Clube inova na hidratação dos atletas e aproxima ciência ao futebol

Agência Palmeiras
Luan de Sousa

O Palmeiras, por meio de sua nutricionista Alessandra Favano, colocou em prática uma ação inovadora na última quarta-feira (15), durante o jogo-treino contra o União Barbarense (vencido por 4 a 1), em Itu-SP. Em parceria com Gatorade, o Verdão monitorou a perda de água e sais minerais de todos os jogadores e, com base nos números coletados, fará, até o fim da temporada, um trabalho individualizado.

Alessandra, desde 2010 no clube, aponta que cada atleta tem um gasto diferente e que o resultado obtido a ajudará muito no restante do ano. “Existem diferenças de necessidades nutricionais entre os jogadores. Cada um tem um perfil metabólico, cada um tem um gasto específico. Eu, como nutricionista, tenho que ajustar a dieta, a suplementação com os substratos corretos para garantir o melhor rendimento, o máximo possível de cada um. E, fazendo essa orientação individual, eu consigo performances muito melhores”, afirmou a profissional, que, assídua nas palestras da Footecon (Fórum Internacional de Futebol), conseguiu, em contato com Gatorade, realizar o teste, que consiste em coletar o suor dos atletas, no elenco alviverde.

O trabalho, que contou também com garrafas nomeadas para cada jogador e com um estafe de funcionários da empresa de bebidas isotônicas, foi acompanhado de perto pelo consultor do Gatorade Sports Science Institute (GSSI), Orlando Laitano, que endossou a importância das avaliações.

“O diferencial das avaliações é buscar entender a necessidade individual dos atletas. O que se faz em termos de individualização da hidratação normalmente baseia-se somente no volume de líquido que cada jogador consome durante uma prática. Nesta avaliação feita no Palmeiras, além do volume, é identificada também a necessidade individualizada de sais minerais. E isso pode contribuir para a absorção do açúcar/glicose ou para detectar o déficit de sódio de algum jogador, ajudando-o a repor. Em suma, isso terá, entre muitos benefícios, impacto no desempenho muscular do jogador”, disse o professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco.

Ainda segundo Orlando, traduzir as informações obtidas no teste é fundamental, ainda mais com o calendário apertado dos dias atuais. “A ciência não tem segredo, ainda mais hoje com a difusão da comunicação. O diferencial mesmo é o que você faz com a informação para o dia a dia do jogador. E, quando você tem um calendário cheio, conhecer a velocidade de recuperação de cada atleta é de extrema importância. Por fim, isso não fará com que o Palmeiras seja campeão, mas, sem dúvidas, ajudará naquele milésimo de segundo, na hora daquele jogador chegar a uma bola que normalmente não chegaria”, complementou, antes de concluir. “Infelizmente, ainda existe a crença de que o futebol é só talento. Precisamos com urgência conscientizar todos para que nós, cientistas, possamos levar esse tipo de mensagem com maior frequência aos clubes".