Verdão joga parte do duelo com um a menos e termina superado pelo Corinthians
Bruno Alexandre Elias
Departamento de Comunicação
Pela 9ª rodada do Campeonato Paulista, o Palmeiras visitou, neste sábado (24), o Corinthians, às 17h (de Brasília), na Arena Corinthians, em São Paulo (SP). Com um jogador a menos em campo desde os 20 minutos do segundo tempo, o Verdão foi superado pelo placar de 2 a 0, mas continua como o líder do Grupo C e do Paulistão de forma geral, com 20 pontos.
Mesmo não tendo balançado as redes no Derby, o Palmeiras continua sendo o dono do melhor ataque do Campeonato Paulista, com 14 gols. Além disso, até o fim do jogo entre Corinthians e Palmeiras neste sábado (24), Borja, mesmo não tendo marcado, continua sendo o artilheiro do Campeonato Paulista, com cinco gols – divide este rótulo com Bruno Moraes, do Botafogo-SP. Os gols de Borja em 2018 foram contra o Botafogo, na vitória por 1 a 0, contra o Santos, na vitória por 2 a 1, contra o Mirassol, no triunfo por 2 a 0, e duas vezes contra o Linense, no empate por 2 a 2.
Curiosamente, o clássico entre Corinthians e Palmeiras conheceu o seu o seu milésimo gol. Antes da partida deste sábado (24), a história registrava 520 gols do Verdão e 478 gols da equipe alvinegra, totalizando 998 tentos ao longo de 100 anos de história da maior rivalidade do futebol paulista. O segundo gol do Corithians na partida, portanto, marcado por Clayson, se consolidou como o de número 1000 do confronto.
Outra marca expressiva que veio como consequência do clássico foi a do atual camisa 1 do Palmeiras: ao entrar em campo contra o Corinthians após a expulsão de Jailson, Prass fez sua 257ª exibição pela agremiação palestrina. Com esse número, o arqueiro superou as partidas do ex-volante Rogério e, automaticamente, se isolou na 45ª posição da lista de atletas que mais a jogaram em todos os tempos – lista essa liderada por Ademir da Guia, com 902 jogos.
O jogo
A partida teve início com ritmo intenso, sendo que os dois times mantiveram uma postura enérgica desde os primeiros movimentos. A grande novidade do Palmeiras em relação à partida anterior, contra a Ponte Preta, pela 8ª rodada do Estadual, foi o retorno do atacante Borja, que havia sentido dores no joelho.
Mesmo jogando fora de casa, o Alviverde não se deixou intimidar e se manteve na ofensiva, criando jogadas promissoras. Felipe Melo, Willian e Lucas Lima foram alguns dos jogadores palmeirenses que muito se movimentaram nos minutos iniciais do prélio.
Aos 13 minutos de jogo, veio a primeira grande chance do Verdão, em uma bola sobrada na grande área corintiana: após cruzamento de Willian e toques de Borja e Dudu, Antônio Carlos aproveitou e encheu o pé contra a meta de Cássio, mas a bola desviou e saiu pela linha de fundo.
Logo em seguida, aos 14 minutos, o Corinthians respondeu com Clayson, que disparou em direção ao gol de Jailson uma bola venenosa. Atento, o arqueiro palestrino afastou a bola. E os lances perigosos não pararam por aí! Aos 18, Borja saiu cara a cara com o goleiro Cássio após receber passe de Tchê Tchê, mas, como o defensor do Alvinegro se antecipou na saída, acabou conseguindo interceptar o atacante colombiano em cima da hora. Por muito pouco Borja não abriu o marcador em Itaquera.
Aos 19, foi a vez de o corintiano Romero assustar: ele acreditou no lance e conseguiu se livrar de seu marcador na linha de fundo, cruzando para a grande área. Muito atento na jogada, Antônio Carlos chegou isolando a bola.
O jogo ficou lá e cá. Em outro lance, esse já aos 24 minutos de jogo, Lucas Lima foi derrubado, mas Willian se aproveitou da vantagem concedida pela arbitragem e desferiu uma pancada de pé esquerdo, dentro da área, assustando a torcida alvinegra.
Passados 30 minutos de jogo, o Verdão se mostrava mais ligado na partida do que o Corinthians. Com exceção de dois lances específicos, as jogadas de ataque do rival não ofereceram tanto perigo ao time de Roger Machado. O técnico palmeirense, aliás, a todo tempo ficou à frente do banco de reservas, se movimentando, gritando e orientando os seus jogadores.
