Davide Picchetti

10 de novembro de 1920 a 16 de abril de 1923

Davide Picchetti nasceu na Itália em 1870, foi conselheiro e vice-presidente do Palestra Italia e fez parte da comissão de compra do terreno do Parque Antarctica antes de cumprir dois mandatos na presidência do clube: o primeiro deles concluindo o mandato de Menotti Falchi, após ele e o sucessor Alberto Sironi retornarem à Itália, e a segunda sendo eleito em março de 1922, tornando-se o primeiro mandatário palestrino a ser votado por meio de um processo de eleição semelhante aos dos dias atuais – antes, em meio à turbulência de guerras e epidemias, os cargos eram preenchidos por aclamação após renúncias e desistências.

É considerado um dos principais personagens da história do Palestra Italia, promovendo um grande impulso nas finanças do clube para que ele tivesse autonomia para caminhar de modo organizado e sem intempéries. Ao final do segundo mandato, retornou à Itália, sendo homenageado pelos palestrinos com o título de sócio honorário. Em 1955, o Salão Nobre da Sociedade Esportiva Palmeiras foi batizado com o nome de Salão Davide Picchetti.

Em campo, o Palestra alcançou seu sonhado primeiro título estadual ao vencer o Campeonato Paulista de 1920 sobre o então tetracampeão Paulistano (nas duas outras edições disputadas, em 1921 e 1922, a equipe ficou com o vice). Destaque também para as chegadas das lendas Loschiavo e Serafini ao elenco e para a disputa do primeiro jogo internacional da história do clube, em outubro de 1922, contra a Seleção do Paraguai – a vitória por 4 a 1 na Chácara da Floresta rendeu o primeiro troféu internacional do Verdão, a Taça Guarany.

Picchetti foi fundador da Sociedade Anônima de Cultura Italiana (extinta no início dos anos 1940), membro do Conselho Deliberativo do Circolo Italiano (ocupando o cargo de vice-presidente da entidade em 1920 e por vezes atuando como presidente em exercício) e fez parte do Conselho Consultivo do Hospital Humberto I e das Sociedades Italianas de São Paulo, entre outras instituições da comunidade ítalo-paulistana.

Trabalhou nas cidades de Salto de Itu (SP) e São Roque (SP) como gerente da empresa de tecelagem Società Italo-Americana (SIA), depois rebatizada Brasital S.A. Uma de suas paixões era a equitação, sendo proprietário de cavalos de montaria. Foi nomeado como Cavalheiro da Coroa Italiana pelo governo da Itália em 1922 e é nome de rua na região do Parque do Terceiro Lago, Zona Sul de São Paulo.