Saída de Marcos abre espaço para novos goleiros da base
Agência Palmeiras
Marcelo Cazavia
Com a aposentadoria anunciada do ídolo Marcos, a posição de titular do Palmeiras, a princípio, será disputada por Deola e Bruno, atletas mais experientes e que já defenderam a equipe principal. No entanto, uma nova geração está pronta para dar sequência à escola de goleiros do Verdão.
Quem mais se beneficiou diretamente com a saída do eterno camisa 12 foi o jovem Guilherme Pegorari. O campineiro de 20 anos, que desde outubro de 2011 fazia apenas treinos esporádicos na Academia de Futebol, foi efetivado definitivamente no elenco profissional nesta semana.
“Nos últimos meses do ano passado, revezávamos eu, o Borges e o Carlos [todos do Palmeiras B]. O Carlos se machucou, aí ficamos eu e o Borges. Agora, o [Carlos] Pracidelli [preparador de goleiros] me alçou para o time de cima, e eu não poderia estar mais contente”, disse o garoto, que chegou ao clube em 2009 e, mesmo com 17 anos, já foi colocado no time sub-20.
Em seu currículo, Pegorari tem como destaque o título paulista sub-20 de 2009. No ano seguinte, foi vice-campeão paulista sub-20, vice-campeão brasileiro sub-20, semifinalista da Copa São Paulo de Juniores e conquistou com o Palmeiras B o acesso da Série A-3 para a Série A-2 do Paulistão.
Pegorari, claro, tem Marcos como seu grande ídolo e exalta o legado deixado pelo craque. “É muito diferente ter ao lado no treinamento o Marcos e o Deola. É coisa para poucos. Eles passam muita experiência para nós, têm um jeito mais fácil de pegar as bolas, de se preparar para as jogadas. Parecem que cortam caminho”, descreve.
O ambiente de trabalho, segundo a mais nova promessa alviverde, é ótimo. “Fui tratado muito bem desde o começo. Tinha as brincadeirinhas normais, mas eles foram sempre muito perfeitos comigo, sempre me deixaram à vontade. É uma honra trabalhar ao lado desses caras”, destacou.
Sobre a expectativa de estrear no profissional, Pegorari mantém os pés no chão. No entanto, está ciente da necessidade de estar apto para atuar a qualquer momento. “Temos que pensar a longo prazo, mas também no presente. Nós respeitamos o Deola e o Bruno, sabemos que eles estão na nossa frente, mas estamos trabalhando firme e ficamos sempre espertos, bem treinados. Jogar no gol do Palmeiras não é nada fácil, tem que ter personalidade e estar no seu nível máximo todos os dias”, afirmou.
Concorrência
Se Pegorari é o novato, outros dois pratas da casa também estão de olho na lacuna aberta por Marcos. O mais velho é Raphael Alemão, de 23 anos. No clube desde 2005, quando chegou para integrar a equipe sub-17, o piracicabano teve uma rápida passagem pelo sub-20 e logo se tornou o goleiro titular do Palmeiras B.
Depois da ajudar a equipe no acesso da A-2 para A-3 do Paulista, na primeira metade de 2010, subiu definitivamente para o elenco profissional no segundo semestre. E mesmo treinando na Academia desde então, continua até hoje o goleiro mais utilizado na equipe B. No Brasileirão de 2011, foi o que mais vezes ficou no banco de Deola: 12.
“Só de fazer parte deste seleto grupo de goleiros do Palmeiras já me deixa muito honrado. Conviver todos os dias com ícones da profissão como o ‘seu’ Valdir [Joaquim de Moraes, consultor técnico], o Carlão [Pracidelli] e o Marcos é um aprendizado constante. Além disso, somos uma família aqui, todos nos ajudamos a estar o melhor possível para quando o Palmeiras precisar de nós”, afirmou.
O outro da fila é Fábio Szymonek, de 21 anos. Natural de Osasco, ele também chegou ao clube em 2005 e, logo em seu primeiro ano de Palmeiras, foi convocado para a seleção brasileira sub-15. Em 2006, já pelo sub-17, faturou o Torneio de Bellinzona, na Suíça. No ano seguinte, mesmo ainda sendo sub-17, chegou a disputar 8 partidas pelo Paulista sub-20.
A primeira experiência com o elenco profissional veio em 2008. Na época se revezando entre o sub-20 e o Palmeiras B, Fábio foi chamado por Vanderlei Luxemburgo para um período de treinamento e ficou no banco de reservas na vitória por 3×2 sobre a Ponte Preta, pelo Paulistão. No ano seguinte, compôs o elenco que ficou uma semana treinando em Quito (EQU), às vésperas de uma partida contra a LDU, pela Libertadores.
Também em 2009, foi campeão paulista sub-20. Em 2010, disputou o Paulistão pelo Juventus, por empréstimo, e retornou já integrado ao elenco principal do Verdão, revezando-se com Alemão em dia de jogos do Palmeiras B. No Brasileirão-2011, ficou 8 vezes no banco de Deola.
“O Deola, o Bruno e o Marcos são exemplos para mim. Tenho sorte de poder trabalhar ao lado do Deola e do Bruno ainda. Infelizmente, o ciclo do Marcos se encerrou, mas carregarei para sempre os ensinamentos dele, dentro de campo e, principalmente, fora. O Marcos é, além de amigo e companheiro de trabalho, meu irmão mais velho”, disse o jovem.