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Oficializado como novo técnico do Palmeiras, Abel Ferreira é o primeiro português, o oitavo europeu e o 23º estrangeiro a assumir o comando do Maior Campeão do Brasil na história. O último treinador alviverde nascido na Europa tinha sido o italiano Caetano De Domenico, que conquistou o Campeonato Paulista de 1940 e permaneceu no Palestra Italia até 1941, portanto ainda antes da mudança do nome do clube, em 1942 (o penúltimo, o húngaro Eugênio Medgyessy, também sagrou-se campeão, no estadual de 1932). Já o mais recente comandante de fora do país era o argentino Ricardo Gareca, em 2014.

O primeiro técnico estrangeiro foi o italiano Adriano Merlo, que trabalhou em um jogo da campanha do título paulista de 1920, o primeiro da história alviverde, e conduziu a equipe ao bi estadual em 1926, em parceria com Ítalo Bosetti. Ainda na época do Palestra Italia, o uruguaio Humberto Cabelli ficou marcado pela conquista do único tricampeonato paulista do clube (alcançou o título invicto em 1932, levou a taça pela segunda vez seguida em 1933 e deixou o time por um breve período em 1934, mas voltou no mesmo ano e se sagrou campeão com apenas uma derrota).

Humberto Cabelli (de terno à esquerda) foi tricampeão paulista com o Palestra Italia

Presente no tricampeonato paulista de 1932, 1933 e 1934 como jogador, o também uruguaio Ventura Cambon se tornou o treinador estrangeiro com mais partidas disputadas pelo Verdão (é o quarto no geral com 294 jogos) e o técnico que mais vezes assumiu o comando da equipe, de maneira interina ou efetiva, independentemente da nacionalidade, em todos os tempos (15 no total). Campeão paulista em 1944 dividindo o cargo com o ídolo Bianco, Cambon teve seu melhor momento no início da década de 50, quando, já em janeiro de 1951, pegou o time na reta final de um Paulistão praticamente nas mãos do São Paulo e conseguiu levar o Palmeiras ao título estadual de 1950. Meses depois, era ele o treinador na conquista do mais importante troféu da história do clube, o Mundial Interclubes de 1951, e faturou ainda o Torneio Rio-São Paulo daquele ano.

Com 294 jogos, Ventura Cambon é o estrangeiro com mais partidas disputadas pelo Verdão

Outro estrangeiro de sucesso foi o argentino Filpo Nuñez, grande maestro da Academia de Futebol do Palmeiras, que brilhou na campanha vitoriosa do Rio-São Paulo de 1965. Além de praticar um jogo coletivo e envolvente, o time alviverde era uma máquina ofensiva: foram 12 vitórias em 16 jogos, apenas uma derrota, e uma média de três gols por partida (49 bolas na rede), com direito a goleadas de 7 a 1 no Santos, 5 a 0 no São Paulo e 4 a 1 no Vasco e no Flamengo. Filpo ostenta até hoje o feito de ser o único técnico nascido fora do país a comandar a Seleção Brasileira, quando o Brasil foi inteiramente representado pelo Palmeiras na partida inaugural do Estádio Mineirão, também em 1965, e venceu a seleção do Uruguai por 3 a 0.

Filpo Nuñez comandou a Primeira Academia e venceu o Rio-São Paulo de 1965

Abel Ferreira tem como próximos desafios o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a CONMEBOL Libertadores. Ele será o terceiro técnico estrangeiro a comandar o Palmeiras no principal torneio do continente – os outros dois, os argentinos Armando Renganeschi e Alfredo Gonzalez, alcançaram as finais e se sagraram vice-campeões da América com o Verdão, respectivamente, em 1961 e 1968.

Confira todos os técnicos estrangeiros da história do Palmeiras:

1. Adriano Merlo (Itália): 1920, 1926 e 1929
2. Attilio Fresia (Itália): 1921
3. Dante Vagnotti (Itália): 1922 e 1927
4. Renzo Mangiante (Itália): 1926 e 1927
5. Ramon Platero (Uruguai): 1927, 1934 e 1938 a 1939
6. Emeric Hirchel (Hungria): 1929
7. Eugênio Medgyessy, o Marinetti (Hungria): 1929 a 1930 e 1932
8. Humberto Cabelli (Uruguai): 1930, 1932 a 1933 e 1934 a 1935
9. Carlos Viola (Uruguai): 1935
10. Ventura Cambon (Uruguai): 1935 a 1936, 1938 a 1939, 1941, 1944 a 1945, 1946 a 1947, 1948, 1949 a 1950, 1951 a 1952, novamente 1952, 1953, 1954, 1955, novamente 1955 a 1956, 1957 e novamente 1957
11. Caetano De Domenico (Itália): 1940 a 1941
12. Conrado Ross (Uruguai): 1946
13. Felix Magno (Uruguai): 1948
14. Segundo Villadoniga (Uruguai): 1949
15. Jim Lopes (Argentina): 1950
16. Abel Picabéa (Argentina): 1952
17. Ondino Vieira (Uruguai): 1953
18. Armando Renganeschi (Argentina): 1961
19. Filpo Núñez (Argentina): 1964 a 1965, 1968 a 1969 e 1978 a 1979
20. Fleitas Solich (Paraguai): 1966
21. Alfredo Gonzalez (Argentina): 1968
22. Ricardo Gareca (Argentina): 2014
23. Abel Ferreira (Portugal): desde 2020