Ludovico Bacchiani

25 de janeiro de 1916 a 17 de novembro de 1916
26 de dezembro de 1917 a 11 de abril de 1918

Ludovico Bacchiani nasceu em 17 de fevereiro de 1887, em Roma, na região do Lácio (Itália), e dedicou sua vida aos esportes. Foi atleta da equipe de remo do Esperia – conquistou a primeira vitória interestadual para o clube paulista na modalidade, em 1905 – e também se destacou no atletismo e na natação.

Um dos primeiros e mais ativos sócios do Palestra Italia, inclusive auxiliando na organização desportiva da instituição, Bacchiani era o presidente quando o clube foi credenciado a disputar o Campeonato Paulista pela primeira vez, em 1916. A aproximação à APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e aos seus afiliados se intensificou no início daquele ano, já na gestão Bacchiani, quando, em meio ao processo de desativação do principal campo de São Paulo, no Velódromo, os palestrinos articularam junto às Indústrias Matarazzo a remoção e o transporte das arquibancadas para o campo da Chácara da Floresta, pertencente à AA Palmeiras, um dos maiores apoiadores da entrada do Palestra no campeonato oficial a cidade.

E foi na própria Chácara da Floresta que o Palestra debutou no Campeonato Paulista, empatando com o Mackenzie por 1 a 1 em 13 de maio de 1916. Naquele mesmo dia, o defensor Bianco Gambini, que disputara alguns amistosos com a equipe em 1915 (inclusive tendo marcado o primeiro gol da história do clube no jogo de estreia da instituição, dia 24 de janeiro), ratificava a adoção definitiva do Palestra, clube que defendeu até 1929. Outra lenda que chegou na gestão Bacchiani foi o atacante Heitor, que vestiu a camisa alviverde até 1931.

Bacchiani também foi técnico da equipe principal de futebol por um ano, entre novembro de 1916 e novembro de 1917, justamente no intervalo entre as duas vezes em que assumiu a cadeira de presidente. Era ele, portanto, o comandante palestrino no primeiro Derby da história, em maio de 1917, com vitória por 3 a 0, e também na conquista do primeiro vice-campeonato paulista, naquele mesmo ano.

Em 1918, quando Bacchiani já se tornara o primeiro ex-presidente palestrino a reassumir o posto, o Palestra disputou sua primeira partida contra um time de fora de São Paulo e a primeira fora da capital paulista, diante do São Cristóvão-RJ, no Rio de Janeiro – perdeu o duelo de ida, válido pela Taça Jornal do Comércio, mas venceu o da volta na Chácara da Floresta e conquistou seu primeiro troféu interestadual.

Na sequência, o Palestra foi convidado pelo Corinthians para a inauguração de seu campo próprio, na Ponte Grande. Era o primeiro confronto entre os clubes valendo taça. A partida terminou empatada em 3 a 3 e, uma semana depois, no jogo-desempate, a vitória por 4 a 2 garantiu aos palestrinos a primeira conquista sobre o rival, levando para a casa o troféu oferecido pela Associação dos Cronistas Sportivos.

No anos seguintes, Bacchiani ocupou outros cargos no clube, com destaque especial para a direção geral de esporte, e atuou como conselheiro por diversos mandatos, sendo um dos membros de honra da Comissão Pró-Estádio Palestra Italia em 1933, quando da construção das primeiras arquibancadas de concreto.

Também foi presidente do Esperia entre 1922 e 1923 e foi associado do Circolo Italiano. Serviu no Batalhão da Cruz Vermelha Brasileira na Revolução Constitucionalista de 1932.