Crianças do extremo leste paulistano praticam tiro com arco no Allianz Parque

Departamento de Comunicação

Mais de 30 crianças da Escola Estadual Raul Pilla, localizada na região de São Miguel Paulista, extremo leste de São Paulo (SP), tiveram a oportunidade de visitar o Allianz Parque e realizar uma atividade inédita na arena alviverde: praticar tiro com arco com os arqueiros do Palmeiras/Raycon. O encontro aconteceu no dia 29 de novembro, em ação social mediada pela equipe de arqueiros palmeirense.

Essa visita fez parte de uma disciplina eletiva da escola, que funciona em período integral. O projeto “São Paulo sobre Trilhos” abarca diversas disciplinas e envolve toda a comunidade escolar. Um dos objetivos foi desenvolver conhecimentos de Geografia e Matemática em relação ao Metrô de São Paulo, CPTM, com os quais tiveram contato alguns meses antes, e alguns pontos importantes da cidade. E o Allianz Parque não poderia ficar de fora, pois está próximo à estação Palmeiras-Barra Funda, da linha 3-Vermelha do Metrô e 8-Diamente e 7-Rubi da CPTM.

A ponte para a Educação Física se formou naturalmente, não apenas por causa do futebol, mas também pela tradição do clube em diversas modalidades olímpicas, como o tiro com arco. Ao todo, 32 alunos, de 12 a 14 anos, e quatro professores participaram da Arena Experience, uma visita monitorada ao Allianz Parque, repleta de informações históricas sobre o Palmeiras, com acesso à arquibancada, camarote, gramado, vestiário e sala de coletiva de imprensa.
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Já durante o tour uma cena inédita aconteceu. As crianças entrevistaram os três arqueiros do Verdão presentes – Magdiel Santos, Décio Valente e Wladimir Junior – na sala de coletiva. Ou seja, os atletas estiveram no lugar dos técnicos palestrinos, que falam aos repórteres após os jogos de futebol. Atual campeão brasileiro indoor na categoria Recurvo Masculino Master, o trio palmeirense contou sobre a carreira, regras, curiosidades e possibilidades de praticar o tiro com arco.

A integração entre o futebol e o arco e flecha, como também é chamado, continuou quando o grupo subiu ao gramado da arena. Todos os alunos se surpreenderam ao saber que a distância entre as laterais do campo (64 metros) é parecida com a que os atletas do Verdão estão acostumados a atirar (50, 60 ou 70 metros, de acordo com a categoria, podendo chegar a 90 metros). Em uma prova outdoor comum, os arqueiros disparam 72 flechas na fase de classificação, sem contar aquecimento e combates eliminatórios individuais ou por equipes. A precisão é absoluta, pois o anel do alvo que vale 10 pontos possui 8 ou 12,2 cm de diâmetro (para arcos composto e recurvo, respectivamente), e uma variação de pouquíssimos milímetros ao preparar o disparo pode levar a flecha completamente para fora do alvo.

Após o tour, o grupo pode experimentar a sensação de praticar o tiro com arco, numa distância muito menor em relação ao alvo e com equipamento para iniciantes, chamado de arco escola. Magdiel e Décio foram os instrutores da garotada, professores e profissionais do próprio Allianz Parque, que não se renderam à modalidade. Depois, Wladimir mostrou seu arco competitivo, explicou sobre seus diversos componentes e simulou a postura e tiro de um arqueiro profissional. O encontro terminou com um lanche para a turma.

“Achei muito legal, me diverti muito, muito mesmo! Nunca tinha brincado de arco e flecha. E pisar no campo foi um sonho para mim. Nunca pensei que fosse ver algo tão emocionante assim”, disse a aluna Kauane Cavalcante, do 8º ano. Sua amiga Andreza Félix completou: “Essa foi a primeira vez na minha vida que fui a um estádio, que antes só via pela TV. Até pensei que seria mentira que eu veria um. Estou muito feliz! O arco e flecha também foi algo muito novo. Eu gostei porque para mim era só futebol, só queria saber de futebol. E agora não, agora eu sei que há outros esportes para praticar”.

Kevin Oliveira foi outro jovem que se encantou pelo tiro com arco. “A gente se divertiu muito e aprendeu um monte de coisas que a gente nem sabia. Foi muito bom porque os palestrantes ensinaram novas coisas, mostraram como atirar uma flecha. Foi a primeira vez eu fiz isso na vida. Eles ainda disseram como eu posso participar de um curso de arco e flecha. Eu gostei muito!”, contou.

Os educadores da escola também aprovaram o encontro, por toda sua dimensão cultural e potencial de impacto na garotada. “Fiquei muito feliz em ver meus alunos encantados pelo lugar, principalmente os que têm como projeto de vida ser jogador de futebol. E o mais gostoso foi ver como eles reagiram quando descobriram que teria o tiro com arco. Essa integração entre as duas modalidades foi muito legal. Eles ficaram encantados e viram como é prazeroso praticar outro esporte além do futebol”, disse Stefânia Lima, professora de Educação Física.

Seu colega Antonio Gomes, professor de Matemática, seguiu a mesma linha de pensamento. “Pudemos conhecer um pouco a história do clube e a dimensão desse estádio novo. Acredito que também o tiro com arco despertou interesse para o projeto de vida das crianças. Agradecemos muito pela visita, pela oportunidade para essas crianças que moram lá no extremo da zona leste e muitas vezes são esquecidas por algumas políticas publicas. Assim, conseguimos que elas tenham novos objetivos, e conhecer essa nova modalidade faz com que todos nós cresçamos enquanto pessoa e cidadão e as crianças possam se preparar para novas oportunidades”, afirmou.

O arqueiro palmeirense Magdiel Santos mediou o encontro e também ficou satisfeito com toda a ação e contato com a turma da escola e do Allianz Parque. “Foi uma experiência ímpar, algo fantástico. A gente sempre houve falar dessas questões de filantropia, mas, quando você tem a oportunidade de colocar em prática, duas coisas: como é difícil fazer, no nosso país não é tão fácil, mas por outro lado tem a gratificação de ter feito. É impressionante o sorriso das crianças. Tudo isso vale qualquer coisa. Estou muito feliz”, disse.