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Endrick e Luis Guilherme se conheceram em 2017, durante uma viagem do Sub-11 do Palmeiras para a disputa da Go Gup, tradicional torneio de base realizado em Goiânia (GO). Não demoraram a se tornar amigos inseparáveis. Eles costumam ir juntos aos treinos na Academia 2, em Guarulhos (SP), são companheiros de quarto nas concentrações da equipe e, nos momentos de lazer, gostam de se enfrentar no videogame.
É dentro de campo, porém, que a parceria entre os jovens se mostra mais afinada. Promovidos ao Sub-17 no início da temporada, os atacantes de apenas 15 anos têm recebido as primeiras chances no Sub-20, último passo para a chegada ao Profissional do Verdão.
Nascido em 21 de julho de 2006, Endrick soube na véspera do clássico contra o Corinthians, em agosto, pelo Brasileiro Sub-20, que seria relacionado para o Derby. “Na hora, nem consegui entender direito”, reconhece o brasiliense, entre risos. “Mas depois, quando a ficha caiu, fiquei muito feliz. Gosto de desafios. Sempre que visto a camisa do Palmeiras, esqueço a idade e só penso em vencer.”
Da mesma forma, Luis Guilherme se surpreendeu com a notícia de que atuaria com garotos até cinco anos mais velhos. Natural de Aracaju (SE), onde nasceu em 9 de fevereiro de 2006, ele debutou na categoria em outubro, diante do Internacional, também pelo Brasileiro. “Foi uma alegria enorme”, diz o sergipano. “Estava fazendo musculação quando me contaram que viajaria para Porto Alegre. É sinal de que tenho feito um bom trabalho no Sub-17.”
Forças da natureza
A utilização de Endrick e Luis Guilherme nas categorias maiores faz parte de uma estratégia da Base palmeirense de acelerar a maturação de garotos com grande potencial. A ideia é estimular neles o desejo de evoluir continuamente, sem nunca se acomodar.
“A gente não tem como parar a força da natureza”, diz o coordenador geral do Centro de Formação de Atletas, João Paulo Sampaio. “Fogo morro acima e água morro abaixo são como jogador talentoso. A única coisa que você tem de fazer é desafiá-lo. Foi o que aconteceu com Gabriel Jesus, Veron, Luan Cândido, Vitinho e Artur, entre outros. Quando o menino chama muito a atenção, a gente atropela os processos”, explica, ressaltando que, no grupo campeão paulista sub-20 em 2020, havia sete garotos do Sub-17 e um do Sub-15.
Segundo João Paulo, além do talento com a bola, Endrick e Luis Guilherme se notabilizam pela disposição em progredir na carreira. “Eles são concentrados naquilo que querem e isso também faz toda a diferença”, afirma. “São os atletas mais precoces com quem trabalhei em quase sete anos de Palmeiras. A gente os desafia sempre e a resposta tem sido positiva. É evolução atrás de evolução.”
Tabelinha no Profissional?
Admirador do espírito aguerrido do capitão Felipe Melo, Endrick já disputou nove partidas pelo Sub-20 e marcou quatro gols. No Palmeiras desde os 10 anos, o centroavante aponta a intensidade do jogo como uma diferença entre atuar pelo Sub-15 e pelo Sub-20. “Você tem de pensar mais rápido e enfrentar jogadores mais experientes, que entendem melhor o futebol. Jogar com eles tem sido importante para me desenvolver e ficar mais maduro”, diz.
O apoio de atletas que já foram usados pela comissão técnica do Profissional, como o lateral Garcia e o volante Fabinho, vem facilitando a adaptação da dupla à nova categoria. “Fomos bem recebidos por todos. O único problema é o trote; tive de subir em uma cadeira para me apresentar e fazer uma dancinha. Foi feio demais”, brinca Luis Guilherme, fã declarado do atacante Dudu.
Entrosados dentro e fora das quatro linhas, os garotos prodígios da Base palestrina sonham com a oportunidade de, no futuro, atuarem pelo time principal do Verdão – de preferência juntos, como acontece desde o Sub-11. “A gente vê que o Palmeiras tem hoje várias Crias da Academia em seu elenco. Isso é algo que nos incentiva a treinar cada vez mais”, afirma Luis Guilherme. “A gente se conhece bem, um sempre procura pelo outro no campo. Tomara que essa parceria continue por muito tempo”, finaliza Endrick.