Tinga revela drama da família vítima das enchentes no RJ
Agência Palmeiras
Fábio Finelli
O meio-campista Tinga viveu dias de agonia e expectativa com as enchentes que devastaram a região Serrana do Rio de Janeiro. Nesta última sexta-feira (14), um alívio: o jogador conseguiu pela primeira vez após três semanas ter um contato com seus familiares, que residem em Bom Jardim, cidade que fica a 160 quilômetros da capital carioca e próximas às áreas mais afetadas pela chuva, casos de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. Segundo o último boletim da Defesa Civil, já são 633 o número de mortos na região.
´Conversei com o meu pai, graças a Deus está tudo bem. A cidade onde eles moram (Bom Jardim) está destruída, não existe mais nada. Mas o mais importante é que eles estão cheios de saúde e prontos para reconstruir uma vida que foi perdida´, disse o jogador, que se emocionou ao falar da tragédia. ´Foram três semanas sem falar com ninguém. Toda minha família mora por lá. Meus pais, avós, tios, primos e seis irmãos. A família é gigantesca, mas não aconteceu nada com nenhum deles. Até me emociona falar, pois eu vejo as imagens e recordo da minha infância. Gostaria muito de viajar e reencontrá-los, mas infelizmente quem está na cidade não consegue sair, e quem está de fora não consegue entrar´, contou.
Tinga revelou que perdeu alguns amigos que moravam em Nova Friburgo, cidade em que ele deu os primeiros passos na carreira. ´Passei minha infância em Bom Jardim, mas o primeiro time que eu joguei foi o Friburguense, nas categorias de base. Foram alguns anos lá e dói no coração ver que a cidade e os lugares onde eu convivi não existem mais.´
O meia palmeirense espera que a situação melhore nas próximas semanas, elogiou o esforço e a solidariedade das pessoas na doação de alimentos para as vítimas das enchentes e acha pouco provável que seus familiares deixem de morar em Bom Jardim. ´Eles estão adaptados lá, gostam da cidade, é difícil que saiam. Vamos torcer para que as coisas melhorem e gostaria de agradecer todas as pessoas quem tem colaborado, em especial aqueles que tem vindo até à Academia de Futebol para trazer roupas e alimentos. É de arrepiar.´
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