Departamento de Comunicação

Por trás do sucesso esportivo das categorias de base do Verdão, há uma metodologia com processos sólidos e que subsidiam o desenvolvimento dos jovens atletas nas mais diversas facetas do jogo. Dentre as práticas adotadas pelo clube, uma delas é o treino em campos de terra, expondo as Crias da Academia a um contexto rico em aprendizados.

Os atletas da base alviverde praticam suas atividades de forma regular na Academia de Futebol 2, em Guarulhos. No entanto, desde 2016, uma vez por semana, as categorias do Sub-10 ao Sub-14 são levadas a campos de terra localizados na Grande São Paulo, para que possam desenvolver aspectos técnicos e mentais proporcionados pelos obstáculos inerentes à superfície.

A tática é um componente cada vez mais importante para o funcionamento coletivo de uma equipe de futebol, mas o Palmeiras acredita que é fundamental proporcionar liberdade criativa aos jovens talentos. Assim, nos campos de terra, os atletas são incentivados a procurar jogadas individuais, tendo o drible como um aliado.

“Eu penso que o Palmeiras, como uma instituição referência no país, está trazendo coisas muito importantes para o desenvolvimento dos nossos atletas, e esse é o maior exemplo. Proporciona a eles a liberdade para jogar, buscando desenvolver conceitos individuais, como a imprevisibilidade. Eles estão livres para fazer o que se fazia antigamente, resgatando a pedagogia do futebol de rua”, disse Renan Tavares, treinador do Sub-12 do Verdão.

“Eles estão em uma fase sensível, dando os primeiros passos. Então, aqui eles podem desenvolver a coragem e confiança. Além disso, há também os conceitos individuais de drible, em progressão ou na cara do gol. Tentamos resgatar o fator que fez com que o Brasil fosse pentacampeão do mundo, que é o futebol-arte”, completou.

Treino em superfícies irregulares é apenas uma das ferramentas de desenvolvimento da base alviverde (Foto: Pedro Nascimento, Palmeiras)

As atividades em campos de terra têm duas variações. Em alguns dias, as Crias da Academia disputam partidas entre si, com equipes sendo divididas pelos próprios jogadores, que são incentivados desde cedo a terem autonomia. Em outros momentos, há enfrentamentos contra times de comunidades da cidade de São Paulo.

O projeto é muito bem recebido pelos atletas, que rapidamente notam os benefícios de atuar em uma superfície com características diferentes das usuais. A agilidade do campo de terra condiciona a dinâmica das ações individuais.

“É bem difícil de jogar no terrão, a bola pinga muito. É bem mais fácil no gramado do Palmeiras, porque a grama é lisa. Aqui, a gente aprende a dominar a bola mais rápido, ter dinâmica de jogo e pensar mais rápido antes da bola chegar”, afirmou Marquinhos, meia do time Sub-12 do Alviverde.

“A gente relembra de quando jogava campeonatos de várzea. É diferente, a bola fica muito viva. No campo, em Guarulhos, a bola rola mais lisa. No terrão, a gente desenvolve um domínio rápido e orientado. Eu sempre penso que aprendo algo aqui, é muito importante para o nosso desenvolvimento”, pontuou Cauê, volante do Sub-12 do Verdão.

Sub-12 do Alviverde treina em ‘terrão’ localizado na Vila Carolina (Foto: Pedro Nascimento/Palmeiras)

Em 2022, as categorias de base do Palmeiras superaram a marca de 150 títulos conquistados. Logo no início do ano, as Crias da Academia faturaram de forma inédita a taça da Copa São Paulo de Futebol Júnior, goleando o Santos por 4 a 0 na final. Em seguida, em junho, foi a vez do time Sub-17 se sagrar campeão da Copa do Brasil da categoria, superando o Vasco da Gama na decisão. O Verdão é a única equipe a ter três títulos do torneio nacional.