Brunoro reforça confiança no trabalho e planeja centenário

Agência Palmeiras
Thiago Kimori

A entrevista coletiva desta sexta-feira (30), na Academia de Futebol, foi com o diretor executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro. Durante a conversa com os jornalistas, o dirigente alviverde comentou sobre a eliminação do time palestrino na Copa do Brasil 2013, falou sobre a transferência do zagueiro Vilson para o futebol alemão e contou um pouco sobre o planejamento traçado pela diretoria para o futuro do clube paulista.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista coletiva:

Eliminação na Copa do Brasil

“Estamos criando um novo tipo de administração. Toda vez que há um tipo de problema, existe uma cobrança, mas não significa que haverá demissão, é uma avaliação do rendimento de trabalho. Às vezes, acontece durante o trabalho, isso é constante. Às vezes, o presidente (Paulo Nobre) está junto ou não, isso acontece geralmente quando termina uma competição. No caso da eliminação da Copa do Brasil, é uma cobrança mais forte com relação à motivação do grupo para o jogo. O presidente é muito autêntico, ele queria que o grupo se doasse um pouco mais, e foi o que falamos hoje (sexta-feira) para os jogadores. A cobrança não é demissão, é uma avaliação constante.”

Repercussão das declarações de Paulo Nobre no elenco

“O Paulo (Nobre) é autêntico, e é uma coisa que não podemos perder nele. É um dirigente que tem na sua autenticidade e no seu carisma a grande forma. Os jogadores adoram essa autenticidade, seja para o bem ou para o mal. Ele fala o que sente dentro da normalidade, nada que possa prejudicar alguém. Desde que assumimos, temos uma relação muito tranquila com os jogadores. Eles sabem que, quem fala com o grupo, sou eu, o presidente (Paulo Nobre) e o Omar (Feitosa, gerente de futebol). Eles sabem que o Paulo é assim e entendem esse tipo de manifestação. Ele é assim sempre, não esconde o que está pensando. Em minha visão, como dirigente experiente, ele tem dado um grande exemplo de autenticidade e transparência”

Reunião com elenco nesta sexta (dia 30)

“Tivemos uma reunião muito transparente, muito legal, temos uma relação aberta e franca com o grupo. Foi tudo ótimo e a relação continua tranquila.”

Transferência do zagueiro Vilson

“É lógico que, da maneira que foi veiculada, vocês têm razão de colocar a interpretação de vocês. Quando o Vilson veio para o Palmeiras, praticamente estava livre. Fez um contrato de um ano com o clube, já com os direitos aqui, mas a condição para ele vir é que estava quase certa uma proposta para a Europa. Naquele momento, achamos importante contar com ele. Não achávamos justo ele ser liberado sem o Palmeiras ser ressarcido e, se não conseguisse ir para a Europa, assinaríamos um pré-contrato a partir do dia 1 de setembro. Não vendemos o jogador por aquela cifra. Se vocês me conhecem, sabem que eu não faria isso. A situação que nos pegou de surpresa é que fomos avisados em cima da hora do jogo, que viria a proposta, ai acarretou a situação de jogar ou não. Ele quis jogar, mesmo com o risco de se machucar. O treinador sentiu firmeza para ele jogar, ele estava entrosado com o time.”

Contratação para o lugar de Vilson

“Neste momento, não estamos pensando nisso. Temos André Luiz, Tiago Alves, Thiaguinho (Thiago Martins), Henrique, Wellington… A zaga é uma função que, por causa de cartões, muda muito. Ainda temos a saída do Henrique para a seleção brasileiras, já tínhamos nos programado para isso. Mas, sempre estamos com o ‘radar’ ligado. Se aparecer algo legal, iremos em frente.”

Saída de jogadores

“Número de jogadores já está tranquilo. A gente é pego de surpesa com as negociações, pois a janela ainda não fechou. Assim como o presidente sempre diz, nenhum jogador do Palmeiras é inegociável, desde que seja bom para o clube e para o jogador.”

Elenco do Palmeiras

“Estou satisfeito, montamos este elenco no primeiro semestre. Quando assumimos, tínhamos um grupo de 18 jogadores e, em pouco tempo, tivemos de nos realinhar. Chegamos a Itu, na concentração, e eu disse que estava montando um grupo e que, rapidamente, transformaríamos este grupo em uma equipe. Conseguimos, tanto que tivemos uma participação boa na (Copa) Libertadores e no Campeonato Paulista. Na Copa do Brasil, foram apenas dois jogos. Se tivéssemos perdido os dois, eu ficaria insatisfeito, mas ganhamos um. A gente sempre falou que estamos com o ‘radar’ ligado a procura de novos jogadores, mas agora é mais fácil porque as contratações passam a ser pontuais e não genéricas.”

Gilson Kleina em 2014

“As avaliações são feitas constantemente, a gente avalia cada trabalho e cada ano. O planejamento para 2014 tem de começar rapidamente, não podemos começar em dezembro de 2013. Se há um técnico que tem tido a força de um clube, esse técnico é o (Gilson) Kleina. Eu gosto muito do trabalho dele e o Palmeiras tem dado exemplo nesta situação. Fomos eliminados no Paulista e na Libertadores e não houve mudança. O Kleina começou a receber condições ideais muito mais tarde, não podemos avaliar um treinador sem que ele tenha condições. Agora, com condições, ele lidera uma Série B com certa tranquilidade.”

Planos para o centenário sem disputar a Libertadores

“O nosso trabalho de marketing está em cima de coisas que podem acontecer, não do imponderável. É muito importante que a gente esteja na Série A (do Campeonato Brasileiro) no ano que vem. Estamos trabalhando para isso.”

Patrocínio máster

“Estamos atuando muito forte com outras empresas e, paralelamente, estamos trabalhando em outras coisas para arrecadar dinheiro. O Avanti está com mais de 30 mil sócios, isso nos dá uma receita considerável, melhoramos alguns contratos que tínhamos também. Tudo isso nos ajuda a aumentar a receita. Não estamos parados só no patrocinador máster ou qualquer outra propriedade de camisa. Estamos bem em relação a isso, mas não estamos parados nas outras ações.”

Críticas da torcida

“Se acharem que não arrumar patrocinador for falta de trabalho, será uma coisa bem incoerente. Minha função é profissionalizar todo o clube. Começamos pelo departamento amador, que está totalmente profissionalizado. Temos observadores que não tinham antes, temos um planejamento e um alinhamento muito bom. Temos um departamento de marketing montado, que não trabalha somente na busca por patrocínios. Trabalhamos com sócio-torcedor, empresas do mercado em busca do patrocínio máster, estamos trabalhando a marca para o ano que vem. O departamento de esportes olímpicos está em reestruturação. Todas as modalidades irão atender os sócios no ano que vem. Aumentamos o número de pessoas que trabalham na assessoria de imprensa, no apoio aos jogadores. Tudo isso aconteceu em quatro meses de trabalho.”

Pressão por títulos

“Uma situação que me preocupa muito em nosso país, não só no futebol, é que o nosso povo acha que o errado é o certo. Esse tipo de situação é muito perigosa, em todos níveis. A partir do momento em que não tenho responsabilidade econômica junto à entidade, é muito preocupante. Em nosso pais, estão começando a achar que o certo tem um valor diferente. Acham que não faz mal que tenham dívidas, que o importante é se dar bem naquela hora e ponto. O Paulo (Nobre) não quer passar para o próximo gestor a maneira que o clube foi recebido por ele. É muito fácil fazer um time bom para o centenário e, no ano seguinte, brigar para não cair. Temos de montar um time competitivo, isso é o mais importante.”