Henrique Guimarães conduz a Tocha Olímpica vinte anos após medalha histórica

Daniel Romeu
Departamento de Comunicação

Fabio Menotti/Ag.Palmeiras/Divulgação_Judoca Henrique Guimarães conquistou a medalha olímpica em 1996, nos Jogos de Atlanta-EUAVinte anos depois de fazer história ao colocar no peito a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, o judoca palmeirense Henrique Guimarães voltou a sentir de perto o espírito olímpico. O atual coordenador do judô alviverde foi um dos condutores da Tocha Olímpica no Revezamento que passou por Osasco-SP, nesta quinta-feira (21), e terminará no Rio de Janeiro-RJ. Ele representou também o legado e a força do Verdão nos esportes olímpicos.

“Foi uma emoção muito grande, que eu queria dividir com toda a Sociedade Esportiva Palmeiras, que foi o clube pelo qual ganhei a medalha. Não tem emoção maior, é como se eu estivesse ganhando a medalha novamente”, afirmou Henrique, ao Site Oficial do Verdão, depois de conduzir a tocha por cerca de 200 metros.

A tradição da Tocha Olímpica surgiu na Grécia Antiga: a cada quatro anos, chama é acesa no país europeu por raios de sol, em referência aos Jogos da Antiguidade. O fogo é mantido aceso por 100 dias, pelos quais percorre diversas cidades. Após atravessar o Brasil, a última tocha acenderá a Pira Olímpica, dando início oficial aos Jogos de 2016, no Maracanã.

Medalha histórica comemora 20 anos

O dia 27 de julho de 1996 é inesquecível para Henrique Guimarães. Há 20 anos, o judoca conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos, e tornou-se o único atleta do Palmeiras em esportes individuais a alcançar o feito e subir ao pódio em uma Olimpíada. Ele disputou ainda outros dois Jogos, em Sidney (2000) e em Atenas (2004), antes de aposentar-se da Seleção Brasileira e começar a carreira como treinador.

“Quando eu entrei na Seleção, em 1990, estava na metade do ciclo olímpico de 1992, de Barcelona. A Olimpíada era muito distante para mim. Mas de repente o processo começou a ser muito rápido, e já em 1990 começou a surgir a possibilidade de tentar a vaga. Mas eu era muito novo, tinha 19 anos. Em 1994, virei titular da Seleção e deu no que deu. Participei do Mundial e em 1996 ganhei a vaga para Atlanta”, relembra Henrique Guimarães.
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O judoca palmeirense estreou nos Jogos Olímpicos com vitórias sobre o francês Larbi Benboudaoud e sobre o coreano Sung-Hoon Lee. Na terceira luta, Henrique perdeu para József Csák, da Hungria, medalhista de prata nos Jogos de 1992. Na repescagem, foram mais três vitórias do brasileiro antes de conquistar a medalha: venceu o sul-africano Ducan Mackinnon, o búlgaro Ivan Netov e o belga Philip Laats, medalhista europeu, na luta decisiva pelo bronze.

“Peguei uma chave muito difícil e voltei para a repescagem. É uma coisa de louco, você não pode mais errar. Ganhei dos judocas da Bulgária e da África do Sul, e à tarde iria fazer a disputa por medalha. Fiquei em uma salinha, com quatro metro quadrados. Andando, pensando o que iria fazer. Eu conversava com o técnico, mas a estratégia de luta eu já tinha traçado. Quando peguei no kimono dele, eu pensei: ‘não perco para esse cara por nada. Não vou perder’. No meio da luta pensei isso. Fiz ele tomar shido, dei um wazari nele, e causei mais três punições a ele. Ganhei por ippon”, declarou o judoca do Verdão.

A medalha mudou a vida de Henrique Guimarães, que seguiu conquistando bons resultados na modalidade. Ele também obteve medalhas de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata (1995), antes de Atlanta, e de Santo Domingo (2003), além de outras conquistas em Campeonatos Mundiais.  “Essa medalha foi um divisor de aguas na minha vida. E sou muito grato ao Palmeiras. A alegria que me proporcionaram lá atrás, acreditaram em mim”, disse.

“Em Atlanta eu não tinha ainda a noção do que é ser um medalhista. No dia seguinte, eu ia a um barzinho, mostrava a medalha e eles davam bebida de graça para todo mundo. Só tive noção quando cheguei ao Brasil e vi o aeroporto lotado de gente, jornalistas. Você fica uns cinco meses vivendo uma vida de jogador de futebol. Todo mundo te reconhece, batem palmas nos restaurantes. Hoje vejo a importância de ser um medalhista olímpico, ser bom dentro e fora do tatame. O judô nos ensina a ter essa conduta”, finalizou Henrique Guimarães.