzo plantou. O que vai mudar é a gestão administrativa. Nossa meta é democratizar o clube, ouvirei a todos e o bom senso prevalecerá.´
Vontade de ser palmeirense
´É um amor de vem de berço, e esse amor me faz ter vontade de dirigir o Palmeiras. Estou me sentindo disposto, com espírito de luta e força. Estou com saúde e não sou aposentado ainda. Estou no Palmeiras há mais de 40 anos, passei pelos mais diversos cargos, amador, financeiro, social, e sei muito bem o que eu estou fazendo. O tempo vai provar que viemos aqui para trabalhar e fazer o melhor para o clube.´
Departamento de futebol
´O que eu fiz não foi nada inovador. Para comandar um departamento de futebol, precisava de homens de confiança. E eu mudei porque todos clamavam por mudanças. Apesar das críticas que eu tenho às pessoas que deixaram o comando do futebol, não gostaria de polemizar. Não quero falar do passado, pois o momento é de pensar em agregar.´
Belluzzo
´Rezo pelo Belluzzo e espero que ele volte antes dos 45 dias. O presidente está ciente de tudo o que aconteceu. Ele é uma pessoa inteligente, é um homem sabedor do que está sendo feito.´
Diretor de futebol em 2006
´Quando eu assumi o futebol em 2006, acho que fiz um bom trabalho. Trouxemos grandes nomes na época, inclusive o Valdivia, que ninguém acreditava e hoje é uma realidade. Foi feito um investimento enorme, mas infelizmente os resultados não vieram.´
Relação com Felipão
´Quando eu fui diretor de futebol (2006), meu sonho era ter trazido o Felipão. Ele tem o sangue italiano igual o meu, e a maior virtude nossa é que falamos olho no olho, somos sinceros e transparentes. Meu relacionamento com ele e a comissão técnica será o melhor possível.´
Dificuldades financeiras
´Pode ter certeza que deixaremos o clube em condições muito melhores. Já estamos conversando com os parceiros e colocando ordem na casa. Quanto ao pagamento dos direitos de imagem que estavam atrasados, prefiro não citar. É assunto interno nosso. Mas se tiver de colocar a mão no bolso para pagar o elenco, eu colocarei até o bolso furar.´
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