Departamento de Comunicação

De volta à Libertadores, o Palmeiras viajou à Bolívia, onde enfrentou o Club Bolívar-BOL em La Paz, na noite desta quarta-feira (16), pela terceira rodada da fase de grupos da Conmebol Libertadores 2020, paralisada desde meados de março devido ao surto do novo coronavírus (Covid-19) e retomada nesta semana. Pelo placar de 2 a 1, com gol de Willian Bigode, de pênalti, aos 33 minutos do primeiro tempo, e de Gabriel Menino, aos 14 do segundo tempo – os bolivianos diminuíram com Riquelme, após cobrança de escanteio –, o Verdão emplacou sua terceira vitória na competição e segue com 100% de aproveitamento: as outras duas foram diante do Tigre-ARG, por 2 a 0, na Argentina (gols de Luiz Adriano e Willian) e Guaraní-PAR, por 3 a 1, no Allianz Parque (gols de Luiz Adriano, três vezes).

Clique aqui para ver a ficha técnica, estatísticas e tudo sobre o jogo!

Com os 100% de aproveitamento (três vitórias em três jogos), o time esmeraldino foi a nove pontos na tabela e lidera com folga seu grupo, seguido do Guaraní-PAR, com três, segundo colocado, do Bolívar-BOL, também com três (atrás nos critérios de desempate), terceiro colocado, e do lanterna Tigre-ARG, que ainda não pontuou. Com isso, o Palmeiras está perto de garantir classificação às fases decisivas da maior competição das Américas.

O resultado obtido pelo Palmeiras tornou-se ainda mais relevante com o retrospecto do Bolívar contra clubes brasileiros em La Paz. Na cidade boliviana, foram 12 jogos antes deste, com oito triunfos do time local, três empates e apenas um triunfo tupiniquim – este do Grêmio, em 1983. Portanto, o Verdão foi o segundo time a ter alcançado tal feito, quebrando um jejum de 37 anos.

Essa foi a segunda vitória da história do Palmeiras na altitude de La Paz. O único triunfo havia sido em 1974, contra o Club Deportivo Municipal-BOL, pelo placar de 1 a 0, também pela Libertadores. Ao todo, o Alviverde atuou por seis vezes no local, com um total de dois triunfos (já com o desta noite), um empate e três reveses.

Em decorrência do resultado do duelo desta noite, o Palmeiras também alcançou sua maior invencibilidade dos últimos oito anos: o time chegou ao 15º jogo seguido de invencibilidade (oito vitórias e sete empates), igualando a sua última grande marca sem perder, imposta entre 07/04/2019 e 13/06/2019 (13 vitórias e dois empates). Antes disso, a última vez que o Verdão ficou por pelo menos 15 partidas sem derrotas foi há oito anos! Entre 13/11/2011 e 21/03/2012, quando atingiu 22 jogos de invencibilidade (14 vitórias e oito empates) – este número de jogos sem ser batido faz do Palmeiras, dentre os 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, o time que está há mais tempo invicto na temporada (incluindo partidas por qualquer competição, exceto amistosos).

Além disso, nas últimas 24 partidas, sofreu apenas uma derrota – foram 13 vitórias e dez empates, com 32 gols marcados e 15 tomados; já nas últimas 32 partidas (incluindo duas de 2019), só duas derrotas, com 18 vitórias, 12 empates, 50 gols marcados e 19 sofridos.

Outro fato recorrente na temporada palmeirense em 2020 foi reforçado com os feitos em campo nesta partida diante do Bolívar. O Palmeiras novamente passou uma partida deixando sua marca – nos últimos 11 jogos, aliás, em todos eles o Verdão fez pelo menos um gol. Neste intervalo, foram, ao todo, 16 bolas na rede (média de 1,45 por jogo). Nas 30 partidas do Palmeiras na temporada, inclusive, o time de Luxemburgo só passou em branco no quesito gols marcados seis vezes: diante de Atlético Nacional de Medellín-Colômbia (Florida Cup, 0x0), São Paulo (Campeonato Paulista, 0x0), Santos (Campeonato Paulista, 0x0), Inter de Limeira (Campeonato Paulista, 0x0), Corinthians (Campeonato Paulista, revés por 1 a 0) e novamente Corinthians, no primeiro jogo da final do Paulista (0x0).

