Campeão mundial, Popó reencontra ex-treinador Paco Garcia e elogia estrutura do clube
Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação
Quatro títulos mundiais, 39 vitórias e 33 nocautes como profissional. A expressividade destas marcas é só uma parte do que Acelino “Popó” Freitas representa ao boxe brasileiro e mundial. Na última quarta-feira (15), após anunciar seu retorno aos ringues em agosto, o pugilista visitou a Academia de Boxe do Palmeiras e reencontrou Paco Garcia, treinador da equipe palestrina e ex-comandante do campeão principalmente em 1995, quando o baiano conquistou a prata no Pan de Mar del Plata após 12 anos de jejum do Brasil na modalidade.
Impressionado com a estrutura da academia palestrina, o experiente atleta reforçou a importância do investimento por parte do clube nas categorias de base das modalidades e elogiou o projeto palmeirense em angariar jovens em busca de um futuro promissor. “São grandes lutadores. Pelo o que vejo aqui, pelo menos um ou dois deles estarão nas Olimpíadas de 2016. Esses meninos poderiam estar na rua cometendo crimes, por exemplo, mas o Palmeiras tem esse projeto de muito valor, e manter esta estrutura e educação para esses jovens é sensacional. O Xexéu (Reginaldo Trípoli, assessor especial da presidência e ex-diretor de boxe responsável pela reformulação da modalidade no clube), o Paco e os demais membros da comissão estão de parabéns, e, no que precisarem de mim, estarei à disposição para ajudar o clube”, falou o ex-deputado, que contribuiu para a fiscalização do legado dos projetos da Copa do Mundo de 2014.
Amigos de longa data, Popó não deixou de lado as história com o amigo e relembrou a dedicação do cubano em sua vinda definitiva ao Brasil. “Conheço o Paco há 20 anos, desde o Pan de Mar Del Plata, quando ele treinava a Seleção Brasileira. Tenho um carinho enorme pelo profissional que é. Ama o Brasil, trouxe a família para cá, fez de tudo pela modalidade aqui e ajuda muitas pessoas até hoje. É um dos melhores treinadores que tive na vida e, atualmente, é destaque em solo brasileiro”, elogiou o baiano.
Feliz com a visita, Paco não deixou de lado a influência do atleta para os demais boxeadores brasileiros da atualidade. “Ele é importante não só para os palmeirenses, mas para o boxe brasileiro no geral. Popó é uma inspiração por ser um fenômeno. Poucos foram como ele na história: Eder Jofre, Maguila… A sequência de Popó entra nesta lista dos maiores boxeadores do Brasil. É um incentivo enorme para os meninos pela oportunidade de treinarem com ele e saberem de sua história de vida. Popó é muito querido pelo universo do boxe, e posso dizer que ele é ‘nosso Maradona’, ‘Ronaldinho’… Uma verdadeira estrela”, exaltou.
Treinador na modalidade há 20 anos, o cubano destacou a diferença do baiano para os demais atletas logo quando chegou ao Brasil para treinar a Seleção. Anos depois da conquista na Argentina, Popó virou profissional e despontou como um dos maiores orgulhos da carreira do treinador, que incentiva os jovens da academia alviverde a seguir metas semelhantes às do veterano.
“A vida dá muitas voltas. Quando cheguei aqui em 1995, comecei a torcer pelo Palmeiras principalmente pela presença de poucos atletas do clube na equipe brasileira da época. Então, eu me associei com esse ‘pouco’ e, com o passar do tempo, após sair da Seleção, fui convidado pelo Xexéu e não acreditei. Fiquei maravilhado com a possibilidade de trabalhar no clube em que me identifiquei anos antes de receber a proposta. Sou agradecido por treinar estes atletas ‘de outro planeta’, e tenho certeza de que parte deles estará na próxima Olimpíada”, finalizou o treinador palmeirense.