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Vinícius Silvestre, Renan, Danilo, Gabriel Menino, Patrick de Paula, Gabriel Veron e Wesley. O elenco principal do Palmeiras conta atualmente com sete jogadores revelados na Base. Fora de campo, porém, esse número é ainda mais expressivo: nada menos do que 18 profissionais oriundos do Centro de Formação de Atletas trabalham no dia a dia da Academia 1, em setores como Administrativo, Comissão Técnica e Núcleo de Saúde e Performance (NSP).

O projeto, chamado de Plano de Cargos e Salários, é vantajoso para o clube em diferentes aspectos, a começar pela valorização dos colaboradores alocados na Academia 2, em Guarulhos (SP). Assim como os garotos que atuam pelas categorias menores do Verdão, os funcionários da Base veem hoje o Profissional como um destino natural a ser alcançado por aqueles que atingem a excelência.

“É obrigação do clube olhar primeiro para a própria casa”, diz o gerente de futebol do Palmeiras, Cícero Souza. “Na Base, temos profissionais de alto nível, reconhecidos pelo mercado e capazes de fazer a transição para a categoria principal no momento oportuno.”

Atual coordenador médico do Alviverde, Gustavo Magliocca percorreu esse caminho em 2016, três anos após ser contratado para a Base do time do coração. No NSP, ele atuou inicialmente como fisiologista e, em 2017, passou a ser um dos médicos da equipe.

“Quando cheguei ao Palmeiras, estávamos disputando a Série B e não revelávamos um grande talento fazia muito tempo”, lembra-se Magliocca. “Mas o clube foi se estruturando, começou a produzir excelentes atletas, como o Gabriel Jesus, e os resultados apareceram. Fico contente por ter dado a minha contribuição a esse processo.”

Adaptação mais fácil

A exemplo de Magliocca, a psicóloga Gisele Silva participou da evolução vivenciada pelo Maior Campeão do Brasil nos últimos tempos. No Verdão desde 2009, trabalhou por três anos no futsal palestrino antes de ser convidada a reconstruir o Núcleo de Psicologia na Base. Lá, permaneceu até dezembro de 2020, quando aceitou o desafio de trazer a psicologia do esporte ao Profissional.

“A experiência na Base foi essencial para desenvolvermos um bom trabalho também com a equipe principal”, afirma Gisele. “A partir desse período de oito anos, conseguimos traçar o perfil do atleta de futebol: suas características psicossociais, os desafios que enfrentam no dia a dia e a forma como se relacionam com o distanciamento familiar, entre outras questões. Esse conhecimento adquirido e as vivências acumuladas agregaram muito à nossa proposta de formular uma preparação psicológica específica para o jogador.”

Outra vantagem é o entrosamento entre esses funcionários, que, além de já estarem habituados às diversas conexões entre Base e Profissional, conhecem as metodologias aplicadas por cada um.

“É algo que favorece à adaptação de quem chega e facilita a comunicação entre as áreas”, diz Gisele. “Sempre que um colega sobe para o Profissional, é uma festa na Base, porque todos nos sentimos abraçados pelo clube. Somos como uma família.”

Cooperação total

Entre os 18 funcionários egressos das categorias menores, 12 integram o Núcleo de Saúde e Performance, três estão na comissão técnica e três fazem parte do setor administrativo. Um deles é o supervisor Luís Gustavo Andrade, que chegou ao Verdão em 2010.

Gustavão, como é conhecido, começou a trabalhar na Academia 1 em 2015, ano em que a integração entre Base e Profissional se fortaleceu a partir da realização de reuniões periódicas entre as áreas e do alinhamento dos sistemas de trabalho. Ele cita o espírito de grupo como uma das qualidades desenvolvidas pelos colaboradores procedentes do Centro de Formação de Atletas.

“Na Base, o contingente de jogadores é muito superior ao do Profissional, de modo que você acaba por aprender diferentes atividades”, diz o supervisor. “Um sempre ajuda o outro, pois há a compreensão de que um depende do outro. Quem passa pela Base vem com esse pensamento de se desdobrar para colaborar.”

18 profissionais oriundos do Centro de Formação de Atletas trabalham com o elenco profissional (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Identificação com o clube

No Palmeiras desde 2002, o fisioterapeuta Marcelo Gondo enxerga a vivência nas divisões menores como um passo importante para quem almeja trabalhar no futebol profissional. Ele atuou no Centro de Formação de Atletas de 2011 a 2014 – antes, dedicava-se aos praticantes de esportes olímpicos e aos associados do clube social.

“A Base faz você crescer como profissional e ser humano, pois, além de tratar o atleta, você tem de cuidar dele. E cuidar de jovens que representam o futuro da instituição traz uma responsabilidade enorme”, reconhece Gondo, que destaca a identificação com o clube como mais um trunfo do projeto. “O Palmeiras me acolheu em todas as etapas pelas quais passei. Eu vivo o Palmeiras, fico mais tempo na Academia de Futebol do que em casa. O clube tem grande respeito por nós e a melhor forma de retribuirmos é com um bom trabalho.”

Profissionais promovidos da Base para o Profissional:

Alan Wagner Gabriel Filho (massagista)
Artur Albuquerque (supervisor de registros)
Benildo Medrado (roupeiro)
Daniel Lima (técnico em enfermagem)
Gilberto Cunha (médico)
Gisele Silva (psicóloga)
Guilherme Dias (analista de desempenho)
Gustavo Magliocca (coordenador médico)
Luís Gustavo Andrade (supervisor administrativo)
Marcelo Gondo (fisioterapeuta)
Marco Aurélio Schiavo (preparador físico)
Paulo Oliveira Santos (massagista)
Roberto Torrecilhas (analista de desempenho)
Robson Almeida (fisioterapeuta)
Thales Damasceno (treinador de goleiros)
Thiago Maldonado (preparador físico)
Victor Soraggi (médico)
Vinicius Ponzio (fisiologista)