O time paulista também deu continuidade aos seus bons números no que diz respeito ao baixo índice de derrotas: dentre os participantes da Série A, levando em conta jogos por qualquer competição da temporada (menos amistosos), é o time que detém o menor percentual de derrotas – 7% (duas em 28 jogos), seguido pelo Flamengo, com 12,5% (quatro em 32 partidas).

E como perde pouco, o Palmeiras também sofre poucos gols. Assim como nos últimos anos, o Palmeiras mantém ótimos números defensivos em 2020. A média de 0,60 gol sofrido por partida (17 gols em 28 jogos, sem contar torneios amistosos) é a melhor entre os 20 clubes que disputam a Série A do Brasileiro. Em números absolutos, o Palmeiras é o segundo colocado, logo atrás do Atlético-GO (16 gols sofridos, porém em 23 jogos). Portanto, além de ser dono do menor índice de derrotas, também é o detentor da defesa menos vazada do Brasil.

E como visitante, como no caso do jogo de hoje, o Maior Campeão do Brasil também lidera o quesito menos gols sofridos dentre os participantes da Série A do Nacional, com média de 0,42 (sete gols em 14 partidas). Além disso, o time comandado por Vanderlei Luxemburgo passou 57% dos jogos como visitante sem sofrer gols (oito de 14), sendo também o melhor índice entre todos os clubes.

Tradicional na competição, o Palmeiras é um dos três clubes brasileiros com mais edições de Libertadores disputadas desde 1960: esta é a 20ª, assim como Grêmio e São Paulo, sendo a quinta vez consecutiva (desde 2016), feito inédito na história alviverde – ao todo, já com este, são 187 jogos, com 101 vitórias, 34 empates e 52 derrotas (337 gols marcados e 204 sofridos).

O Alviverde carrega ainda a fama histórica de ter sido o primeiro brasileiro a ter disputado uma final de Libertadores: em 1961, quando enfrentou o Peñarol-URU na grande decisão e ficou com o vice-campeonato. O Alviverde chegou à final também em 1968 e 2000, além de 1999, quando foi campeão, e alcançou a fase semifinal em 1971 e 2001.

Clube brasileiro com mais gols na história da Libertadores, o Maior Campeão do Brasil, com suas 337 bolas na rede na competição continental, ocupa a 8ª colocação do ranking geral, considerando times de qualquer nacionalidade, à frente do Colo-Colo-CHI, com 333 gols em 236 jogos (9º do ranking), e do Universidad Católica-CHI, com 331 gols em 217 jogos (que completa o top 10); e atrás do próprio Bolívar-BOL, com 340 gols em 232 jogos (7º do ranking), Cerro Porteño-PAR, com 401 em 309 jogos (6º), Olimpia-PAR, com 435 gols em 305 jogos (5º), Boca Juniors-ARG, com 453 gols em 289 jogos (4º), Nacional-URU, com 540 gols em 385 jogos (3º), Peñarol-URU, com 546 gols em 364 jogos (2º) e River Plate-ARG, com 573 gols em 352 jogos (líder da lista).

O clube palmeirense é ainda a equipe nacional com mais gols como visitante, com 140 tentos anotados fora de casa, e o segundo brasileiro com mais gols como mandante, com 197 bolas na rede, só atrás do Cruzeiro, com 201 gols.

Agora com 101 triunfos ao longo de suas participações na Libertadores, o Palmeiras é o segundo time brasileiro que mais venceu na competição, à frente do Cruzeiro (3º colocado), que soma 95 – o líder deste ranking é o Grêmio, com 102, que perdeu por 2 a 0 para o Universidad Católica-CHI nesta noite, fora de casa.

Melhor ainda é o retrospecto com visitante. O Palmeiras é o brasileiro com mais vitórias fora de casa na história da Libertadores: são 38 triunfos longe de seus domínios, quatro a mais do que o Cruzeiro, segundo colocado com 34. Nas últimas 12 vezes em que atuou no campo do adversário pela competição, o Verdão venceu nove, empatando uma e perdendo só duas.