Quando o primeiro tempo se encaminhava para a reta final, o Verdão – que ainda não havia marcado gol – passou a arriscar menos, trabalhando mais a posse de bola, com a intenção de ditar a cadência da partida e chegar ao gol em uma tentativa cirúrgica.
O Corinthians se aproveitou do momento mais cauteloso do Alviverde e passou a jogar mais no campo de ataque, com o intuito de exercer pressão na defesa da equipe esmeraldina. E a medida surtiu efeito: após se infiltrar na área palmeirense, aos 39 minutos, o meio-campista Rodriguinho aproveitou a assistência de Maycon para cortar os jogadores palmeirenses e empurrar a bola para o fundo das redes. (Corinthians 1×0 Palmeiras)
Ainda no primeiro tempo, o Palmeiras quase chegou ao gol se aproveitando de uma brecha do adversário, após um cruzamento de Lucas Lima que parecia sem endereço e dominado pela defesa coritiana. Com o furo de Balbuena, no entanto, a bola passou reto pela zaga alvinegra, e o goleiro Cássio precisou correr muito para colocar a bola na linha de fundo e dar um respiro para o time da casa.
Para o segundo tempo, Roger Machado resolveu mexer no time, tirando o atacante Willian e colocando Gustavo Scarpa em seu lugar, visando equilibrar a distribuição entre o meio de campo e o ataque. Com a substituição, o Palmeiras passou, de fato, a ficar mais criativo e se manteve com uma postura segura nos minutos iniciais.
Em um golpe de contra-ataque, aos oito minutos, o meia Lucas Lima concedeu um passe açucarado para Borja ficar novamente frente a frente com Cássio, goleiro do Corinthians. O atacante palmeirense outra vez, por muito pouco, ficou perto de finalizar com grandes chances, mas o arqueiro rival foi mais rápido: os jogadores chegaram a dividir a bola no lance, e o Alvinegro levou a melhor, afastando o perigo.
Aos 15 minutos, após um escanteio originado por uma bola mal afastada por Marcos Rocha, o Corinthians fez a cobrança e pressionou o Alviverde em seu campo de defesa. Alguns lances de bate-rebate aconteceram até que a bola saísse. Misteriosamente, em seguida, o árbitro Raphael Claus resolveu apitar pênalti de Jailson em Renê Júnior. Como se não bastasse, o goleiro palmeirense ainda foi expulso, questionando o porquê de a arbitragem ter concedido vantagem para o Corinthians enquanto a bola estava viva dentro de campo. O pênalti foi marcado muito tempo depois, e a expulsão mais tardiamente ainda.
Após aproximadamente cinco minutos da expulsão de Jailson, a partida ainda não havia sido retomada. Aí então Fernando Prass entrou no lugar de Lucas Lima. Para a cobrança da penalidade, partiu Jadson, que desperdiçou a chance! O camisa 1 do Palmeiras até pulou no canto certo, mas não precisou intervir para que a cobrança não fosse convertida.
Dessa forma, mesmo com um a menos, o Palmeiras ganhou moral no jogo e passou a ser protagonista, mas com cautela, já que a disputa seria desigual com dez contra onze. Roger Machado então apostou em um meio de campo sólido para dar continuidade à partida.
Mesmo com um setor intermediário criativo, o treinador alviverde resolveu mexer pela última vez no time, aos 33 minutos, colocando o atacante Keno no lugar do meio-campista Tchê Tchê, visando dar mais velocidade à equipe, já que essa é uma das especialidades do camisa 11.
Outro lance polêmico chamou a atenção aos 36 minutos de jogo. Mais uma vez, o árbitro Raphael Claus marcou um pênalti discutível contra o Palmeiras. Dessa vez, partiu para a cobrança o meio-campista Clayson, que converteu a cobrança, marcando o gol de número 1000 da história do clássico. (Corinthians 2×0 Palmeiras)
A partida se encaminhou para os minutos finais com o Verdão tentando correr atrás do prejuízo. Aos 45 da segunda etapa, o árbitro da partida concedeu seis minutos de acréscimo, porém, antes de se completarem os minutos concedidos pela própria arbitragem, a partida foi encerrada.
Palmeiras: Jailson; Marcos Rocha, Thiago Martins, Antônio Carlos e Felipe Melo; Tchê Tchê (Keno, 33’ do 2ºT), Lucas Lima (Fernando Prass, 19’ do 2ºT) , Dudu, Willian (Gustavo Scarpa – intervalo) e Borja. Técnico: Roger Machado.
Cartões amarelos: Lucas Lima, Dudu e Borja
Expulsão: Jailson
