Galeano relembra gol diante do rival na Libertadores de 2000

Agência Palmeiras
Fábio Finelli

Atual supervisor de futebol do Palmeiras, o ex-volante Galeano sabe muito bem o que é jogar um clássico entre Palmeiras e Corinthians. Na história, um jogo não sai da memória dele e dos 15 milhões de palmeirenses espalhados pelo planeta: a vitória de 3×2 na Copa Libertadores de 2000. Depois de estar perdendo por 2×1, o Verdão precisava virar o marcador para levar a partida às penalidades. E conseguiu!

O terceiro e decisivo gol foi marcado por ele, Galeano. De cabeça, ele invadiu a área na velocidade, e sem que o atual treinador corintiano e ex-zagueiro Adílson Batista percebesse, testou com firmeza rente à trave direita do goleiro Dida. Nos pênaltis, o Palmeiras venceu por 5×4, na fantástica defesa de Marcos em cobrança de Marcelinho Carioca.

´É lógico que esse gol não sai do meu coração, do meu pensamento. Eu nasci no Palmeiras e sofri bastante no começo de carreira aqui. Com o tempo, fui mostrando o meu valor e a torcida passou a confiar em mim. O gol contra o Corinthians ratificou minha passagem pelo Palmeiras. Acho que serei eternamente lembrado pelo meu período no clube, mas principalmente por esse gol´, relembra.

Galeano também estava em campo em 1999, quando o Verdão já havia eliminado o rival da Libertadores. Ele se recorda dos momentos de dificuldade nos dias que antecederam o duelo histórico contra o rival.

´Como já havíamos eliminado o Corinthians em 1999, a cobrança estava grande em cima deles. Mas mudou de figura pelo momento que estávamos atravessando. Perdemos o primeiro jogo por 4×3 e logo na sequência fomos eliminados pelo Santos, no Paulistão. Foram dias difíceis. A torcida ficou descrente e a imprensa bateu pesado naquela semana´, disse, deixando claro que a união do grupo e a confiança do técnico Luiz Felipe Scolari fizeram a diferença.

´Pra falar a verdade, o Felipão foi fantástico. Ele tinha o grupo nas mãos e fez um trabalho diferenciado, motivou todo o elenco na base da conversa. Entramos com o sangue a mil. Tanto é que, mesmo iniciando o segundo tempo com a derrota, mantivemos a tranquilidade e conseguimos levar a partida para os pênaltis.´

Galeano é o 11o. jogador que mais vezes vestiu a camisa do Palmeiras: em 474 jogos, conquistou 244 vitórias, 118 empates e 112 derrotas. Iniciou a carreira nas categorias de base e subiu para o time profissional em 1989. Ficou até 1992 e sofreu com o período de fila. ´Era um período negro pela total escassez de títulos. E os atletas que vinham da base sofriam muito, pois eram mais cobrados que o normal´, disse.

Em 1993, Galeano chegou a participar da campanha do título do Torneio Rio-SP de 1993, mas em razão de problemas contratuais, teve de partir no decorrer da competição. Voltou em 1996, à pedido do técnico Vanderlei Luxemburgo. E não saiu mais do time. ´Foi um período mágico, pois atuei a maioria das partidas como titular sob o comando dos dois principais treinadores do país, o Luxemburgo e depois o Felipão´, comentou.

O Guerreiro palmeirense, como era chamado pelos torcedores, deixou o clube no início de 2002, antes da queda para a Série B. Mesmo distante por quase uma década, Galeano admitiu que nunca abandonou o carinho pelo Verdão.

´Passei por outros times e continuei no meio do futebol, mas nunca deixei de acompanhar os passos do clube. Hoje, sou eternamente grato em trabalhar novamente no Palmeiras e um dos meus objetivos é voltar a ser campeão, agora como dirigente.´