Individualmente, o técnico Vanderlei Luxemburgo pôde comemorar o fato de ter ampliado seu retrospecto invicto de quatro para cinco duelos na Libertadores: três vitórias e dois empates. O último revés foi em 12/05/2009, diante do Sport, pelo jogo de volta das oitavas de final – mesmo com o resultado negativo, o time se classificou nos pênaltis com grande atuação do goleiro Marcos, após vitória no jogo de ida por 1 a 0, no Palestra Italia, e derrota pelo mesmo placar o jogo da volta, na Ilha do Retiro. Depois, o Palmeiras caiu nas quartas de final para o Nacional-URU, mas de forma invicta (1 a 1 no Palestra Italia e 0 a 0 no Estádio Centenário de Montevidéu). Em 2020, o comandante retomou a série invicta, e até agora já são três vitórias em seus três duelos até aqui!

Em sua quinta passagem no Palmeiras, o técnico Vanderlei Luxemburgo disputou o seu 23º jogo de Libertadores pelo clube. Ele é o segundo treinador da história palmeirense com mais partidas no torneio continental e segundo com mais vitórias (agora são 12, além de quatro empates e sete reveses), atrás apenas de Luiz Felipe Scolari (43 partidas e 23 resultados positivos).

Dentre os jogadores, Willian é um dos atletas que merece ser destacado. Autor do gol que abriu caminho para o triunfo palmeirense, o atacante é o único do elenco a ter atuado em todas as 30 partidas de 2020 (portanto, está entre os três atletas que estiveram em campo nos 16 confrontos desde a retomada do calendário, ao lado de Gabriel Menino e Bruno Henrique), Willian, hoje com 24 partidas por Libertadores, precisa de apenas mais um jogo para figurar na lista de palmeirenses que mais atuaram na Libertadores em todos os tempos – caso isso ocorra, igualará os ex-laterais Júnior e Arce, ambos com 25 duelos, empatados na 10ª posição.

Agora artilheiro do atual elenco no ano, com 11 gols, igualando Luiz Adriano, o camisa 29 também é o jogador do grupo com mais partidas no geral (179, seguido por Bruno Henrique, com 169), gols (agora são 49, seguido por Bruno Henrique, com 28, e Gustavo Scarpa, com 20) e assistências (20, à frente de Marcos Rocha e Lucas Lima, com 18), o atacante já entrou para o top 10 dos que mais venceram no Século XXI: é o 10º colocado com 97 triunfos – completam o ranking: Felipe Melo (9ª posição, com 98), Bruno Henrique (8º, com 99), Corrêa e Wendel (empatados em 6º, com 101), Márcio Araújo (5º, com 118), Valdivia (4º, com 122), Fernando Prass (3º, com 151), Dudu (2º colocado, com 174) e Marcos (líder com 182 vitórias).

Outro que viveu uma noite de gala foi Gabriel Menino, autor de um golaço no segundo tempo – um pombo sem asas que foi no ângulo do arqueiro rival, de longa distância, de fora da área, lembrando o gol de Cleiton Xavier na Libertadores de 2009 contra o Colo-Colo-CHI – foi o primeiro tento do jovem destaque palmeirense como jogador profissional.

Menino é a #CriadaAcademia com mais jogos neste ano (25, contra 22 de Patrick) e com a maior sequência como titular (últimas 14 partidas). O camisa 25 também iniciou a partida como o segundo jogador que mais dribla na temporada, com 14 fintas completas, atrás apenas de Zé Rafael, com 16 – em seguida, vêm Willian, com 13, Wesley, com 11, e Rony, com nove – e o segundo que mais proporciona chutes a gol com 25 assistências para finalizações, atrás apenas de Lucas Lima, com 32 (números do Footstats, que não inclui os passes que resultaram em gol) – completam o top 10: Willian (24), Marcos Rocha (24), Luiz Adriano (21), Zé Rafael (20), Gabriel Veron (18), Bruno Henrique (16), Patrick de Paula (16) e Rony (14).

Aos 19 anos de idade, o Gabriel Menino tem a polivalência como característica, tanto que já foi utilizado por Vanderlei Luxemburgo em todas as posições do meio-campo e como lateral-direito – inclusive, foi atuando como ala na reta final do jogo contra o RB Bragantino que ele fez o cruzamento para o gol de Veron, tornando-se, assim, um dos garçons do time no Brasileiro, com duas assistências, ao lado de Willian – em seguida, vêm Zé Rafael, Gustavo Scarpa, Gustavo Gómez, Gabriel Veron e Wesley, com uma. No total do ano, é o segundo em assistências ao lado de Zé Rafael, Marcos Rocha, Rony e Dudu, todos com três passes a gol, e atrás só de Willian, com quatro – as outras duas dele foram para Gustavo Gómez, contra o Mirassol, pelo Paulista, e contra o Goiás, pelo Brasileiro, ambas no Allianz Parque.

