Felipe Krüger
Departamento de Comunicação
#PatriaAmadaPalmeiras
Desde o anúncio da escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014, um dos assuntos mais comentados é a pressão que a equipe da casa irá enfrentar para apagar o histórico do Mundial de 1950, quando, também em seus domínios, foi derrotado pelo Uruguai na decisão do título em pleno Maracanã.
Apesar de este ser um importante confronto entre brasileiros e uruguaios, para os palmeirenses há outro episódio mais relevante. Em 1965, portanto 15 após a tragédia do Rio de Janeiro, a Seleção foi representada pelo Verdão em embate ante a Celeste, na inauguração do Mineirão.
O Palmeiras, vestindo a camisa verde e amarela, venceu o selecionado uruguaio por 3 a 0. Foi a primeira vez na história do futebol brasileiro que uma equipe foi convidada para compor toda a delegação do Brasil, do técnico ao massagista, do goleiro ao ponta-esquerda, inclusive os reservas.
O time, comandado pelo argentino Filpo Nuñes, único estrangeiro a dirigir a Seleção Brasileira em toda história, preteriu outros grandes esquadrões que despontavam à época no futebol brasileiro, como o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha. Com organização da antiga CBD, o Palmeiras foi escolhido por se tratar da melhor equipe em atividade na ocasião. Já o Uruguai, havia obtido a classificação para a Copa do Mundo 1966 de forma invicta e apresentava craques como Manicera e Cincunegui, que depois brilhariam em Flamengo e Atlético-MG, respectivamente.
“Foi algo mágico, imensurável na época e nos dias atuais. Foi o dia em que um clube de futebol representou toda uma nação. Não sei se vai existir uma homenagem desse tipo algum dia. É algo que até hoje sou lembrado. E que o Palmeiras vai carregar para o resto de sua vida”, lembrou Valdir Joaquim de Moraes, goleiro do Verdão naquela oportunidade.
Mesmo com a incontestável vitória palmeirense, o troféu inicialmente ficou na sede da CBD (depois CBF) por exatos 23 anos. Em 1988, decidiu-se que o Verdão deveria honrosamente ficar com a taça.
“Até hoje fico pensando naquele jogo. Foi uma homenagem feita pela CBD ao nosso grande time, a Academia do Palmeiras. Os mais jovens precisam sempre saber disso e ter orgulho desse jogo. O Palmeiras um dia foi Brasil, e isso ninguém mais vai apagar”, destacou Ademir da Guia, camisa 10 na partida contra a Celeste.
Ficha técnica
BRASIL (PALMEIRAS) 3 x 0 URUGUAI
Data: 07/09/1965
Local: Estádio Magalhães Pinto, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Eunápio de Queiroz
Público: aproximadamente 80.000 pagantes
Renda: Cr$ 49.163.125,00
Gols: Rinaldo, aos 27, e Tupãzinho, aos 35 minutos do primeiro tempo. Germano, aos 29 da etapa final.
Brasil [Palmeiras] – Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario).
Uruguai – Taibo (Fogni); Cincunegui (Brito), Manicera e Caetano; Nuñes (Lorda) e Varela; Franco, Silva (Vingile), Salva, Dorksas e Espárrago (Morales).