Curiosamente, as três assistências de Rony citadas no parágrafo anterior foram todas pela Libertadores 2020 e, por isso, fazem do camisa 11 o garçom do time isolado na competição, além de segundo assistente do ano. Vale ressaltar que Rony foi considerado pela Conmebol o melhor jogador em campo nesta noite – o torneio tradicionalmente elege o atleta com melhor desempenho.

A noite também foi especial para o zagueiro Luan, que, além da ótima partida realizada, completou sua 100ª partida com a camisa do Palmeiras. O defensor foi contratado como um dos reforços para a zaga palmeirense para a temporada de 2017 com status de campeão olímpico (medalha de ouro no time da Seleção Brasileira nos Jogos do Rio-2016, com Neymar, Weverton e companhia).

Presente na vitória sobre o Tigre-ARG na primeira rodada (entrou no segundo tempo na vaga de Ramires) e reserva diante do Guaraní-PAR na segunda, o zagueiro Luan foi titular pela primeira vez nesta Libertadores – algo que tem sido comum no Brasileirão, que já está em sua 10ª rodada, desde a baixa de Felipe Melo por lesão.

Aliás, ao lado de Gustavo Gómez, como nesta noite, Luan está invicto no Campeonato Brasileiro. A dupla disputou nove partidas, vencendo cinco, empatando quatro e sofrendo apenas quatro gols. O retrospecto da dupla Luan e Gómez no geral é de 48 jogos, 30 vitórias, 13 empates e só cinco derrotas, com 22 gols sofridos (média de 0,45 por partida).

Parceiro de zaga de Luan, o paraguaio Gustavo Gómez também foi um dos destaques defensivos do time. O atleta, inclusive, foi contemplado com o uso da faixa de capitão – adereço de autoridade máxima do time, algo que acontece pela quinta vez desde que está no Palmeiras, sendo a primeira em 2020 – as outras quatro foram em 2019. Ao todo, neste ano, também iniciaram o jogo como capitães Felipe Melo (17 vezes) e Weverton (seis vezes), além da dupla Bruno Henrique e Willian (duas vezes cada).

Se Luan chegou a uma marca expressiva (100 jogos), Matías Viña, com apenas 16 partidas pelo clube completadas nesta noite, também deixou seu nome na história. Com esse número, ele já integra a lista dos dez uruguaios que mais defenderam a camisa do Palmeiras na história, igualando Caraballo, que defendeu o Alviverde nos anos 50, hoje na 10ª posição com 16 partidas – completam a lista: César Pereyra (9º, com 17 jogos), Aguirregaray (8º, com 23), Eguren (7º, com 28), Maidana (6º, com 31), Dario Pereyra (5º, com 32), Ventura Cambon (4º, com 53), Héctor Silva (3º, com 80), Villadoniga (2º, com 138) e Diogo (líder da lista, com 146).

Para fechar honrosas menções aos jogadores, vale destacar também a noite inspirada de Weverton, que fez grandes defesas, sobretudo nos minutos finais e soube conduzir o ritmo da partida. O camisa 1 do Verdão ostenta a segunda menor média de gols sofridos na história do clube. Vazado apenas 73 vezes em 118 jogos pelo Palmeiras, o atual camisa 1 tem índice de 0,61, atrás só do paraguaio Benítez, com 0,54 (13 gols sofridos em 24 jogos em 1978); na sequência, vem o paraguaio Gato Fernández, com 0,62 (22 gols em 35 jogos em 1994). São considerados somente goleiros com ao menos dez jogos disputados pelo Verdão.

Ao todo, ele não sofreu gols em 61 partidas que jogou pelo Verdão, número que o coloca na terceira colocação do ranking de goleiros com mais jogos sem ser vazado no Século XXI, atrás apenas de Marcos (107 jogos) e Fernando Prass (101). Em uma única temporada, é o recordista do século com 26 jogos sem sofrer gols em 2019.

Vale lembrar ainda que o atual camisa 1 fechou o ano de estreia, em 2018, com 21 jogos sem sofrer gols. Em 2019, foram 26. E neste ano, já são 14 partidas intransponível em 28 disputadas. Se sair de campo mais seis vezes sem ser vazado em 2020, ele alcançará uma marca que não é atingida há 23 anos – o último goleiro a ficar três temporadas consecutivas sem sofrer gols em 20 ou mais jogos foi Velloso, em 1995 (28), 1996 (24) e 1997 (27).

Atleta com mais minutos em campo em 2020, Weverton atuou em 29 dos 30 jogos do Palmeiras neste ano e, neste quesito, só está atrás de Willian, que esteve presente em todos.

Dentre os jogadores que estiveram presentes em campo, os meias Raphael Veiga e Gustavo Scarpa e o volante Danilo e fizeram sua estreia pelo Verdão na Libertadores de 2020.

Por fim, vale registrar o banco de reservas do Palmeiras nesta noite, que contou com Jailson, Vinicius Silvestre, Mayke, Emerson Santos, Vitor Hugo, Renan, Danilo, Bruno Henrique, Gustavo Scarpa, Wesley, Gabriel Veron e Gabriel Silva. Os meio-campistas Lucas Lima e Patrick de Paula e o atacante Luiz Adriano viajaram para a Bolívia, mas não foram relacionados.

O JOGO

O Palmeiras teve como mudanças no time titular em relação ao jogo anterior (empate com o Sport por 2 a 2 pelo Campeonato Brasileiro, no último domingo, 10ª rodada) o retorno de Gustavo Gómez na zaga – antes poupado, o paraguaio teve seu lugar ocupado por Vitor Hugo no jogo anterior – e também a aparição de Raphael Veiga como meia-armador do time, função que vinha sendo desempenhada por Lucas Lima, além de Marcos Rocha na lateral-direita (Rocha esteve fora por estar se recuperando de uma lesão no músculo posterior da coxa direita, ficando de fora das últimas cinco partidas – mas na última, chegou a entrar no segundo tempo).

Sem o auxílio do VAR, que ainda não está disponível na fase de grupos da competição, o Palmeiras iniciou o primeiro tempo criado as melhores chances, apesar da altitude de 3640 metros.

Aos 15 minutos de jogo, a equipe palmeirense já havia finalizado três vezes contra a meta do time da casa. Com Rony, aos 11, Raphael Veiga, aos 12, e Luan, de cabeça, aos 14.

O time do Bolívar até respondeu em uma jogada de ataque que começou pelo lado direito, aos 16, e a bola foi passando por dentro da defesa palmeirense, até que, na finalização, a pelota explodiu nos jogadores do palmeirense que estavam posicionados frente ao arco sem Weverton. A arbitragem, porém, já havia apontado impedimento – inclusive contestado. Mesmo a bola não entrando, o susto serviu para ligar o time alviverde.

Mesmo com mais disposição física aparentemente – pesou o fato de o adversário não participar de um jogo oficial desde a pausa devido à pandemia de Covid, em março –, o time brasileiro precisou de mais algum tempo para se familiarizar à velocidade da bola, já que com a altitude corre mais rapidamente.

Quando esteve finalmente entrosado, o Verdão voltou a criar chances. Em uma invasão à grande área, pelo lado esquerdo, Rony brigou pela bola e foi parado pelo adversário Jusino. O árbitro, em cima do lance, prontamente assinalou penalidade máxima.

Para a cobrança do penal, partiu Willian Bigode, que cobrou e converteu aos 33 minutos. O goleiro Rojas até pulou para o canto certo, mas o camisa 29 do Verdão bateu muito bem na bola, no canto direito do arqueiro, e não desperdiçou (Bolívar 0x1 Palmeiras)

Do gol do Palmeiras até os minutos finais do primeiro tempo, houve embate na partida, porém, sem que as duas equipes invadissem com perigo o último terço do campo, de forma que o duelo não saísse das jogadas construídas no meio-campo e de bolas aéreas lançadas para a área – algumas com desvio para escanteio, como no caso do time do Bolívar, aos 42 do segundo tempo, em duas ocasiões. Sem maiores sustos, desta forma, o Verdão foi para o intervalo com vantagem de um ponto no placar.

No segundo tempo, novamente o Palmeiras começou criando as melhores chances, porém desta vez tomando revides – o sistema defensivo esmeraldino, entretanto, muito bem funcionava com Gustavo Gómez e, principalmente, Luan, que fez muitos cortes e interceptações em jogadas adversárias.

Vale destacar a vontade de Rony na partida, sempre buscando o jogo e tentando finalizar, procurando seu primeiro gol pelo Verdão – tanto que foi eleito o melhor jogador em campo da partida (vale lembrar que o camisa 11 sofreu o penal que originou o primeiro tento alviverde).

Após mais algumas tentativas, com o próprio Rony, aos seis minutos, depois com Zé Rafael, aos sete, veio a primeira substituição do Alviverde, com troca de volantes, aos oito minutos: Bruno Henrique entrou no lugar de Ramires, renovando o fôlego no meio-campo defensivo.

Não demorou muito e, pouco depois da mudança no time do Palmeiras, aos 14 minutos (ou seja, seis minutos depois da alteração) saiu o segundo gol alviverde. Dessa vez, Gabriel Menino recebeu assistência de Rony para dominar e chutar lindamente, buscando, do meio da rua, o ângulo do goleiro Rojas. Um golaço! (Bolívar 0x2 Palmeiras)

Com a vantagem ampliada, o Verdão passou a tentar mudar a estratégia – pois sabia que faltaria fôlego na reta final do jogo devido à altitude – e passou a trabalhar jogadas mais cautelosas e valorizar a posse de bola.

Porém, praticamente não havia dado tempo de aderir ao novo estilo de jogo e, logo aos 21 minutos – portanto, sete minutos após chegar ao segundo gol – a história começou a mudar. Primeiro, Weverton fez linda defesa de bola que vinha por cobertura, com efeito, se esticando por inteiro e dando um sutil tapa para colocá-la para a linha de fundo. Mas no lance seguinte, na cobrança de escanteio, o time da casa diminuiu a vantagem esmeraldina com o atacante argentino Marcos Riquelme, de cabeça (Bolívar 1×2 Palmeiras)

O gol dos bolivianos incendiou a partida. Vanderlei Luxemburgo tratou de mexer no time, aos 28 minutos, trocando Rony por Gabriel Veron no ataque, para ganhar mais velocidade, além do volante Danilo na vaga do meia Raphael Veiga, visando dar consistência e solidez ao time.

A partir daí, o Palmeiras pouco conseguiu criar. Chegava algumas vezes com Veron e Zé Rafael, mas sem grande sucesso. Aos 40, Luxa decidiu mexer em suas últimas peças: colocou mais um zagueiro no lugar de um atacante – Vitor Hugo por Willian – e Gustavo Scarpa na vaga de Zé Rafael, ambos meio-campistas, porém, com diferentes características.

Verdade que àquela altura o Alviverde sofria forte pressão do time da casa, que lançava bolas diretas à área de Weverton. O arqueiro alviverde, inclusive, foi fundamental na reta final da partida, sempre atento às bolas perigosas (pouco tempo antes, aos 37, havia feito espetacular defesa em finalização do Bolívar).

Mesmo com três zagueiros, a impressão era de que o Bolívar poderia chegar a um gol a qualquer momento. Mas a presença de Vitor Hugo foi fundamental para afastar as bolas perigosas e blindar a grande área palmeirense.

A partida só acalmou quando, em uma jogada de contra-ataque, o Alviverde sofreu uma falta, aos 49 minutos. Para a cobrança, partiu o canhoto Scarpa, que acertou o travessão e, no quicar da bola, ainda quase viu seu gol sair. Veron chegou para aproveitar a sobra, mas Rojas já estava em cima do jovem atacante palmeirense, fechando o ângulo.

PALMEIRAS: Weverton, Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Matías Viña; Ramires (Bruno Henrique, 8’/2ºT), Gabriel Menino, Zé Rafael (Gustavo Scarpa, 40’/2ºT) e Raphael Veiga (Danilo, 28’/2ºT); Rony (Gabriel Veron, 28’/2ºT) e Willian (Vitor Hugo, 40’/2ºT). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Cartões amarelos (SEP): Zé Rafael, Gabriel Menino, Bruno Henrique e Danilo.

Gols (SEP): Willian, 33’/1ºT (0-1), Gabriel Menino, 14’/2ºT (0-2)